Aposta!

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Maiara P.O.V

Eu cheguei à conclusão de que a Marilia é bipolar, não tem outra explicação. Primeiro ela me trata de maneira fria e grosseira, depois ela é cordial e até mesmo me salva de um atropelamento, e o que mais me chamou atenção foi o fato dela se preocupar com o impacto que minha cabeça iria sofrer se ela não tivesse colocado a mão para amortecer. Mas hoje após ser atenciosa, ela novamente começou com suas grosserias, eu sei que não é uma vitima do IV, mas nós precisamos verificar, ela não pode me crucificar por ter que fazer meu trabalho. Durante o trajeto eu cantei uma musica que a descrevia perfeitamente, não sei se ela entendeu, mas os muros dela são altos demais e se ela não cooperar ninguém será capaz de ultrapassa-los. Logo que entramos na residência ela ficou calada, apenas analisava a casa de maneira displicente.

- Quem a encontrou? – perguntei ao policial que atendeu a ocorrência.

- O esposo, segundo ele, ele estava viajando e só chegou hoje! – assenti – Ele disse que entrou e a encontrou desse jeito.

A mulher estava deitada de barriga para baixo na cama do casal, vestida como se estivesse se preparando para sair, em sua nuca realmente tinha um IV escrito com alguma espécie de faca. Marilia olhava tudo com desdém, com as mãos nos bolsos traseiros de sua calça, ela parecia estar se coçando para falar algo, mas estava se controlando.

- Então Maih! – Marcela chamou minha atenção – Vamos pegar esse caso mesmo sabendo que não foi obra do IV?

- Infelizmente...

- Por quê? Eu não entendo, porque minha esposa! – eu acho que era o marido, ele entrou chorando no quarto.

- Nós precisaremos que o senhor preste um depoimento! – tento ser compreensível.

- Claro tudo para pegar esse maníaco! – nesse momento pude ver um sorriso cínico surgir nos lábios de Marilia. – Eu ajudarei no que for possível.

- Quando o senhor chegou, à porta estava aberta? – Bruno questionou.

- Não, ela estava trancada. – Marilia parecia estar se divertindo com aquilo – Eu entrei com a minha chave. – ele começou a chorar novamente e me abraçou, dei alguns tapinhas em suas costas meio sem jeito. – Porque ele fez isso?

- Nós não sabemos, mas iremos descobrir! – respondi e ele ainda me abraçava.

- Eu confio em vocês! – ele disse me soltando – Eu... Eu vou tomar um ar.

- Cadê a Marilia? – perguntei ao perceber que ela não estava mais no quarto.

- Ela estava ali, mas aí quando ele te abraçou ela fechou a cara e saiu pisando duro! – Bruno respondeu – Não entendi foi nada.

- Vamos, não temos mais nada para fazer aqui! – eles assentiram – A equipe forense já esta lá embaixo.

Deixamos a residência e no portão alguns repórteres tentaram nos entrevistar novamente. Passamos por eles sem grandes problemas, mas para minha surpresa o carro da Marilia não estava lá, ela foi embora?! Sério Mendonça?! Voltei junto com o Bruno e Marcela, assim que chegamos ao departamento Marilia já estava e Maraisa estava com ela.

- Oi Isa! – Marcela foi abraça-la – O que faz aqui?

- Marilia me pediu para fazer a autopsia da vitima que vocês estavam verificando! – ela deu de ombros – Só ela mesmo para me fazer sair do shopping, para vir fazer uma autopsia em pleno sábado.

- Mas não é uma vitima do IV! – digo meio confusa. – Não precisa...

- Não é, mas você parece ter dificuldade para julgar as pessoas! – Marilia me interrompeu de maneira ríspida.

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