Por alguns segundos, ele ficou em choque absorvendo a informação. Ela foi um ponto fora da curva na sua vida desde que se cruzaram. Mexeu com todo o seu ser desde que ele a percebeu naquele bar. Ele tinha planos concretos para seu futuro: a academia, o FBI e garantir que a justiça fosse feita. Cuidar de Sarah até que ela pudesse cuidar de si mesma. Nada de família nem relacionamentos que significassem mais que sexo. Nunca, em hipótese alguma, ter filhos.
Ele devia ter desconfiado que Jane era encrenca. A forma como conversaram, como ela conseguia tudo dele... Porra! Conseguiu até que ele aceitasse transar sem camisinha. Conseguiu sua confiança, colocou abaixo todos os seus muros. Nos últimos meses ele se pegou até sonhando com a volta dela enquanto defendia a teoria de "almas gêmeas".
Todo o seu mundo parecia tão melhor quando ela estava lá, compartilhando sua cama, tocando sua alma, aquecendo seu coração...
E agora ela estava aqui, grávida, talvez parindo e... Inferno, ela disse ter apenas 16 anos! Só podia ser mentira. Uma piada de mal gosto. Ele conhecia garotas de 16 anos. Era a idade de Sarah. Eram imaturas, sonhadoras e falavam sobre a vida de forma inocente. Definitivamente elas não eram como Jane. Ele até duvidou que ela tivesse 21 anos. Tinha a maturidade e determinação de quem já viveu muito mais que isso.
Algumas coisas eram inadmissíveis para ele: mentiras, falta de ética, corrupção moral e política. Ele jamais ficaria com uma garota com menos de 21 anos. Jamais!
Se ela mentiu no passado, poderia estar mentindo agora também. Mas algo dentro dele insistir em confiar cegamente nela. Se Jane dizia que só tinha 16 anos, ele acreditaria mesmo que isso custasse caro ao seu ego.
— Você fica com o bebê, tenho certeza que será um ótimo pai.
— É por isso que preciso garantir que você e o bebê recebam a assistência médica adequada.
— Você ouviu o que eu disse? Vamos perder o bebê e você irá preso se fizermos isso!
A voz determinada dela o trouxe de volta de suas reflexões. Rapidamente ele se colocou em pé e buscou seu celular discando o número.
— Você escutou o que eu disse? Ninguém pode saber que estou aqui, Weller. Desliga esse telefone!
— Se quer a minha ajudar, terá que confiar em mim. – Alguém atendeu do outro lado da linha e ele se esforçou para parecer calmo. – Oi, é o Kurt. Preciso de sua ajuda. Posso ir até sua casa? Estarei aí em breve. Muito obrigado.
Quando desligou, olhou para ela. Estava com o olhar fulminando raiva, mas não ousava encará-lo, derrotada.
— É uma grande amiga, enfermeira. Trabalha numa maternidade. É confiável. Vamos até a casa dela fazer uma avaliação do seu estado. Depois decidimos o resto.
Ela concordou com um meio gesto de cabeça, ciente que a proposta dele era justa.
Com outra ligação, Weller alugou um carro. Em minutos, lá estava ele esperando com a porta do veículo aberta como se a estivesse levando para um "date". Ao se aproximar, ela percebeu os sacos de lixo e toalhas de banho forrando o assento do passageiro. Seus olhos voaram para ele que respondeu:
— Preparado exclusivamente para você, Madame.
Ela revirou os olhos e pensou em confrontá-lo, mas Weller continuou:
— O carro é alugado. Se tudo tem que ser sigiloso, não podemos deixar provas molhando o assento.
Ela fingiu desdém e entrou. Na verdade, o cuidado dele a tocou. Sentiu que acertou em procura-lo.
Pegaram o sentido leste, contrário ao centro da cidade. Ele realmente não a estava levando ao hospital. Então, saíram da cidade pegando uma estrada vicinal. Rodaram menos de dois quilômetros até chegaram à casa. Uma mulher morena, magra, com idade em torno de 50 anos sorria em frente a porta principal.
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Salve-me
Fiksi PenggemarO jovem Weller vive um romance tórrido com uma garota misteriosa enquanto estava em Quântico, fazendo a Academia de preparação para o FBI. Meses depois, quando ele achava que tinha finalmente superado, ela bate em sua porta para virar sua vida de c...