008. REFERÊNCIA RUIM.

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Joaquín Piquerez

Não fui pego de surpresa quando vi a Bruna me esperando no estacionamento. Sasha me mandou mensagem no whatsapp avisando que ela estaria me esperando. Fiquei surpreso por ela saber meu número, mas logo Veiga me atentou que provavelmente ela pegou com o marido palmeirenses que vem aqui no Allianz direto.

Porém eu só vi a mensagem depois do meu banho demorado pra esfriar a cabeça. Além de mais uma derrota com o Palmeiras me sinto com a cabeça confusa. Não sei se devo avançar nas minhas atitudes com a Bruna ou apenas conhecê-la melhor como amiga.

Não sei porque me sinto tímido, aliás, tímido não é a palavra certa... é como se um enxame de borboletas agitasse meu estômago toda vez que estou perto dela.

Mas ainda não tive tempo pra perceber se ela sente essa mesma atração que eu sinto. Tenho quase certeza que não, acho que estou sendo  o emocionado nesse lance. Vou dar uma segurada.

Disse eu, antes de encurralar ela na parede do estacionamento.

– Já ouvi essa frase antes. — ela ri e bate com as duas mãos no meu peito devagar. – Mas vamos embora né!?

No me voy. La casa de mi amigo. (Ir embora não. Casa do meu amigo). — respondo e saio de cima dela.

– Mas você nem me perguntou se eu quero ir. — cruza os braços e me encara.

Bien. ¿Estás de acuerdo en ir conmigo a la casa de mi amigo? ( Certo. Você aceita ir comigo pra casa do meu amigo?). — ela me olha com uma expressão de surpresa pela pergunta. – ¿No estás acostumbrado a tener otra opción Bruna? (Não está acostumada a ter escolha Bruna?).

– É. Antigamente só levavam. — deu de ombros enquanto sorri sem graça.

Provavelmente ela está se referindo ao ex.

No soy ese tipo de persona. Conmigo siempre podrás elegir. (Não sou esse tipo de pessoa. Comigo você sempre terá escolha.) — sorrio sem mostrar os dentes. – Ahora vamos, mi amigo es dramático, si no llego en 10 minutos pensará que no voy. (Agora vamos que meu amigo é dramático, se eu não chego em 10 minutos vai pensar que não vou mais)

– Claro Mí bueno, pode passar na frente. — levanta um dos braços apontando pro estacionamento, dou risada.

No meio do caminho fico pensando se realmente é uma boa idéia levar a Bruna Marquezine pra casa do Veiga. Não sei se ela está acostumada a ficar no meio de um bando de maluco.

Mira, te voy a advertir que la gente de allí no es muy normal. (Olha, já vou te avisar que o pessoal de lá não é muito normal.) — ela ri. – Entonces, si te molesta una broma, puedes maldecirla. (Então, se você ficar incomodada com a alguma brincadeira, pode xingar eles.)

– Eu estou acostumada com gente doida Piquerez. — dou uma risada pelo nariz. – Você pretende demorar lá? — franzi o cenho.

¿Por qué? ¿Me necesitarás más tarde? (Por que? Vai precisar de mim pra mais tarde?). — ela gargalha.

– Não. — nega com a cabeça. – Foi só uma pergunta.

Hmm, tengo la sensación de que me escondes tus deseos Bruna. ( Hum, tenho a sensação que você esconde seus desejos Bruna.) — deslizo a mão disfarçadamente até alcançar sua perna esquerda.

– Está insinuando que eu te desejo Piquerez? — um sorriso de canto toma conta do seu rosto e eu faço o mesmo.

No dije eso. (Não disse isso.) — manobro o carro com uma mão só até estacionar, tenho a leve impressão que ela está mais atenta ao jeito que eu mexo no volante do que a minha mão na sua coxa. – Pero si tú también lo tienes, no pensarás que es malo. (Mas se tiver também não vou achar ruim.) — puxo o freio de mão e desligo o carro.

𝐒𝐄𝐌 𝐀𝐌𝐎𝐑. - 𝐉𝐎𝐀𝐐𝐔Í𝐍 𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙. Onde histórias criam vida. Descubra agora