Maktub | Simoraya

Se fosse hoje, a gente dava certo?

Pra comemorar um ano da eleição do papai Lula, vamos de eleição? 👀🤞🏻

Já consigo sentir o cheirinho de dias de glória, hein...

Músicas de hoje: Nosso Quadro - Ana Castela e Depois - Marisa Monte. É só pedrada!

Enfim, boa leitura!
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Play Nosso Quadro - Ana Castela

POV Soraya Thronicke

Quando a saudade se faz presente, é como se o tempo se curvasse, trazendo de volta risos, abraços e palavras trocadas. É um sentimento complexo, que mistura alegria e tristeza, um doce amargor que nos faz recordar com carinho o que já foi vivido.

Às vezes, a saudade nos faz desejar voltar no tempo, reviver momentos que se tornaram preciosos demais para serem deixados para trás. É como se o passado se tornasse um lugar visitável apenas na memória, mas onde nossos corações ainda habitam.

— Oi! — Disse após alguns segundos, minha voz, assim como o meu corpo, estava trêmula.

— Sou eu, Simone... — Ela disse e me deu vontade de rir. Ela realmente pensou por algum momento que eu não reconheceria sua voz?

— Eu sei, é que são quase duas da manhã... — Disse, mas a verdade era que eu pouco me preocupava com o horário, mesmo tendo que acordar cedo no dia seguinte. Ouvir sua voz, mesmo após anos de distância, ainda me trazia conforto.

— Me desculpa, é só que... Não sei, eu me surpreendi quando vi a notícia da sua "candatura" , pensei em ligar, desisti, pensei de novo, desisti de novo, enfim, aqui estou eu. — Ela disse.

— Como conseguiu meu número? — Perguntei.

— Ah, minha assessora conseguiu falar com uma pessoa da sua campanha. Acho que eles me passaram por acharem que eu iria te oferecer apoio na sua campanha ou algo assim. — Ela respondeu.

— E você vai? — Perguntei após alguns instantes de silêncio.

— Eu... — Antes que Simone pudesse completar a frase, ouvi o barulho dos passos de César na escada, então retirei o celular do ouvido e me virei para olhá-lo.

— Quem é maluco o suficiente pra estar ligando essa hora? — Questionou esfregando os olhos.

— Era... O... Era o Roberto. — Disse.

— E o que ele queria? Ele sabe que você vai acordar cedo e fica ligando essa hora. — Ele disse indo até a cozinha pegar água.

— Só avisar uns detalhes de amanhã, nada demais... Já tô indo tomar um banho rápido e dormir. — Disse e fui em direção à escada, quando chequei o celular, a ligação tinha sido encerrada por ela. Meu passo seguinte foi reabrir a porta para o passado entrar: salvei seu contato.

[...]

O tempo parecia não passar, a noite parecia eterna, meu corpo, apesar do cansaço, já não sentia sono e a causa disso tinha nome e sobrenome: Simone Tebet.

Vendo que César, já estava dormindo, peguei a caixa que guardava escondida e retirei de lá o colar que Simone havia me dado com aquela maldita carta, juntamente com uma de nossas fotos. Nela eu estava fazendo uma careta e Simone me olhava com um olhar e um sorriso apaixonado. Será que se fosse hoje, a gente dava certo?

Play Depois - Marisa Monte

Flashback On

— Já pensou a gente morando numa casinha na praia? Bem longe de toda loucura da cidade. Ver o nascer e o pôr do sol todo dia, deitar numa rede, tomar água de côco... — Simone disse enquanto fazia cafuné na minha cabeça, deitada na cama.