NÃO SE ESQUEÇAM DA ESTRELINHA ⭐️
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PIA
— Você quer casar comigo?
— Está falando sério?
— É claro que sim. Não quero mais perder tempo, tenho certeza sobre nós e você também tem, não é?
— Mariano é claro que sim. — Arregalo os olhos diante da aliança que ele me mostra entre os dedos.
— Então seremos para sempre, Maria Pia.
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Sento na cama num baque e minha cabeça roda junto com batidas frenéticas de dor que me tonteiam e fazem cair para trás de novo.
Faço um sinal de telefone com minha própria mão e modifico a voz falando para mim mesma:
— Alô Pia, aqui é a ressaca, bem vinda ao inferno otária.
Suspiro encarando o teto branquíssimo e o lustre lindíssimo. Onde por Cristo eu tinha me enfiado, Jesus? Minha memória era só uma nuvem vazia.
Sabia que depois da minha discussão com Luís e nosso milésimo término não tinha feito uma boa escolha indo me embrenhar em um bar lotado. E a decisão sensata era que eu devia ter ido embora depois que o Lico disse que não ia poder me encontrar. Mas eu fui embora? Claro que não. Eu não sou sensata!
Pra piorar um pouco tinha deixado um cara que eu nunca tinha visto na vida me pagar tantas cervejas até ficar bêbada como um gambá. E não satisfeita, no fim quando ele começou a me chamar para procurar um lugar mais "calmo" achei que era boa ideia ir tomando drinks que ironicamente se chamavam orgasmos.
Quem em sã consciência acharia uma boa misturar cerveja com aquela bebida de vodca e catuaba com fogo por cima? Ninguém. Quem poderia imaginar que tomar dois orgasmos iriam me deixar fora de órbitas? Todo mundo. Mesmo assim tomei dois seguidos, e depois disso minha mente entrou num limbo sem fim. O que tinha rolado ontem? Eu tava na casa do cara do bar?
Levo o braço para o meu redor tentando sentir se a cama estava amassada de modo que alguém tinha dormido ali, mas pelo jeito era só eu. Graças a Deus! Ainda usava minhas roupas da noite anterior o que era mais um ponto positivo.
Na mesa de cabeceira vi uma garrafinha de água e uma cartela de comprimidos para dor de cabeça. Agradeci silenciosamente a quem quer que fosse e mandei duas drágeas para dentro antes mesmo de me levantar sorrateira e pronta para escapar dali sem que quem quer que fosse a pessoa que tivesse me ajudado não me visse.
Minha bolsa estava jogada ao meu lado e pelo bom Deus não estava faltando nada.
Peguei meu aparelho celular vi que tinham exatas trinta e quatro ligações de Lico, sem querer causar mais pânico e levando em conta que já eram nove da manhã disquei seu número imediatamente.
— Quer me matar de susto, caralho? Porra Pia! Onde se meteu vagabunda?
— Bom dia Lico. Agradeceria se você não gritasse a senhora da ressaca tá tocando bateria na minha cabeça.
— É claro que eu vou gritar! Você desapareceu! O Luís ligou ontem e eu tive que mentir que você estava comigo. Você falou que ia pra casa quando eu disse que não ia conseguir ir te encontrar!
— Eu estou bem, Lico. Não pira tá? Só não sei onde tô no momento, mas estou bem, porque é limpo e o lustre lindíssimo. — Andei para perto da janela. — Tô vendo o mar, então devo tá no Rio mesmo, não fui sequestrada.
— Pia pelo amor de Deus, é pedir demais você ter um pouquinho de juízo? Eu sei que essa época do ano nunca é fácil...
— Lico para. — Respiro. — Escuta, eu não preciso de ajuda, vai ficar tudo bem. Eu vou pra casa agora e te ligo mais tarde, tá? Tô viva! Beijo, beijo! — Encerro a ligação e passo os olhos pelo quarto bizarramente chique e bem decorado. — Bom gosto do caramba.
Abro a porta dando de cara com um corredor. Ali tudo era muito cinza e o cheiro de limpeza misturado com um perfume amadeirado que eu jurava ser de algum modo familiar. Andei na ponta dos pés tentando fazer com que o salto não soasse muito alto. Cheguei até a sala e o que devia ser a porta de entrada era como a luz no fim do túnel.
Tentei por duas vezes puxar a maldita fechadura da porta da sala e digitei o número 0 algumas vezes e quando ousei colocar meu dedo para ver se havia alguma configuração para visitante um barulho me irritou.
— Mas que porcaria de fechadura que é essa? — Resmunguei e uma voz masculina que eu só escutava nos meus pesadelos vinda pelas minhas costas me fez dar um pulo e levar a mão no peito respondeu:
— Fechadura com senha de acesso. Bom dia, Pia.
Dei um gritinho junto com o pulo e soltei um afiado:
— Jesus!
— É melhor a gente deixar Jesus fora disso.
Girei o corpo para encontrar o dono da voz arregalando os olhos ao ver o homem parado a alguns passos de mim usando nada mais que uma calça de pijama que caía frouxa em sua cintura marcada pelos oblíquos e com o elástico da cueca Armani aparecendo.
Engoli seco quando meus olhos contemplaram a barriga trincada coberta por poucos pelos ralos e macios. Porra eu sabia que eram macios. Definitivamente não estava na casa de um desconhecido, conhecia muito bem o homem descalço a minha frente e com uma cara de tremendo deboche.
— Tito? — Arregalei os olhos chocada ao vê-lo cruzar os braços sobre o peito o que fez seus bíceps ficarem ainda maiores. Tá de brincadeira? Aquele desgraçado estava mais bonito do que antes. Vai tomar no cú! Ele já era pra estar velho. Ele tinha o que? Trinta e cinco?
— Presente.
— Achei que estava morando em Nova York? Como você veio parar aqui, ou melhor como eu vim parar aqui Jesus Amado?
Encaro o chão tentando me lembrar, começo a listar meus passos.
· Tinha ido para casa.
· Tomado banho.
· Avisado Lico que ia sair.
· Colocado a roupa mais piranha do meu guarda roupa.
· Pego um táxi.
· Chegado ao bar.
· Lico avisou que não ia
· Duas cervejas
· Conheci um cara
· Nove cervejas
· Três mojitos
· Dois orgasmos.
· Aceito o convite para ir para o lado de fora e começamos a nos pegar contra a parede. Depois disso... Branco.
— Quando foi que você voltou?
— Voltei ontem, vou assumir a Otto, meu pai vai se aposentar
Concordo me sentindo totalmente estranha e desconfortável.
— Caramba... legal. Eu não vejo seus pais fazem um bom tempo... achei que você tinha planos maiores que Rio. — Não consegui evitar o toque sútil de ironia.
E ele percebeu pois sutilmente deu um sorriso ardiloso.
— É e eu tinha, segui com eles nos últimos anos, mas voltar pra casa é bom, afinal a empresa é minha.
— Entendi. — Esfrego minhas mãos uma na outra. — Mas aqui, Tito, sobre a noite passada eu não me lembro de nada, dá pra me situar rapidinho antes de eu dar o fora?
— Não me choca você não se lembrar.
— Argh... eu peço desculpas desde já viu, só pode ser a merda dos orgasmos eu tava bem até os mojitos.
Tito fechou o semblante assim que minhas palavras saíram. Travou o maxilar e disparou:
— Gozar te causa perca de memória?
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Outra vez VOCÊ
RomanceLIVRO ÚNICO SERÁ POSTADO ATÉ O FINAL SLOW BURN MOCINHA PLUS-SIZE SECOND CHANCE Maria Pia Brandão e Tito Maldonado possuem um passado não tão bonito juntos, ele decidiu quebrar o seu coração quando escolheu seguir sua carreira e se manter um cafajes...