Depois de tudo o que passaram, os cavaleiros acham que podem viver tranquilamente com suas famílias, mas antes da tempestade vem a calmaria. E agora, só resta para seus filhos enfrentar um grande problema e continuar o legado da família.
Após ameaça...
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Sangue. Todos nós temos isso correndo por nossas veias. Sangue vermelho e quente. É isso que está começando a virar a cara do menino que Dag está espancando. Uma poça de sangue vermelho e quente.
As pessoas em volta de mim gritam, ou de desespero, ou para encorajar meu irmão. Eu só fico encarando o rosto do garoto que chamou Fane de "gayzinho" quando eu e Dag aparecemos com ele depois de sua aula de ballet. O próprio Fane disse que mataria o garoto, mas tinha uma apresentação se aproximando e não podia estar com os nós das mãos fudidos. Dag não pensou duas vezes antes de aproveitar a oportunidade.
Por um segundo, queria que Madden estivesse aqui. Ele não iria separar a briga, mas iria saber como eu odeio ver sangue, especialmente em rios, desse jeito. Apenas ele sabe. Apenas ele estava lá na noite em que fomos levados. Apenas ele fez algo para nos salvar, matando aqueles que me machucaram, e eu só fiquei vendo, suas mãos sendo manchadas de sangue.
— Tavi! — Ouço Seg gritando perto de mim. Ele está com a expressão assustada, mas acho que é mais pelo choque de uma briga repentina, mesmo não sendo surpresa que um Torrance esteja envolvido nela — Vamos embora antes que a diretora chega. Não vai querer outra detenção em menos de uma semana.
Ele está certo. Eu já tinha uma detenção por gritar com um professor. Estar envolvida em uma briga não vai me ajudar muito. Mas não parecia certo deixar meus irmãos ali.
— Eles sabem se cuidar — Seg diz, parecendo saber o que estou pensando, pegando minha mão.
Saímos correndo em direção ao carro de Seg que seu pai lhe deu no seu último aniversário. Era um Maserati Levante, e lembro da felicidade do garoto quando ganhou. Também lembro de uma discussão de Will com Emory sobre dar algo tão caro para um garoto de 16 anos, e que ele tinha que conquistar suas coisas. Mas não sei como, Will ganhou essa, dando o carro para o filho.
— Quero só ver o que seu pai vai achar disso quando eles chegarem em casa — Seg fala já saindo do estacionamento.
— Como se meu pai ligasse para essas coisas — reviro os olhos.
— E o que sua mãe vai achar?
— Agora sim eles vão estar encrencados — digo rindo, lembrando dos vários sermões que minha mãe deu nos garotos.
As ruas de Thunder Bay passaram com rapidez, e logo vi minha casa. Seg sempre fica aqui depois da aula porque quer dar um tempo de meninas para as irmãs. Mas ele diz que é por causa da minha companhia.
Entramos correndo pelo salão de entrada, querendo subir para os quartos sem sermos vistos, mas não conseguimos.
— Filha?
Ouço a voz do meu pai da sala, onde minha mãe está com a cabeça deitada em seu colo, dormindo.
Nós dois paramos no arco da sala, apenas esperando as próximas palavras dele.