Cap. 10 - Os onze Moderadores

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Nathan bateu de frente com o turno da tarde após horas lendo e assinando papéis. Se a empolgante missão começava entediante assim, qual a primeira prova? Servir café ou imprimir relatório? Sua desculpa por não ter chegado na hora foi que saiu com alguns amigos após a aula. Seus pais duvidaram daquela rápida socialização, mas ao comentar que os tais amigos passariam mais tarde em sua casa, eles pagaram para ver. Literalmente.

— Tem uns meninos lá embaixo te chamando. — disse sua mãe enquanto abria a porta do quarto.

Nathan abriu um sorriso e sumiu corredor afora, nem notando David olhando para Nathalie com chateação. Ele bateu uma nota de cinquenta na mão dela. Apostas são apostas. Os amigos de Nathan não eram imaginários. Não dessa vez.

— Bora?! — disse Mason ao vê-lo saindo pela porta da frente.

Nathan confirmou e foi em direção a eles, mas a voz de David o fez congelar.

— Quem diria, hein! — Quase cantarolou, fazendo o filho, mesmo de costas, revirar os olhos. — Em cinco dias fez nove amigos... E eu achando que você só ia fazer amizade com uma dupla de nerds e uma menina excluída. Meu garoto...

— Por favor, me leva embora daqui. — cochichou para Laura.


— Chegamos! — Mason tomou a frente. — Casa do Jake!

— Olha, gente! Tem até campainha!

— Cala essa boca, Murillo! — Laura começou o dia se irritando.

— Oi, garotos — A mãe atendeu a porta. —, querem falar com o Jake?

— Sim, dona Pobre! Poderia chamar ele pra gente?

Ela estranhou, enfiando a cabeça pra dentro da casa.

— Jake! Seus amigos estão aqui, incluindo aquele loiro idiota! — E entrou de volta. Jake apareceu junto de Ryan e Christian.

— Feião aquilo que tu disse hein, Ryan... — Murillo foi comentando.

— O que?

— Que a mãe do Christian coleciona pelo de sovaco.

— O que foi que você disse?! — Christian virou furiosamente.

— Não grita comigo! — Ryan se estressou e socou ele na cara.

Nathan estranhava o fato de apenas ele se importar com as brigas. Era como se os dois garotos fossem seus amigos imaginários, o que devolveria os cinquenta reais de David.

— Então, pobre, assina logo aí que a gente tem mais dez pra pegar!

— Para de me chamar assim! Você não pode chamar as pessoas assim!

— Claro que eu posso, eu sou rico, minha missão no mundo é falar e fazer bosta e não ser responsabilizado por isso.

— É, talvez eu seja pobre demais pra moderar um item! Encontrem outro! — E bateu a porta, fazendo a janela ao lado cair e se despedaçar no chão.

Do lado de dentro, Jake estava de braços cruzados, emburrado, mas sua expressão mudou ao ver uma nota de cem magicamente aparecendo por de baixo da porta. Claro, era Murillo. Claro, Mason obrigou ele.

— Hm, que nota mais elegante... — disse abrindo a porta. — Adoraria ter uma coleção!

— Coleção de nota igual, burro?

— Vai logo! — Mason perdeu a pouca paciência que tinha.

— É sempre bom fazer negócios com vocês! — disse enquanto terminava de assinar. Jogou a caneta ao ar e entrou de volta na casa junto dos dois brigões.

A Lista MalditaOnde histórias criam vida. Descubra agora