Capitã

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Marilia P.O.V

Maiara me perguntou se eu gostaria de acompanha-la em uma averiguação, respondi a verdade, não, eu não estou aqui para perder tempo com outros casos, mas parece que ela se irritou com o modo que eu falei, admito que não fui à pessoa mais educada ao responde-la e isso me incomodou um pouco, geralmente eu trato as pessoas dessa forma e não me importo com seus olhares ou respostas, mas a resposta da Maiara me atingiu mais do que eu gostaria, ela saiu após checar sua arma e num impulso, que sinceramente não sei de onde surgiu, eu me levantei e a segui para fora da sala. Ela já estava saindo do departamento quando a alcancei.

- Eu vou com você! – falei serenamente, ela me encarou com os olhos faiscando.

- Não precisa, pode voltar a seus afazeres! – ela respondeu com cinismo.

- Não te perguntei se precisava ou não, apenas estou lhe informando que irei com você! – ela parou para me encarar – Me agradeça depois.

Caminhei até meu carro e ela permaneceu parada me encarando, revirei meus olhos e desativei o alarme, ela pareceu dar-se por vencida e veio até meu carro entrando em seguida.

- Temos carros oficiais para esse tipo de situação! – ela fala colocando o cinto de segurança.

- E eu não ando em um carro que carrega não sei quantos bandidos por dia! – respondi dando partida – Vai que eu pego alguma coisa!

- Você deveria pegar mesmo. – ela retrucou baixinho, mas eu ouvi – Talvez, educação e respeito.

- O que disse Srta. Pereira? – ela deu de ombros pegando o celular.

- Siga as instruções do GPS! – ela falou colocando o celular sobre o painel.

Não respondi apenas comecei a seguir as instruções da voz eletrônica, o que nos levou a um bairro de classe média da cidade, as casas eram simples, mas bonitas e o bairro parecia ser tranquilo, bom para se viver. O que estamos fazendo aqui? Não sei, não sei o que ela descobriu de ontem para hoje, mas confesso que estou curiosa, se ela conseguiu alguma coisa, algum talento ela tem, não é mesmo?!

- Preciso conversar com a mãe da primeira vitima, se você vai entrar comigo eu te peço para que não utilize do seu sarcasmo ou ironia. – Maiara falou ao retirar o cinto de segurança. – As pessoas lá dentro passaram por uma perda inesperada e cruel, por favor, trate-as com educação.

- E eu por acaso sou algum monstro, Capitã? – perguntei com serenidade e ela arregalou os olhos – Você achou que eu não pesquisaria sobre as pessoas com quem estou trabalhando? – ela suspirou – Sua patente é bem interessante, você foi à mulher mais jovem a conquistar tal feito, com apenas 19 anos ficou em primeiro lugar na academia e até onde eu sei, sem a ajuda de seu pai. – ela deu de ombros – Apesar de tudo prefere dar uma de Investigadora, só não sei o porquê... O que você esconde Srta. Pereira?

- Isso não é da sua conta! – depois eu é que sou grossa – Só porque tenho patente de Capitã não posso sair a campo para investigar? Só por isso tenho que ficar sentada atrás de uma mesa, esperando meus subordinados me trazer alguma informação? Você não me conhece, Mendonça!

- Realmente, não conheço Srta. Pereira! – digo com firmeza – E sinceramente, não me importo desde que eu encontre o IV, o resto realmente não me interessa.

- Ótimo, então cuida do seu trabalho! – ela abriu a porta para descer – Que eu cuido do meu.

- E apenas para deixar claro, o sarcasmo é sempre um resultado das diferenças de QI. – digo após dar a volta no carro e parar ao seu lado – Aliás, o que você pretende descobrir aqui?

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