Então é Natal

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Depois de um momento sabático obrigatório por questões de fim de semestre, apareci com um capítulo cheinho de fofura, juro.

Entrando no clima natalino (valeu natalina), trouxe uma atualização de um Natal atípico, mas, obviamente, cheio de amor.

A música de hoje é Stand By Me - Ben E. King. (No momento indicado)

Boa leitura, amores!
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POV Simone Tebet

Com a chegada da vacina no Brasil e uma pequena trégua nos casos de Covid-19, os aeroportos voltaram a funcionar aos poucos, então eu e Soraya encontramos uma brecha para que ela pudesse vir para Brasília.

Após meses sem vê-la, a sensação era de ansiedade, nervosismo, tal qual uma adolescente prestes a encontrar seu amor pela primeira vez. Era véspera de Natal e seria a primeira vez que passaríamos essa data tão especial juntas, em uma situação incomum, é verdade, mas ainda assim era palpável o brilho que teria esse momento.

Depois de preparar a ceia, organizar o apartamento e fazer uma decoração improvisada com direito a árvore de Natal e luzes, foi a vez de cuidar do pequeno presente que daria a Soraya, enquanto esperava a mesma chegar.

— Oi, lindinha! Como você está, hein? — Afaguei cuidadosamente a pequena cachorrinha que andava pelo apartamento. Era uma filhote de Yorkshire apaixonante. Tinha certeza que Soraya a amaria. — Daqui a pouquinho sua outra mamãe vai chegar, mas você tem que preferir a mim, viu? Só não conta pra ela, porque ela fica brava.

"19:43 Amor ❤️: Estou aqui, amor!"

Recebi a mensagem de Soraya e logo peguei a filhote nos braços para escondê-la no quarto de hóspedes até o momento certo. Coloquei nela o pequeno lacinho que havia comprado e encostei a porta.

Fui em direção a porta de entrada do apartamento tremendo, minhas mãos suavam e cada passo parecia durar uma eternidade. Quando a porta se abriu, dei de cara com uma Soraya de olhos apertados, com seu sorriso escondido sob a máscara e com duas malas em suas mãos. Seu cabelo estava mais longo e mais escuro, provavelmente pelo tempo sem ir ao salão, mas ainda assim, estava extremamente linda.

— Não posso te abraçar agora, apesar de querer muito, muito, muito! — Ela disse e eu concordei fazendo biquinho.

Ela largou as malas na sala e saiu correndo para o banheiro, me fazendo rir. Depois de dez minutos, voltou, trajando apenas uma toalha, correu em minha direção e literalmente pulou em cima de mim, me abraçando. Tê-la novamente em meus braços causava em meu peito a sensação de alívio, de felicidade e de plenitude. A sensação de que eu abraçava o mundo, o meu mundo. Com o seu abraço, senti a esperança e a promessa de dias melhores, como nunca antes havia sentido.

— Nem acredito que estou em seus braços agora, meu amor, eu estava tão preocupada, com tanta saudade, com medo... — Soraya disse com a voz melancólica.

— Shhh... Estamos juntas agora, tá bom? Não vou te largar por nada. — Disse e afaguei seu cabelo, sentindo sua respiração acalmar.

— Como pode... Você tá mais branca que o normal, Simone. — Ela disse, me soltando e rindo.

— E você mais engraçadinha que nunca, né, dona Soraya? — Respondi cruzando os braços.

— É meu jeitinho de te amar... — Ela disse e piscou. A puxei pelo braço, fazendo ela se aproximar novamente de mim.

— Tava morrendo de saudade disso e desde que você entrou por aquela porta eu não penso em fazer outra coisa... — Falei e Soraya sorriu.

— E por que não faz, Simone Tebet? — Ela disse e foi o necessário para que eu colasse nossos lábios, fazendo percorrer entre nossos corpos um choque de adrenalina. O beijo, recheado de saudade, era o mesmo, nada havia mudado, nossas línguas se emaranhavam como se fossem conhecidas de outras vidas.

Maktub | SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora