Alguém como VOCÊ

VI - Angel

Victor parecia perplexo com o que eu havia dito. Sua atitude me incomodou um pouco. O que ele achava?
- O que você acabou de ouvir. - Respirei fundo. - Eu sou virgem.
Eu ainda estava tentando me recuperar de seu toque. Eu nunca tinha sentindo nada parecido e quando ele parou, eu me amaldiçoei por ter dito a verdade.
- Angel... - Seus olhos se fecharam. - Deus, você jura que ninguém nunca te tocou?
- Não. Por que você está duvidando?
Vi a forma como seus músculos se flexionavam conforme ele movimentava os braços enquanto esfregava o rosto. Isso era tão excitante.
- Você... - Ele parou e olhou novamente para o meu corpo. - Você é linda! Meu Deus, você não pode está falando sério.
Fiquei sem ação enquanto minha mente processava suas palavras. “Linda.” Ual! - Mas estou.
- Nessa boate que você dança...
- Hm?
- Eles...
Esperei ele terminar, mas seus olhos e sua falta por palavras certas me fizeram entender.
- Não. Ninguém pode me tocar.
Acho que tive a percepção de que um fio de alivio saiu de seu rosto.
- Você não pode continuar trabalhando lá.
- Mas eu preciso.
- Do que você precisa? - Ele caminhou até meu banheiro e voltou com um roupão. - Veste isso. Está difícil de conversar com você vestida desse jeito. - Peguei o roupão e o enrolei em torno de mim. - Angel, mais cedo ou mais tarde minha mãe vai descobrir sobre esse seu “emprego”. Além do mais, você é... virgem, e... e... Deus, eu não posso deixar você continuar fazendo isso.
- A questão aqui não é você.
- Eu não sou cego, caramba. Você não volta a trabalhar nessa boate.
- Você nem sabe onde é.
- Não importa.
- É uma boate social e não “qualquer boate” onde as mulheres fazem estripes e tudo mais. Lá, eu apenas danço.
- Enquanto os homens “casados" provavelmente pensam coisas imundas. - Eu sabia que alguns eram, mas nem todos. - Deus mulher, você não pode voltar lá.
- Você não pode me obrigar a não ir.
- Angel... - Ele suspirou. - Se você voltar lá, minha mãe terá que ficar sabendo. Posso não te conhecer suficientemente bem, posso não poder ter obrigar a não ir, mas eu posso dizer a ela e tenho certeza que isso ela não permitirá.
- Qual é o seu problema comigo? Me deixa em paz, caramba. Você nem sabe o que eu fazia antes de vir morar aqui.
- Você tem ideia de que se algum dos meus amigos te virem lá, ou se alguns desses homens importantes souberem que você mora com a minha mãe, vai denegrir a imagem dela?
Então era disso que se tratava? Imagem?
- Eu não havia pensado nisso.
- Pois pense.
Por um momento eu achei que ele queria me proteger.
- Victor... - O chamei antes que ele pudesse sair.
- Hm?
- Se eu não fosse virgem... você se importaria com esse trabalho?
Ele andou até mim e aproximou o rosto bem junto do meu me deixando entorpecida.
- Angel, entenda uma coisa. Eu não me importo com a sua vida, nem com o que você fazia com ela. Eu só não quero que minha mãe saia prejudicada por alguém, cuja gratidão deveria ser eterna.
Essas palavras doeram fundo. Senti vontade de chorar, mas engoli a dor.
- Por que você me tocou? - Perguntei antes que eu pudesse me conter. Eu precisava saber.
Ele deu de ombros. - Você é mulher, mas eu não sabia que era virgem. - E com isso saiu.
Encostei a cabeça no travesseiro e apertei meu corpo contra mim. Choraminguei me sentindo uma idiota. Eu deveria saber que se tratava de diversão. Tinha dado uma parte de mim que homem jamais havia tocado. Nem Luke que tentou como um louco, e aí chega esse filho da mãe, lindo e consegue me fazer abrir as pernas como se eu não valesse nada. Mas era nesse ponto em que morava o problema. Não fazia nem uma semana de convivência e eu já estava assim? Respirei fundo. Isso estava indo rápido demais. Homem nenhum sentia amor da noite para o dia. Oh, espere! Amor? Do que eu estava falando? Amor e Victor com certeza estava fora de cogitação. Pelo pouco que conheci dele, percebi que tudo se tratava apenas de sexo. Levantei manhosa e fui tomar um banho. Eu teria que resolver sobre outro emprego amanhã mesmo. Não queira que a Sra. Banning se decepcionace comigo.