Fins e recomeços

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Trouxe mais um capítulo pra finalizar a semana. Esse é um capítulo de transição, por isso é um pouco menor, mas acredito que vocês vão se surpreender com a reação do querido.

Boa leitura e bom final de semana!
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— Precisamos conversar! — Ele disse.

Nada falei, apenas continuei andando e sentei na cama, revezando o olhar entre as fotos e seu rosto, esperando que ele iniciasse a conversa.

— Como foi a viagem? — Perguntou.

— Boa. — Me limitei a dizer.

— Ok... Você estava mesmo sozinha, Soraya? — Ele questionou. Era meio óbvio que ele já tinha juntado as peças, mentir nesse momento seria assinar meu atestado de desonestidade.

— Não. — Respondi.

— Certo... Vou reformular a pergunta, Simone Tebet estava com você nessa viagem? — Ele perguntou, sua face havia tomado um semblante de tristeza.

— Sim... — Falava firme, mas por dentro queria chorar. Passei a viagem inteira me preparando para contá-lo a verdade, mas não me preparei para encontrá-lo já sabendo tudo.

— Você tem dois minutos pra me contar essa merda toda, Soraya, tudo. — Ele disse me olhando.

— Ok... — Respirei profundamente antes de iniciar. — Anos atrás, quando brigamos e eu saí de casa, Simone me acolheu, me ofereceu abrigo na sua casa por alguns dias e eu acabei nutrindo sentimentos por ela. Aconteceu, ficamos juntas por algum tempo, mas tudo acabou de uma forma muito estranha, Simone simplesmente teve que se afastar de mim e tudo terminou. Desde então eu a evitei, mesmo sabendo que ela tentava me procurar, a evitei a todo custo, até chegar no Senado. César, eu sei que eu não tenho o direito falar isso e de te machucar assim, mas eu não pude evitar sentir novamente, estava pronta pra chegar aqui e te contar toda a verdade, mas não esperava que o universo fizesse isso por mim. Talvez você nunca me perdoe, e é compreensível, mas eu espero um dia ser merecedora desse seu perdão. — Disse em meio as lágrimas.

— Isso tudo é... Muito confuso, muito chocante pra mim. Eu nunca imaginei isso, Soraya, nunca, mas agora se justifica todas as vezes que você mudava quando o assunto era ela, todas as vezes que você ficava nervosa e evitava conversar sobre política se tivesse o nome dela no meio, tudo agora faz tão sentido. Sinceramente, eu me sinto um idiota, um idiota mesmo por não ter percebido antes, estava na minha cara e eu não vi... — César disse limpando as lágrimas que desciam no seu rosto. — Mas, Soraya, quando eu te pedi outra chance, falei que tinha mudado, tudo aquilo era verdade, eu não quero ser a pessoa que vai te prender se você não está mais feliz, se não é a mim que o seu coração pertence. Você me perdoou lá atrás, mesmo com todas as merdas que eu fiz, não posso dizer que não estou magoado, óbvio que estou, mas eu te perdoo, Soraya. Eu espero que você possa ser feliz, que vocês duas possam ser felizes... Só, por favor, toma cuidado com tudo isso, não quero que você se machuque.

— Posso te dar um abraço? — Falei e César deu um sorriso, afirmando que sim. Então me levantei e fui até ele, o abraçando.

— Vamos assinar esse divórcio, ok? Mas vamos fazer com calma, vou achar um jeito de ser da forma mais privativa possível, podemos manter o casamento pra a mídia se você achar que é necessário, estou disposto. — César disse e eu fiquei surpresa com a forma com que ele estava lidando com tudo isso.

— Tudo bem, acho que talvez seja a melhor decisão. Me desculpa tudo isso, novamente. — Falei e ele deu um beijo na minha cabeça.

— Amigos? — Ele falou.

Maktub | SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora