Como isso foi acontecer?

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Marilia P.O.V

Acordar com a Maiara sobre meu corpo trouxe sensações desconhecidas por mim até então, eu já estava acordada, aliás, eu mal consegui dormir depois que ela resolveu me fazer de travesseiro. Não sei o que me deu quando eu pedi para que ela ficasse para o almoço, eu me sinto bem na sua presença, eu só queria ter a sua companhia por mais tempo. Após pedi-la para cantar eu meio que surtei, ela estava me pedindo para me conhecer, eu tenho certeza, não foi uma musica aleatória. Confesso que a minha reação foi a pior possível, nem eu entendi o que me deu para deixar meu apartamento daquele jeito, agora estou aqui na garagem retirando o cartão de memória das câmeras do meu carro, mas a minha vontade era apenas gritar, eu sinto um aperto em meu peito, algo esta me sufocando e deixa-la daquela forma apenas piorou a sensação.

- Como você é idiota, Mendonça! – digo a mim mesma já dentro do elevador voltando para meu apartamento.

Ainda do lado de fora eu ouvi acordes, ela estava cantando outra musica. Resolvi abrir a porta devagar, pois não queria que ela parasse de cantar, assim que abri a porta pude ouvir sua voz, mas dessa vez ela parecia embargada.

I heard you were looking like the moon
Flashing but your dark parts on the other side of you
So sad, I can't see you
I can't you see you

(Ouvi que você está parecendo à lua

Brilhando, mas com partes escuras do outro lado

É triste que eu não consiga te ver

Eu não consigo te ver)

Eu não reconheci a canção, porém a intensidade com que ela cantava me atingiu de uma maneira inexplicável.

I thought I had better things to do
Dancing but around the things I want to say that's true
But I can't see you
I can't see you

(Achei que tinha coisas melhores para fazer

Enrolando para dizer coisas que eu quero dizer, é verdade

Mas não consigo te ver

Eu não consigo te ver)

Sua voz falhou e então ela finalizou a musica, eu estava congelada no lugar. Só voltei a me mexer quando percebi que ela havia limpado uma lagrima solitária de seu rosto, resolvi fingir que tinha acabado de entrar, então voltei um passo e fingi abrir a porta.

- Espero não ter demorado! – digo entrando e ela se assusta. – Oh... Desculpa-me não queria te assustar.

- Ah... Tudo bem... Será que você poderia me passar as imagens depois? – ela perguntou e eu fiquei confusa – Eu preciso ir embora... Eu me esqueci de que havia combinado de almoçar com meus pais!

- Tem certeza?

- Sim, desculpe-me! – ela deixou o violão no sofá e se levantou – Eu realmente preciso ir.

- Tudo bem! – digo sentindo-me pior ainda, já que percebi que ela esta mentindo – Suas roupas estão dobradas lá no banheiro, fique a vontade!

- Obrigada, eu não irei demorar! – ela se retirou.

Sentei-me no sofá e fiquei encarando o chão, respirei fundo, admito que dei uma bola fora, mas eu preciso encerra o caso e ela me desconcentra, me desconcerta, me faz sentir coisas que eu não estou acostumada. Ela voltou já com a roupa trocada e com a bolsa na mão.

- Bem, eu já vou indo! – diz ela sorrindo fraco – Obrigada, por tudo e... Desculpe-me pelo trabalho que te dei... Talvez quando encerrarmos o caso do IV eu te pague outro jantar antes de você voltar para NY.

- Não se preocupe você não me deve desculpas! – falo com sinceridade – Eu me divertir... Eu realmente gostei da sua escolha.

- Sendo assim... Até amanhã! – ela falou já próxima a porta, me aproximei para abri-la – Nos vemos.

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