Despotismo Escondido

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Havia acabado enfim. Eles acabaram o que deveriam fazer no salão. Era um alívio. Com isso todos voltaram para seus aposentos em Bristol House ou para onde estava hospedados. E graças a Criador, Bravandale foi com esse segundo grupo, para Deus sabe onde. Se bem que os Berkeley eram de Bristol e Gloucestershire ficava do lado do condado.

Que seja. Assim que o duque despediu-se, Wilhelm suspirou aliviado com essa libertação. Que homem desagradável era James Berkeley, era impossível não odiá-lo. E essa paixão que ele tinha por Katherine? Era ridícula, e em um nível tão alto, que o dumm via-se na necessidade de competir pelo amor de Katherine, mesmo ela já tendo um favorito: o sueco.

De qualquer forma, foram duas horas insuportáveis, sem dizer cansativas também. Quando o casal Bristol entrou no quarto que havia sido preparado para eles, Wilhelm foi logo para uma poltrona. Ele estava terrível e o mesmo poderia se dizer de Katherine.

— Não me lembrava de uma noite tão cansativa quanto essa.— Não conseguindo resistir, o príncipe sorriu. Então por que ela permanecia em pé?— Mas o conde von Heingein me lembrou que tenho de conhecer mais meu principado.

— Para mim ele parece ser um pomposo idiota. Talvez até libertino.— Era uma surpresa ele ainda não ter sido dispensado.

— Você achou? Eu gostei dele.— Que surpreendente, no caso Katherine tê-lo escutado. Ela virou-se e começou a procurar algo na penteadeira.— Embora ele realmente seja um libertino. Von Heingein aceita e dá prazer para qualquer um, não importa quem, ou o que, seja.

— E como você sabe disso? Quem falou?— Embora Wilhelm realmente tenha percebido o persistente olhar do conde não apenas nela, mas nele também.— Poderia ser uma mentira.

Parando um momento sua busca, Katherine encarou ele e deu de ombros. Era tão indulgente. Suspirando cansado, o príncipe fez um pouco de esforço para tirar o sapato.

— Ouvi de alguém, não lembro exatamente quem. Você sabe que as pessoas me falam muitas coisas, até mesmo indiretamente. Me consideram uma tola, idiota e fútil que não entende nada.— Katherine esqueceu do "preocupada apenas com a aparência".— Além do mais, não percebeu como ele te olhava, Wilhelm? Von Heingein parece ter gostado de você.

Para isso Wilhelm não tinha coragem alguma de rir. O olhar do conde era... insistente. Mas passando isso, o príncipe voltou a olhar para a esposa, ela agora estava procurando algo na caixa de joias.

— Engana-se, Katherine. Ele estava dividido.— Parando sua busca, a princesa encarou o marido confusa. Wilhelm sorriu irônico e acrescentou:— Dividido entre minha grandeza e sua desenvoltura.

A princesa piscou confusa e quando entendeu as palavras do marido, sorriu sarcástica.

— Realmente, talvez ele quisesse ver como é sua grandeza e minha desenvoltura.— Agora Wilhelm quase riu. Que piada mais indecente.— Seria você atrás e eu na frente, ou um atrás do outro?

— São tantas possibilidades, não?

Segurando o máximo possível, o príncipe sugeriu divertido. Negando a cabeça, Katherine voltou a sua caixa, era perceptível que ela ria.

— Você parece ter gostado do assunto, Wilhelm.— Ele fez uma dramática careta, mesmo que Katherine não estivesse olhando.— Estou errada?

— O conde não faz meu tipo.— Estava longe de fazer. Um maligno pensamento veio a Wilhelm, então ele acrescentou:— Tenho uma preferência por curvas definidas e seios, principalmente os grandes, cheios e redondos.

Agora a atenção de Katherine foi fisgada. A princesa encarou o marido com seriedade. Não era ela que Wilhelm estava descrevendo, não era ninguém em específico na verdade. O olhar da marquesa era de matar, quase literalmente de matar, o príncipe quase que sentia-se ameaçado. Era muito tarde para dizer que ele achava as mãos e pernas dela um espetáculo?

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