033. ACREDITOU?

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📌DIA SEGUINTE.

Bruna Marquezine

Em meio ao caos que envolvia minha casa, a presença imponente dos meus pais e a agitação das figuras responsáveis por minha carreira, eu me via ali, impotente, cansada, meus olhos vermelhos de tanto chorar e minha cara inchada entregando meu abalo emocional.

O clima pesado tomava conta do lugar, carregado com um desespero das pessoas ao meu redor tentando desfazer o nó da informação mentirosa sobre minha vida. Cada olhar nervoso e sussurro conspiratório me faz refletir que tudo isso é culpa minha, todo esse desespero é por minha causa, me deixando ainda mais triste e com um peso enorme sobre os ombros.

O que mais me indignava nessa história toda era o fato de Piquerez ter acreditado sem nem ao menos ouvir minha versão. A sensação de ser julgada sem ter a chance de explicar meu lado das coisas era frustrante. Eu também não teria muito oque falar, verdade, mas poxa, ele realmente acreditou mesmo depois de tudo que nós conversamos?

– Toma Bru, você precisa comer alguma coisa. — minha irmã mais nova me entrega uma bandeja com sanduíche natural e suco.

– Obrigado meu amor, mas eu não tô com fome. — nego com a cabeça.

– Mas você precisa comer maninha, fiquei sabendo que você não está sem comer desde ontem. — insiste. – Você tem que ser exemplo pra mim hein, não quero minha irmã fraca.

– Mais fraca do que eu já sou? — aceito a bandeja e coloco ela no meu colo.

– Fraca? Você? — bufa. – Você é uma das mulheres mais fortes que eu já conheci na minha vida. Sempre correu atrás das suas coisas, sempre batalhou mesmo vindo de onde você veio. — dou risada pelo nariz. – Você só está passando por um momento difícil, e nem é por culpa sua, jaja isso passa e você volta a brilhar como uma estrela que você nasceu pra ser.

– Obrigado Luana. — ofereço pra ela um sorriso. – Minha menininha tá crescendo. — bagunço o cabelo dela.

– Que menininha o que Bruna, eu sou uma mulher. — dou risada. – Minha mãe fala que a gente vira mulher quando menstrua, e eu já menstruo.

– Meu deus, não. — nego com a cabeça. – A gente vira mulher quando... Ah não, deixa quieto. — ela gargalha.

Fico escutando as histórias da minha irmã enquanto devoro o sanduíche que ela me trouxe. Ouvir Luana é tipo uma válvula de escape, uma tentativa de distração desse caos na minha mente. No meio da bagunça, as risadas que ela me arranca são um alívio, uma pausa necessária para acalmar as turbulências internas.

– Bruna, quero te contar uma coisa. — esfrega os joelhos, observo ela desviar o olhar quando eu a encaro. – Lembra daquela dia que vazaram fotos sua e do Piquerez no aniversário de tia?

– Lembro. — concordo com a cabeça e coloco a bandeja em cima da mesinha de centro da sala.

– Fui eu quem tirou as fotos e fui eu quem vazou elas. — pisco algumas vezes desacreditada no que acabei de ouvir.

– Você?

– Sim. — ela volta a me encarar com os lábios pressionados. – Eu queria que o Brasil soubesse que você seguiu em frente e que as pessoas parassem de citar você e o Neymar na mesma frase. — ela abraça os joelhos. – E o Piquerez me prometeu que cuidaria de você, mas pelo visto ele também mentiu pra mim, assim como o Neymar mentiu a anos atrás. — a voz de Luana começa a ficar trêmula. – Desculpa Bruna, a culpa é toda minha, ninguém deveria saber que você é o Piquerez estavam juntos.

𝐒𝐄𝐌 𝐀𝐌𝐎𝐑. - 𝐉𝐎𝐀𝐐𝐔Í𝐍 𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙. Onde histórias criam vida. Descubra agora