Cap. 11 - Hungry Burger's

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Passar raiva, interagir com gente doida e passar raiva de novo dava sim uma fome absurda, e o nome Hungry Burger's era o primeiro a vir em mente quando a barriga roncava. Era considerado por muitos o restaurante mais divertido do país, existindo franquias em quatro continentes. O lugar era convidativo para qualquer grupo de pessoas. Havia área para crianças comerem e fazerem o tanto de guerra de comida que quisessem, e salas para idosos com músicas de época, cadeiras de balanço e xadrez à vontade. Simplesmente o paraíso da melhor idade.

As mesas tinham uma mola que se estendia de acordo com a quantidade de pessoas, e havia talheres de controle remoto. O cardápio era tão completo e cheio de variações que um bloco do menu era apenas para os desafios. Nele, havia lanches colossais, que quem comesse em menos de um minuto recebia prêmios. O maior era o Lucy Burger, um lanche com dezessete quilos e cinco metros de comprimento. Quem conseguisse recebia o privilégio de comer de graça por um ano, e ainda tinha seu nome batizado no lanche.

Os prédios do HB's tinham um padrão de três andares, sendo um subterrâneo, e o de cima ao ar livre, mas com tendas nas mesas, evitando assim que as pombas incrementassem a refeição das pessoas de maneira indesejada. O andar do meio era o mais escolhido, pois se superava em aleatoriedade. Havia mesas nos tetos, onde as pessoas podiam se desafiar a comer nelas, presas a um cinto de segurança. Havia canos direcionados para baixo, onde o suco era servido apenas apertando um botão e selecionando o sabor. Os copos tinham um código de barras que ativavam a saída do líquido, evitando assim que derramasse quando o copo fosse retirado. Um dia Jake colou o código de barras em sua língua e ficou embaixo do cano com a boca aberta. O andar subterrâneo era decorado como um ambiente obscuro, com atores vestidos de mafiosos jogando Poker. Uma pena serem tão burros a ponto de gritarem Truco. Toda sexta à noite o restaurante tinha o evento Ventilador Maluco, um rodízio com ventiladores de dois metros de altura ligados ao máximo que faziam voar para longe a sua tentativa de matar a fome.

Após comerem como se nunca tivessem, os garotos pedalaram até a casa de Nathan apostando corrida. Uma inútil tentativa de queimar as calorias que ganharam.

— Segunda-feira a gente começa, hein! — Mason foi dizendo. — Tá pronto?

— Acho que tô... — respondeu nervoso.

— Até lá você vai ter certeza! — Mason foi pegando impulso para ir embora.

— E a bicicleta?

— Fica com ela enquanto faz a Lista. — Murillo parou no meio da rua. — Se conseguir, é sua!

— Ok! — disse todo feliz, olhando para ela. — Até!

— Ou seja, segunda-feira eu pego ela de volta enquanto os médicos tentam botar a tua perna de volta no corpo...

Após ouvir mais risadas direcionadas a ele, dessa vez referentes ao humor negro de Murillo, se despediram, sendo Laura a última. Parecia tarde demais para voltar atrás, e queria que fosse, pois não desejava por um segundo que a chance de desistir ficasse em sua disponibilidade. 

A Lista MalditaOnde histórias criam vida. Descubra agora