A morte

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2 dias havia se passado, e o clima em casa não era dos melhores.
De dia havia sorrisos falsos espalhados por todos os lados e a noite barulho de choros ecoavam pela casa, eu não sabia mais o que fazer, tentava animar, conversar, ouvir, mas nada disso adiantava...
Até que hoje as coisas acalmaram, ou melhor, me quebraram! Hoje o dia não amanheceu com sorrisos falsos, nem com vozes espalhadas pela casa, hoje o dia acordou no desespero e tristeza, hoje o dia não acordou como os outros...com um leve brilho, hoje o dia acordou cinzento!

Infelizmente hoje eu perdi alguém, alguém que apareceu em minha vida do nada e ficou...ficou até hoje, até ser arrancada de mim pela morte.

Hoje de manhã acordei, escovei os dentes como os outros dias e sai do quarto, e a casa estava no puro silêncio, coisa que é difícil, já que todos acordam primeiro que eu.

Mas não ligue, fui para a cozinha, fiz um pão com manteiga e um leite com chocolate.
Ligo a televisão e como assistindo Bob esponja.

Passo alguns minutos ali vendo e a pulga que estava atrás da minha orelha começa a me morder, então, me levanto e vou procurar por Patrícia, esses dias ela anda tão tristonha depois de ter perdido o bebê.

Caminho lentamente até o seu quarto, bato na porta antes de entrar mas a mesma não responde, abro a porta devagar e vejo que a cama está vazia e a porta do banheiro está fechada.
Me sento na beira da cama na intenção de esperar Patrícia sair do banheiro para que possamos conversar, e ali começo a observar as coisas que estavam espalhadas pelo quarto, havia roupas jogadas pelo chão, roupas jogadas pela cama, definitivamente um caos!

Começo a recolher as roupas e as dobrar e colocar em cima da cômoda, e nada de Patrícia sair de dentro do banheiro.

Acabo me enchendo de ansiedade, bato na porta e não sou respondida.

Melissa: Patrícia, eu sei que você está aí, sai daí para podermos conversar amiga.

Se passaram 4 minutos e nada!

E novamente a pulga atrás da minha orelha me morde!

Toco na maçaneta da porta ainda com receio mais decido abrir...

E para a minha grande tristeza ali estava a minha melhor amiga sentada no chão toda ensanguentada! Meu coração começa a pular, acelerar e as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.

Corro em sua direção gritando por seu nome mas não sou correspondida, seu corpo já estava sem vida, mole, ali em meu braço... seu pulso estava cortado, indicando do que exatamente você havia morrido...por sua própria vontade, por sua dor que não havia se quer passado.

O minha amiga, me perdoe, por não estar presente, me perdoe por não te ajudar.

Em meio a Tormenta Onde histórias criam vida. Descubra agora