Descobertas

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Sete dias após o aborto, poderia se dizer que Katherine já estava muito melhor, ainda de repouso, mas melhor. E mesmo com algumas limitações, a vida dela voltou a normalidade. A princesa fazia alguns passeios, recebia visitas e escrevia suas cartas com as amigas. Era quase que o normal.

— Ainda me sinto muito ruim por fazer vocês ficarem longe de suas famílias.— Ao lado de Katherine, deitada na cama, estavam suas amigas.— Logo será Natal, mas vocês estão comigo.

— Não foi sacrifício nenhum, Katherine.— A Srta. Caroli respondeu doce. Como seria para ela? Ollerton Hall ficava apenas no outro lado do condado.— Todas viemos de boa vontade.

Lady Courteney e Grace, agora Lady Pembroke, assentiram em concordância. Faltava apenas Lady Lennox, mas ela estava em Warwickshire cuidando do pai, o conde Baster, que estava doente em Rocheberry Manor.

Sentado perto da lareira do quarto, Wilhelm deu um pequeno sorriso. Katherine realmente já estava muito melhor, no momento ela escrevia cartas.

— Mas ainda assim eu me sinto ruim.— Colocando uma carta finalizada no envelope, a princesa comentou.— Principalmente você, Grace. Recém-casada, mas cuidando de uma inválida.

O tom levemente dramático dela tirou alguns risinhos do príncipe, mas ninguém percebeu, ou melhor, ela percebeu, mas não falou nada. Curioso isso.

— Somos amigas, Katherine, em momentos como esse devemos nos ajudar.— Havia doçura e sinceridade nas palavras da baronesa.— Como Josephine disse, não foi um sacrifício. Pelo menos adiantei logo essa tortura com Henry.

O casamento. Lady Pembroke iria casar com Lord Pembroke apenas em janeiro, mas eles adiantaram o casamento.

— Ainda não entendo como seu irmão conseguiu uma licença especial tão rápido.— Balançando a cabeça, Lady Courteney comentou.

— Meu padrinho é o duque de Somerset.— Com uma risadinha travessa Grace respondeu.— Foi assim que conseguimos a licença.

— Eu agradeço de qualquer forma. Estou sendo muito bem cuidada.— Embora não diretamente, Wilhelm sentiu que isso também foi direcionado a ele. Katherine sorriu.— Vamos continuar? Não quero ficar escrevendo cartas para sempre.

As três damas riram junto com a princesa e logo voltaram a escrita. Wilhelm... ele estava feliz que Katherine reconhecia seus esforços em cuidar dela. Não era um trabalho muito fácil, e por algum motivo ela estava muito calada, mas a princesa reconhecia e era grata.

— Logo a rainha da França, sua prima, terá um tão esperado filho.— Sendo tirado de seus pensamentos por Lady Courteney, Wilhelm voltou sua atenção a esposa.— Seria bom você escrever para ela, Katherine. A rainha e a marquesa já farão isso, mas nada impede a princesa Wilhelm de fazer o mesmo.

A realeza europeia era tão estranha. A França e a Grã-Bretanha estavam em guerra, mas as consortes desses dois países continuavam a trocar correspondência. Poderia causar problemas, mas era assim que funcionava. Wilhelm balançou negativo a cabeça.

— Escreva o seguinte a rainha da França: Desejo a amada prima a maior felicidade. Que nasça um belo gordo Filho da França, cheio de saúde e... vigor...— A princesa parou tentando pensar em mais a dizer.— Será que já não está bom?

As quatro riram juntas da sugestão. Revirando os olhos, Wilhelm tentou voltar a ler o livro que tinha consigo. Era uma tal de Evelina, um romance epistolar. Como isso chegou nas mãos dele? Era um mistério.

— O primeiro filho da rainha da França vai nascer, Katherine.— Ainda rindo, a Srta. Caroli repreendeu a princesa.— Seja mais... sensível.

— Estou sendo muito sensível com esse nascimento.— Analisando algumas outras cartas, Katherine ficou em silêncio por um momento. Até que um brilho surgiu em seus olhos.— Falando em nascimento, amanhã é seu aniversário, Wilhelm.

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