Florzinha

811 84 56
                                    

Esse é o penúltimo capítulo da nossa história e eu estou muito feliz por ter chegado até aqui junto com vocês, de verdade, mas vamos deixar as despedidas para o próximo, não é?

Esse é mais um daqueles capítulos cheio de coisas reais misturadas com as coisas que a minha cabeça inventa, espero que se divirtam!

Boa leitura, galera!
__________♡__________

POV Soraya Thronicke

Com a agilidade que uma campanha eleitoral demandava, Simone havia marcado o jantar com a chamada "frente ampla democrática" para o dia seguinte e aqui estava eu, completamente pronta para sentar-se a mesma mesa que Lula, o homem que eu já havia chamado muitas vezes de ladrão.

Ao entrar na imponente casa de Lula, não pude deixar de me questionar sobre como eu, Soraya Thronicke, a ferrenha defensora de valores conservadores, estava prestes a sentar à mesa com o "cachaceiro" e sua turma. No entanto, me lembrei que Soraya e conservadorismo já não se encaixavam na mesma frase há algum tempo. A ironia da situação me fazia sorrir por dentro, enquanto tentava manter a compostura do lado de fora.

Lula nos recebeu com um sorriso caloroso, como se estivéssemos em uma reunião informal entre velhos amigos. Não pude evitar uma troca de olhares com Simone, que parecia tão perplexa quanto eu.

— Sejam bem-vindas, queridas! Sintam-se em casa. Janja, Alckmin, sentem-se, por favor. A noite promete ser interessante! — exclamou Lula, conduzindo-nos até a mesa elegantemente preparada.

Durante o jantar, me esforcei para manter a leveza da conversa, embora a ironia percorresse cada palavra que eu dirigia a Lula. A situação era surreal, mas eu estava decidida a aproveitar a oportunidade para garantir o comprometimento dele com a condição imposta.

— Então, Soraya Trambi... Troni... Soraya! Soube que tem interesse em também integrar nossa grande frente ampla democrática, isso é verdade? Pois pra mim seria um prazer indescritível tê-la ao nosso lado. — O petista falou, era bom em convencer.

— Bem, Lula, é inegável que a democracia precisa de diálogo e união, mesmo entre opiniões divergentes. Estou aberta à possibilidade de colaborar, mas tenho uma condição que considero crucial para a nossa parceria ser produtiva. — Disse, mantendo um sorriso educado.

— Estou ouvindo, Soraya. Diga-me qual é a condição que você considera crucial para seguirmos juntos nessa frente ampla. — Lula respondeu, demonstrando interesse.

— Simone tem uma experiência valiosa e um papel crucial em nossa trajetória. Gostaria de vê-la desempenhando um papel de destaque em nossa colaboração, como em um ministério. Isso é uma condição pessoal minha, pois acredito que sua presença ativa pode agregar muito ao projeto. — Expressei minha condição de forma direta, assegurando que a importância de Simone fosse reconhecida.

— Entendo e concordo, Soraya. Simone, o que acha disso? — Lula dirigiu-se a Simone, mantendo um tom conciliador.

— Presidente, lhe apoio porque amo a democracia e sempre estarei onde o Brasil precisar de mim, independente de cargo. Eu estou pronta para voltar pra casa, para a sala de aula, não quero ministério. — Simone disse e eu quis revirar os olhos pro seu fingimento.

— Minha filha, deixa eu te dizer uma coisa. Eu aprendi na minha vida que a gente, na política, não fala mais do que precisa, porque depois pra desdizer o que disse é muito complicado. Dito isso, se eu for eleito Presidente da República, Simone Tebet vai ser ministra! — Lula disse e eu pisquei discretamente para Simone, que riu.

Maktub | SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora