Eu posso te ensinar!

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Maiara P.O.V

Depois de passar o dia com minha família e Andy, Marilia decidiu que já era hora de ir embora, durante o percurso resolvi falar sobre a doença de Margaret, pois sei que Marilia ama falar sobre essas coisas, eu estava tão envolvida em suas explicações que nem percebi quando ela mudou o trajeto nos levando para a praia. O sol se pondo deixava o lugar ainda mais lindo, caminhamos por vários minutos em silencio, ela estava perdida em seus pensamentos e eu aproveitava para admirar seu perfil, quando Marilia parou abruptamente e sugeriu que entrássemos no mar eu neguei, nós não estávamos vestidas apropriadamente, mas ela me pegou no colo com facilidade e acabou me jogando no mar, a idiota gargalhava dos palavrões que eu soltava e mesmo quando eu a empurrei ela continuou gargalhando, acabei me juntando a ela, ela estava feliz. Só percebi que ela havia parado de sorrir quando fui puxada de encontro ao seu corpo, fiquei ainda mais surpresa quando ela tomou meus lábios em um beijo intenso, uma onda de sentimentos percorreu todo o meu corpo ao sentir sua língua invadir minha boca, não sei se ela estava ouvindo as batidas do meu coração, porque ele batia freneticamente, abracei sua cintura trazendo seu corpo ainda mais de encontro ao meu. Meus pulmões já queimavam pela falta de ar causada pelo beijo, mas eu não queria que terminasse infelizmente ela deve ter sentido o mesmo, pois Marilia foi diminuindo a intensidade até finaliza-lo com um longo selinho.

- Não consigo me afastar de você! – ela sussurrou ainda de olhos fechados e com a testa colada na minha. – Se você estiver procurando um coração e um amor perfeitos, fuja para o mais longe de mim, porque você tem razão em rir de mim, eu não sei amar.

- Eu posso te ensinar! – sussurrei de volta sentindo sua respiração bater contra meu rosto – Mas agora... Vamos sair daqui ou você ficará verdadeiramente doente.

- Como quiser! – ela respondeu e antes de se afastar depositou um beijo casto em meus lábios e em seguida em minha testa – Vamos embora.

Caminhamos para fora da água, já na areia tiramos o excesso de água dos cabelos, assim que ela caminhou rumo ao carro me coloquei ao seu lado tomando sua mão e entrelaçando nossos dedos, ela parou e encarou nossas mãos unidas antes de encarar meus olhos.

- O que é isso? – ela perguntou confusa.

- Sua primeira lição. – respondo divertida e ela franze o cenho – Seja atenciosa, não saia correndo na frente. – ela me encarou por alguns segundos antes de negar com a cabeça sorrindo – Viu, você sorriu... Ser atenciosa é querer ver o outro feliz.

- Okay, primeira lição recebida com sucesso. – diz ela voltando a caminhar, mas sem soltar minha mão. – Qual será a próxima?

- Você descobrirá no momento certo!

- E se no final não der certo? – sua pergunta soa como desafio.

- Não me subestime, Mendonça! – ela arqueou uma sobrancelha desativando o alarme do carro – Eu sou uma ótima professora.

- Nossas conversas são na maioria estranhas, já reparou? – ela questiona ao vestir a jaqueta e entrar no carro. – Parece até que conversamos através de códigos.

- Deve ser porque você é estranha!

- Isso é ser atenciosa? – sua pergunta é regada de diversão.

- Isso é falar a verdade. – afirmo e ela dá partida retirando o carro da vaga, me surpreendendo completamente ela busca minha mão e entrelaça nossos dedos – Isso é ser atenciosa.

Ela manteve nossos dedos entrelaçados durante todo o caminho, não falamos mais nada, palavras não eram necessárias, não naquele momento. Assim que ela estacionou em frente ao edifício senti que ela estava receosa, talvez não soubesse como se despedir.

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