Fiquei sem graça quando a Sra. Banning mandou eu escolher um dos quartos. Todos eram lindos e já que eu tinha a opção, resolvi escolher um com janelas de vidros que iam do chão ao teto, onde consegui ter total vista de Seattle. Era incrível!
- Boa escolha. - Tomei um susto quando virei e vi a Sra. Banning entrar com uma bandeja nas mãos. - Desculpe, eu não quis assustá-la.
- Não assustou. - Sorri.
- Trouxe algo para comer. Você deve está cansada e com fome.
- Um pouco.
- Tome um banho e coma. Amanhã você desfaz as suas coisas.
Fiquei olhando para ela. - Muito obrigada.
- Não por isso.
- Não. Obrigada por tudo que está fazendo.
- Eu quero cuidar de você, já que não tive a oportunidade de cuidar de sua mãe quando ela mais precisou.
Abaixei minha cabeça entristecida, mas logo ergui meu olhar e sorri. Eu não iria perguntar o porquê de ela achar que deveria ter feito algo.
- Vou desfrutar de seu maravilhoso banheiro. Aquela banheira é um paraíso.
- Espero que sim. - Sorriu. - Aproveite. - E me deu um beijo na cabeça, em seguida, saiu fechando a porta.
Devo ter pedido a noção do tempo enquanto eu desfrutava de uma água incrivelmente deliciosa, quentinha e relaxante, porque assim que vi meu dedos engilhados, tive que sair. Vesti uma calcinha shortinho e coloquei um blusão branco. Sentei na cama e minha boca salivou quando bati meus olhos em uma bandeja repleta de carboidratos e um suco incrivelmente delicioso.
Já estava tarde quando fui me deitar. Eu não conseguia dormir, então fiquei olhando como Seattle brilhava perante as luzes da cidade. Uma vista linda que eu nunca tive a oportunidade de conhecer. Meu peito encheu de tristeza com o pensamento de que queria que minha mãe tivesse visto também. Fazia apenas horas que não estava mais com ela e a saudade já estava me apertado fundo. Saber que nunca mais a veria, doía sem explicação.
Fui interrompida de meus pensamentos quando escutei passos e risadas no corredor. Abri a porta lentamente para não fazer barulho e tive um vislumbre de algo que me chocou. Era o filho da Sra. Banning beijando uma loira, muito bonita.
Senti um calor percorrer meu corpo quando o vi tirar a camisa. Ele tinha um corpo esculpido, feito àqueles atores de Hollywood. Todo sarado, definido e lindo. Deus, ele era lindo!
- Quem é você? - Pulei em um susto e envergonhada por ter sido pega bisbilhotando. A peituda oxigenada me pegou em flagrante.
Abri a porta corando.
- Eu... Me desculpem. Não foi minha intenção atrapalhar. Eu só não consegui dormir e daí comecei a escutar um barulho, então...
- Você veio ver. - Ela concluiu.
- Sim... Não... Quer dizer, eu vim ver o que era, mas não quis ver vocês... É... - Enrolei-me toda e amaldiçoei por isso.
- Tudo bem, eu entendi. - Sorriu. - Mas quem é você, porque eu nunca te vi por aqui?
- Ela é uma hospede da minha mãe. - Victor disse me entorpecendo com sua voz um pouco rouca.
- Você é bonita.
- Obrigada. - Enrubesci sem saber o que fazer. Ninguém nunca tinha me dito isso assim do nada. Quer dizer, ninguém, mulheres. Já ouvi muitas cantadas barata de homens rabugentos enquanto trabalhava no bar. - Boa noite. - Eu disse voltando para o meu quarto, mas não antes de perceber que os olhos de Victor percorreram o meu corpo quase nu. Ah merda, eu havia me esquecido das minhas roupas.
Fui para cama enquanto meu coração palpitava e respirei fundo. Ok, eu não precisava me sentir atraída por ninguém agora. É só respirar. Foi o calor do momento, não deve ser nada demais. Mas aquele corpo, aqueles olhos. - Oh meu Deus, não me deixe sentir atração por ninguém. - Sussurrei não querendo que acontecesse comigo o que aconteceu com minha mãe quando se apaixonou por um vagabundo qualquer. Um que nunca nos procurou e nunca nem quis saber da minha existência.
Deitei a cabeça no travesseiro quando uns pingos de chuva começaram a bater no vidro formando uns desenhos manchados e em meus olhos as pálpebras começaram a pesar.
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Alguém como VOCÊ
De TodoATENÇÃO!!! Este livro está registrado na biblioteca nacional e é protegido por Lei n° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Se alguém copiar, plagiar ou mesmo insinuar que está estória não é minha, eu tenho como provar a originalidade da mesma. No C...