Depois de tudo o que passaram, os cavaleiros acham que podem viver tranquilamente com suas famílias, mas antes da tempestade vem a calmaria. E agora, só resta para seus filhos enfrentar um grande problema e continuar o legado da família.
Após ameaça...
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Minha filha está na minha frente, parecendo a mesma menininha de sempre. A única diferença é uma pequena hesitação no seu olhar, mas ela ainda está aqui, falando comigo.
— Você tem certeza disso? — pergunto, assim que ela termina de falar, sentada na poltrona ao lado da minha, já que eu não queria que a nossa conversa fosse formal ao nível de estar sentados em lados opostos da minha mesa.
— Eu sei que não vou poder fazer qualquer coisa, e que terei que ter cuidado, mas eu queria muito, pai — ela pede, com sua voz que amolece meu coração.
Octavia veio me pedir para participar do dia de amanhã. Devil's Night. Todos em Thunder Bay estão se preparando para o grande dia, seja se trancando em casa ou terminando de arrumar o que irão fazer durante essa noite de liberdade.
Eu mesmo estou animado, já que teremos a nossa própria noite, diferente da dos jovens, mas tão divertida quando — ou mais.
E por mais que meu coração preocupado queira deixar ela trancada no quarto ainda se recuperando, sei que não é a melhor coisa a se fazer. Não posso a privar disso, seria sua primeira vez comemorando com os mais velhos e não quero arruinar isso por causa de um resto de aborto que tentou enfrentar nossa família.
Ela me olha, com expectativa. Meu coração aquece, porque não é mais aquele olhar vazio, como se não me conhecesse. Ela me chamou de pai, sabe quem eu sou. Isso deixou minha semana mais alegre.
— Você pode ir — respondo, recebendo o sorriso mais lindo do mundo — Mas com condições.
Ela concorda com a cabeça, pronta para receber as informações.
— Leve alguém para ser sua companhia, não quero você sozinha em nenhum momento — começo, com meu tom sério, mas nem um pouco bravo — Quero que leve o celular 100% carregado, e quando eu ligar, você atende, ou mando te buscarem na hora. Não beba nada que alguém sem ser da família te deu. E, principalmente, qualquer coisa errada você deve recorrer ao seus irmãos. Manterei-os informados que não importam o que estejam fazendo, você é prioridade deles.
Sei que estou sendo muito rígido, já que não costumo dar todas essas regras para meus filhos, mas prometi a mim mesmo que não deixaria a situação de Tav se repetir com ninguém da minha família.
— E, óbvio, ligue para mim ou para sua mãe — continuo, agora com um tom mais gentil — E se por acaso do destino, estivermos muito ocupados para checar o celular na hora — ela solta uma risadinha por saber do que estou falando — Não hesite em ligar para um dos seus Tios e Tias.
Quando acho que estou pegando muito no pé dela, Octavia se move para perto de mim e me abraça, seu rosto escondido no meu pescoço. Demoro um pouco para retribuir, mas logo passo os braços por seu corpo, a acolhendo.
Sua respiração bate na minha pele, ao mesmo tempo que ela me aperta mais para si. Confesso que depois de passar tanto tempo sem esse contato físico com minha filha, eu estou realizado agora.