☆ nicotina e sândalo ☆

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OIOII!! Só avisando para vocês que algumas composições reais serão adaptadas para a Pandemonium, ok?? Só issooo, boa leituraaa!!!

Musiquinhas do capítulo:

⭑Samurai - djavan

⭑ Céu Azul - Charlie Brown Jr.

⭑ A Thousand Miles - Vanessa Carlton

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Ai

Quanto querer

Cabe em meu coração

Park Jimin cheirava ao meu cigarro barato, maresia e sândalo daquele perfume maravilhoso que não faço questão de saber o nome. Todas as minhas defesas caíram com a presença tão pacífica do cantor de mechas azuis que é o motivo de todos os meus surtos de sexualidade.

Ai

Me faz sofrer

Faz que me mata

E se não mata, fere

Chorei até sentir abaixo dos olhos doerem e não conseguir respirar pelo nariz. Precário. Em algum momento, Jimin aconchegou suas costas na pedra irregular me trazendo junto para seu peito. Minhas costelas estavam pressionadas em um relevo doído daquela formação rochosa irregular, fria e úmida. Na verdade, não prestei muita atenção na dor, foquei no carinho gostoso de que ele fazia em meu cabelo, no seu calor, em minha bochecha colada na jaqueta de couro sentindo cada elevação de seu peito, da música que ele cantava baixinho. Uma música bem antiga da Pandemonium, uma das únicas que fala realmente sobre amor. Me senti pequeno demais.

- Desculpa. - senti-me na obrigação de pedir porque me sentia estúpido, vergonhosamente frágil. Senti sua mão apertar o meu ombro enquanto ele continuava a cantar e assobiar como se nada o afetasse. Uma lufada de vento frio com cheiro de carne grelhada passou por nós, pude escutar as risadas ao longe. A música que ele cantava acabou.

- Não se desculpe por sentir, gatinho. - ele disse, depois de minutos em completo silêncio. Os olhos azuis me encontraram, com um brilho frio e terno. - Dói. Deixe que doa, vai curar mais fácil. Seja real, Jungkook. - ele secou uma lágrima fujona. - O mundo já está abarrotado de pessoas rasas, que sempre querem fingir o que não são, que só falam coisas óbvias e sem nenhum significado por trás de palavras tão bonitas. - um estalo foi emitido por ele. - Jamais ouse pedir desculpas por viver e sentir dores, ainda mais na minha frente. - os olhos miúdos se comprimiram e me senti realmente intimidado. - Ou nunca mais divido minhas balas azuis com você.

Um riso fanho foi impossível de segurar. Senti o ranho escorrer suavemente e passei a manga do moletom pelo nariz.

- Egoísta... - dei a língua para ele e sorri sentindo os olhos inchados e sensíveis doerem.

- Quem mostra a língua pede beijo. Fica esperto... - o sorriso lascivo que ele me direcionou fez com que meu coração errasse algumas batidas.

Fechei os olhos e senti novamente o cheiro da carne que assava na concentração de jovens adultos já bêbados e meu estômago protestou.

- Hum... A gente pode ir ali comer? - Me sentei apontando o indicador para onde a fogueira crepitava.

- Se sente melhor para ir lá? - os olhos doces e calorosos de Jimin me abraçaram a distância e ele se levantou, pulando da pedra.

Todas As Estrelas Que Eu Vi Em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora