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NÃO SE ESQUEÇAM DA ESTRELINHA ⭐️

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PIA

Eu estava me debulhando em lágrimas quando ouvi uns latidos e logo depois uma batida na porta.

— Pia? Tá tudo bem aí?

— Sim! — Falei guardando tudo com certa pressa dentro da caixa. — Já estou saindo. — Vou para o banheiro e lavo o rosto tentando disfarçar o impossível, Tito saberia que eu teria chorado, mas ainda não era a hora de saber o porquê.

Se ele decidiu vir até aqui teria que respeitar isso, porque apesar de já sermos conhecidos de longa data nem sabia se ele era o burro xucro que Nano tinha citado, ele apenas tinha falado coisas iguais estavam na carta. Talvez ele seria mais um Luís em minha vida. Eu precisava agir com calma.

Quando voltei para a cozinha Tito me fitou de forma estranha, mas curiosamente ele não questionou nada. Ele me encarou uns segundos, pareceu engoli a vontade de questionar e de repente mudou de assunto apontando para Tosco esparramado no sofá da sala.

— Pelo amor de Deus, que cachorro feio que é esse Pia?

— Ei, não fale dele! — O repreendi ainda que sorrindo do jeito que ele se referiu ao cão.

— Ele é meio exótico. Parece que ele tá de peruca. Fala sério que raça é esse bicho? — Perguntou descontraído e eu enfim relaxei esquecendo que segundos antes estava prestes a explodir de chorar.

Cai na gargalhada enquanto Tito olhava o animal todo ressabiado nos encarando.

— Ele se chama Tosco e é um cão de crista chinês. Ele pode não ser muito bonito, mas é um ótimo companheiro, tá?

— Tosco? É ele me parece se encaixar nesse nome. — Se abaixou e chamou o bicho com um estalar de dedos. Ele veio todo animado para o seu lado todo manhoso aceitando carinho.

— Depois que você se acostuma ele não fica mais tão feio.

Tito se põe de pé e esconde as mãos nos bolsos da calça se aproximando de mim desconfiado.

— Eu... eu devo ir embora?

— Você já veio, vamos jantar, ora essa. — Desvio os olhos dos seus.

— Certo, posso usar seu banheiro antes?

— Ali é o lavabo.

— Já volto. — Avisou indo na direção e na volta me ajudou a arrumar a mesa. Arrastou a cadeira para perto de onde eu pretendia me sentar.

— Você tem vinho?

— Não, talvez eu tenha cerveja.

— Aceito.

— Você veio de táxi?

— Já mudou de ideia e está pensando em me mandar embora? — Se fez de ofendido chegando a levar a mão ao peito numa cena patética.

— Só não quero que você dirija depois de beber.

— Eu não vou dirigir então. Eu pego um táxi e busco o carro depois - fez uma careta patética - OU posso dormir no seu sofá, ou no chão da sala, ou junto com o Tosco, ou com você na sua cama por mim tudo bem... — Seu sorriso gigante me desafiou.

O olhei sentado descontraidamente em minha mesa de jantar e cruzei os braços. — Você não vai desistir, não é Tito?

— Não mesmo, prima. Como eu disse eu sou um novo cara.

Outra vez VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora