011. PROMESSA.

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Joaquín Piquerez

Nunca fiquei tão triste de ser interrompido por alguém igual quando a mãe da Bruna entrou pela porta daquela casa.

Sério, eu estava tão perto, mas tão perto, que só de lembrar me vem toda aquela sensação de novo, me deixando ofegante e incomodado com a rigidez que está se esfregando contra o tecido da minha calça.

– Você está bem? — pergunta enquanto me entrega mais uma caixa pesada nos braços.

, estoy bien. — ofereço um sorriso sem mostrar os dentes tentando tranquilizar a cara de preocupação que ela está.

– Olha, desculpa está te dando todo esse trabalho. — ela passa por mim me mostrando aonde é pra colocar a caixa, vou atrás. – Minha mãe às vezes é muito incoveniente.

Está bien Bruna, no pensé que tu madre fuera un inconveniente. (Está tudo bem Bruna, não acho que sua mãe foi incoveniente.) — ela ri pelo nariz. – Me alegré de que me invitara. Una señal de que era mi cara, ¿no? (Fiquei feliz que ela me convidou. Sinal que foi com minha cara né?) — pergunto rindo.

– Ah, não sei, minha mãe é de lua. — franzi o cenho.

¿De Luna? — ela ri da minha pergunta.

– Sim. — tira a caixa dos meus braços e coloca no balcão. – Cheia de fases.

Ah , ahora entiendo. — rimos juntos.

Depois que a gente parou de rir, ela me encarou por mais alguns minutos, como se estivesse lendo minha alma. Fiquei um pouco constrangido e bastante nervoso, não sei se ela está pensando algo positivo ou negativo, ela abre a boca pra falar alguma coisa mas baixinha interrompe.

– Maninhaaaa. — grita e pula nós braços de Bruna que se desequilibra um pouco mas não caí. – Que saudades.

– Ai meu pescoço Luana. — tenta se soltar da garota e eu dou risada. – Também senti sua falta. Mas me solta aqui um pouquinho que eu tô perdendo o ar. — dá dois tapinhas no braço da garota que solta.

– Desculpa, é que eu senti muiiito a sua falta. — beija a bochecha de Bruna.

– Eu percebi.

Quando as duas se soltam, a garota me olha dos pés a cabeça, balançei o corpo com os pés e raspei a garganta.

– Eu conheço você de algum lugar. — arquea as sombrancelhas enquanto me olha. – Você é o carinha que aparece no meu tiktok. — dou risada e Bruna arquea as sombrancelhas. – Caraca, as meninas da minha idade piram em você.

¿Esto es bueno o malo? ( E isso é bom ou ruim?)

– É péssimo. — gesticula as mãos igual a Bruna. – Imagina meninas de 14 anos achando você atraente? Isso é preocupante.

Es verdad, estás absolutamente correcto.

– Você é jogador não é? O que você tá fazendo aqui? Você tá pegando a minha irmã? — me metralha de perguntas.

– Meu Deus, deixa ele quieto. — Bruna fala passando a mão pela testa. – Sim ele é jogador. Minha mãe quem convidou ele e não a gente não está se pegando.

Y. Todavia no. (É. Ainda não.) — sussurro, mas Luana escuta e dá risada.

– Ai Bruna, está tudo bem se vocês tiverem um "caso"... — faz entre aspas com os dedos. – Eu super apoio, acho ele um gato. — esquiva a cabeça pra olhar em minha direção. – Você é muito bonito, parabéns.

𝐒𝐄𝐌 𝐀𝐌𝐎𝐑. - 𝐉𝐎𝐀𝐐𝐔Í𝐍 𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙. Onde histórias criam vida. Descubra agora