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NÃO SE ESQUEÇAM DA ESTRELINHA ⭐️

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TITO

— Quando eu tinha quinze anos acreditei que te amava. — Disse me olhando nos olhos e vi que ela engoliu seco. — E mantive isso até os dezoito, quando finalmente consegui o que sempre sonhava na minha adolescência. O que a gente viveu naqueles quase dois meses foi como um conto de fadas pra mim, e mesmo depois de você dizer que nunca íamos ter nada e logo depois ir embora do país eu continuei amando. Você foi minha primeira desilusão, Tito.

— Pia eu sinto tanto por ter te chateado...

— Não. Você não fez nada errado, eu realmente era insana, você agiu certo, depois eu entendi que eu precisava viver aquilo...

— Mas eu... — Tentei falar de novo e ela me interrompeu com um olhar de lado.

— Você quer saber ou não?

— Claro que quero. — Me calei percebendo que ela finalmente ia se abrir.

— Quando você foi embora eu conheci o Lico, a gente estava na mesma sala de cursinho e nossa amizade foi tipo, imediata, sabe? Lico foi meu protetor e companheiro, ele é meu irmão de alma de verdade. Mas antes de se tornar isso, a gente ficou junto, só pra curtir... na verdade ele queria curtir, eu queria te tirar da mente.

Suas palavras terminaram e eu que também estava bebendo um gole de vinho me engasguei na hora, comecei a tossir e ela se ajoelhou para dar batidas nas minhas costas.

Quando finalmente recuperei o fôlego soltei:

— Peraí! Eu pensei que ele era gay!

— Ele é bi.  E beija muito bem por sinal.

Pia piscou para mim que não disfarcei estar incomodado. Lico seu filho da puta...

Ela me ignorou e seguiu contando em como ela e Lico curtiram juntos. Em como ele a despertou, a fez se ver bonita, se interessar por tantas coisas.

— No meu aniversário de dezenove anos meu pai convidou algumas pessoas da empresa, foi quando eu o conheci.

Seus olhos começaram a marejar quando emendou:

— Mariano e eu não nos damos bem de primeira, eu ainda estava arisca, resquícios do que tinha acontecido com você.

Ela soou divertida, mas eu não conseguia disfarçar o quanto estava tenso, não consegui nem fingir um sorriso.

— Ele era demais, mas também era mais velho, como você... Porém depois daquela noite mantivemos contato, a gente começou saindo por sair e de repente eu o amava. Mariano sempre reparou em tudo que eu dizia, e levava a sério, sabe? Uma vez estávamos na sua casa assistindo comédia romântica que era meu tipo de filme preferido, e então a namorada dava um cão de crista chinês de surpresa para o namorado.

— Como perder um homem em dez dias?

— Você assistiu?

— É, eu assisti. — Dei um sorriso carregado de ciúmes porque não conseguia me controlar.

— Na época questionei o quanto o cão era feio, mas parecia muito dócil... ele se lembrou disso, se lembrou mesmo depois de morrer.

— Como assim?

— Mariano me deixou alguns presentes. Ele sabia que sua vida estava chegando ao fim, passei alguns meses recebendo a cada dia dezoito que foi o dia de seu falecimento um presente. Entre estes veio o Tosco.

Outra vez VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora