𝐗𝐕𝐈𝐈

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          ''Se eu morrer por você, se eu matar por você, e entao eu derramarei esse sangue por você''

                                                                                         The Weeknd-Pray for me


Laila on 

Tudo que eu sinto agora é culpa, meus pensamentos rodopiam como um pião que foi girado varias vezes, minha imaturidade, minha irresponsabilidade levou a morte de varias pessoas, pessoas do meu reino, eu fugi do meu dever, minha incredulidade. Mas eu não posso ficar aqui e somente lamentar por minhas ações do passado, eu preciso levantar e continuar a procurar Oliver e voltar para o portal novamente, aceitar que eu não posso fazer nada para parar essa guerra.

A guerra que eu causei.

Eu levando ainda desorientada me recuperando dos litros de vomito que joguei fora do meu estomago que gira sem parar, eu arrumo a capa novamente para cobrir meu rosto e prossigo andando pelos destroços e tomando cuidado para não tropeçar nos corpos, e mesmo assim eu tropecei em um, ignoro minha idiotice e ando dando passos leves, pois a cada passo era um ''crek'' de destroços e madeiras quebradiços aos meus pés, e chegando perto da das vilas abaixo do castelo a cena era de destruição, casas destruídas e acabadas, eu ignorei a cena e não quis continuar olhando para o horizonte de terror por que eu sabia que lá, o derramamento de sangue foi pior.

Vejo o castelo ainda no mesmo jeito de quando eu sai, a diferença é que havia mais musgos nas dobradiças dos tijolos, e os guardas que guardavam a porta do castelo não estavam mais lá, o que me preocupava mas também me facilitava. E assim entro no castelo que deixei há um ano, a minha antiga casa, vejo que tudo era o mesmo porem mais empoeirado, eu nunca imaginei voltar aqui novamente, não havia ninguém e nem mesmo meu pai sentado no trono como ele sempre ficava, não sabia se achava bom ou se achava estranho. Estranho. Tudo estava calmo demais para uma guerra, tudo parado demais e o pior de tudo, sem nenhuma dica de onde está Oliver, eu iria perguntar aos guardas ou ao meu pai se sabiam de algo, já que ele veio impedir essa guerra que acabou acontecendo e falhou na missão, e eu me entregaria por ele, desistiria da vida perfeita que eu levaria na Toca com ele só para ter a certeza que ele estaria bem... Mas que porra! Não tenho pistas, a única solução é procurar em cada cômodo do castelo mesmo não tendo muitas certezas dele estar aqui. Ando em direção a cozinha; logo depois o salão de festas; e depois aos recintos dos criados; a sala de jantar; aos quartos reais; ao meu quarto; a sala individual da realeza...

Nada.  

Arfante de cansaço e indignação, paro na alta torre de menagem do castelo onde deveria ficar guardas a vigilância, deveria ser o local mais protegido do castelo mas estava igual aos cômodos, vazios e sombrios. Aborrecida e sem saber por onde anda Oliver, sozinha, sem ajuda e sem saber por onde começar, por qual rua; vilarejo; cidade ou reino deveria ir. Eu me viro com os olhos marejados para aquela vista que nunca tinha visto no castelo já que meu pai nunca permitiu aos guardas de me deixarem entrar aqui. Mesmo com a destruição a mostra ao chão, o céu era o mesmo o azul ensolarado que brilhava fortemente, mas forçando os meus olhos para o horizonte vejo nuvens escuras de uma tempestade, um calafrio correu a minha espinha rapidamente, e a sensação de um toque frio as minhas costas em impulsão foi rápida, não tive tempo para reagir ou ver, somente para perceber que eu estava em queda livre ao chão.

Um zumbido no meu ouvido soa como um sino, minha cabeça dói ardentemente e mesmo com dificuldades eu forço os olhos ainda embaçados me perguntando onde eu estou e o que aconteceu, logo eu me lembro que eu estava procurando Oliver e caí da torre. Ao recuperar a visão, percebo um corpo amolecido preso a correntes acima da cabeça gravemente ferido com feridas a vista e profundas que não queria reparar a mais do que eu queria, vi corpos mortos e estraçalhados demais hoje, provavelmente é mais uma pessoa morta pela guerra, morta pelas minhas escolhas. Eu tento me levantar mesmo com o corpo extremamente dolorido mas logo algo me pega de surpresa, eu estou presa como o homem a minha frente e rapidamente eu me lembro que eu não cai da torre mas fui empurrada, me pergunto quem foi mas não tenho tempo para pensar nisso. Eu forço a corrente mas é inútil, rapidamente olho em volta a procura de ajuda e vejo o lugar onde estou, um lugar escuro onde há pouca iluminação e paredes de tijolos robustos e frios, percebo que eu estou no calabouço no castelo, outro lugar que nunca visitei e nunca quis visitar, eu escolho gritar por socorro, mas nada. Como sempre, nada. Eu somente me calo, é inútil gritar, o que me resta é esperar a pessoa que me prendeu aqui aparecer uma hora ou outra, para me soltar ou para me matar, e assim eu viro meu olhar em direção ao corpo que está a minha a frente, não tinha muitos lugares para olhar nesse situação mas eu percebo seus pés se mexerem, me dando um choque de susto pelo meu corpo que com toda certeza eu me esbranquicei, mas também não tive muito tempo para processar o espanto quando eu ouvi passos em direção ao local, a silhueta escura aparecia como uma sombra que custei reconhecer. Fred?! Eu suspiro aliviada, finamente alguém apareceu, alguém que pode me ajudar, meu antigo mordomo que me acordava todos os dias e um subordinado do reino leal ao reino, ele pode me ajudar.

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⏰ Última atualização: Oct 21, 2023 ⏰

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