Não confio nele!

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Maiara P.O.V

Da casa dos meus pais fui direto para o meu apartamento, eu precisava pegar o meu carro, não vou ficar subindo e descendo de táxi. Durante o caminho até o departamento tentei ligar para Marilia, mas só dava na caixa de mensagens. Antes de entrar no departamento coloquei o distintivo em meu pescoço, da entrada já pude avistar Maraisa, Alexa, Keana e Luiza, elas pareciam discutir alguma coisa e a Maraisa era a mais nervosa.

- Não me interessa se ela garantiu que estava bem, você não deveria tê-la deixada sozinha. – vejo Maraisa falar entre os dentes – Ela bebeu enquanto eu estava em NY, você não viu o estado em que eu a encontrei.

- Me desculpa, mas ela jurou que não faria nada estúpido. – Alexa se justifica, enquanto Maraisa parece ligar para alguém.

- Ela não está atendendo! – me aproximo e ela me encara furiosa. – Como era mesmo aquele papo? Ah, era assim: “Eu vou ajuda-la, não se preocupe.” – seu tom era sarcástico – Na primeira oportunidade você virou as costas para ela.

- Eu não virei nada! – me defendo e ela sorri cinicamente.

- Eu não posso sair daqui, não sabemos em quem podemos confiar. – diz ela olhando para mim, mas logo se vira para Keana – Pegue a minha chave e vá até o apartamento ver como ela está, eu me livrei de todas as bebidas alcoólicas, mas nunca se sabe... Ela não pode misturar com remédio, está me ouvindo?

- Sim, eu já entendi! – afirma Keana aceitando a chave. – E se ela tentar me agredir?

- A imobiliza, ué! – responde Maraisa como se fosse obvio – Mas não a machuque...

- Ela me machucou! – diz Alexa passando a mão nas costelas – No hospital, ela me acertou de verdade.

- E ainda sim, você a deixou sozinha?! – Maraisa parecia incrédula, Luiza apenas negava com a cabeça – Tome cuidado.

- Eu posso ir com você? – pergunto, mas pelo visto não deveria ter perguntado.

- Não, você não vai falar mais nada com ela hoje. – Maraisa é quem responde – Fica na sua, vai cuidar dos seus casos, porque da Mari a gente cuida, você já fez o suficiente por hoje, Pereira.

- Vai Keana! – diz Luiza de maneira séria, o que é raro de se ver – Vem Maiara, vamos para a sua sala.

Assenti meio a contra gosto, mas resolvi acatar seu pedido, todas ali pareciam nervosas e a minha presença estava piorando a situação. Entrei na sala a ela entrou logo em seguida, sentei-me em minha cadeira e ela se sentou a minha frente.

- Vai me esculachar também?

- Não, eu te conheço e sei que você falou no calor do momento. – ela responde serenamente. – A raiva delas é porque elas acreditam que você sabia de algo.

- Eu não sabia de nada! – afirmo.

- Eu sei, se você soubesse jamais aceitaria em silencio. – assenti – Tenha paciência, todas estão com medo da reação da Mari diante das novas descobertas, não é nada contra você. Devido a tudo o que ela passou ela acabou desenvolvendo...

- O quê? O que ela desenvolveu?

- Ela acabou desenvolvendo Transtorno Bipolar, Maih. – minha boca abriu involuntariamente – Você reparou que ela tem picos de euforia, não reparou?

Parei para pensar e realmente, no caso dos estupros ela perseguiu o carro do Sr. Cotton como se fosse um piloto profissional, assim como o abordou sem ao menos estar de colete, suas mudanças de humor sempre me deixam confusas, sua impaciência, a forma como ela enfrentou o assaltante do píer... Nada daquilo era normal, eu sentia que havia algo errado por trás daquela postura destemida.

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