28 - Uma pessoa preciosa

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Copter não queria deixá-la, mas era visível que a namorada não podia se mover. Levou alguns segundos para Ji-eun conseguir convencê-lo, ela sabia que os movimentos bruscos que Copter faria para sair do carro iam acelerar o processo dele despencar barranco a baixo, mas naquele instante isso não importava para ela, os olhos cheios de lágrimas da pessoa que ama foi a última coisa que viu antes de fechar os próprios olhos sem forças para argumentar mais, ele finalmente saiu prometendo voltar logo com ajuda e ela apenas sorriu concordando com a cabeça, mal podia falar, agora sentia uma dor aguda em cada ferida, mas queria ter dito antes dele ir que o amava, queria ter pedido pra que ele sobrevivesse e vivesse bem, tinha a certeza até o último suspiro que não tinha chances, mas queria garantir a salvação daquela pessoa tão preciosa para ela.

Horas depois o carro foi tirado do fundo do lago o corpo da jovem estava preso entre as ferragens. Copter tinha sido socorrido por um caminhoneiro que viu ele andando pela estrada desnorteado e totalmente coberto de sangue ao sair do carro ele teve as costas cortada pelo ferro retorcido, o que fez com que perdesse sangue muito mais rápido e em consequência os sentidos, assim que contou ao homem sobre a namorada.
Levou duas semanas para Copter acordar do coma induzido e contar aos investigadores o ocorrido, a polícia encerrou o caso como um acidente. A mochila com as roupas dela, ela estar na direção, o ferimento nas costas do rapaz tudo confirmava sua versão dos fatos.
Os pais de Ji-eun voltaram para Coreia pouco depois do enterro, mas Ji-hoon não conseguia aceitar isso, na mente dele Copter era o culpado então ele começou a persegui-lo e fazer da vida do rapaz um verdadeiro inferno, o que o impedia de fazer uma violência maior era ser estudante de advocacia, conhecer as leis, mas por vezes pensou em fazer justiça com as próprias mãos, não conseguia aceitar que um acidente tirou a vida da irmã, acredita que o namorado a levou a morte.
O tempo passou e ver Copter sempre triste e desanimado fazia Ji-hoon satisfeito e ter menos pensamentos destrutivos em relação ao rapaz enquanto pudesse vê-lo tendo uma vida desgraçada, aquilo parecia servir como punição, definitivamente não pode deixar esse rapaz ser feliz e viver bem.
Mas depois que Ji-hoon consegiu o emprego na capital, Copter aproveitou e simplesmente sumiu da cidadezinha e desde então o advogado tem tentado localizá-lo, só quer verificar se o ex cunhado continua sofrendo e se ele não estiver mais sofrendo pretende garantir que volte a sofrer...

***

São tantos sorrisos e gente conversando que Pee está até tonto, não costuma fazer esse tipo de coisa em casa, mas como uma exceção tenta socializar hoje, a casa está bem decorada, a comida é boa, e tem bebida a vontade, na verdade reparou que tem bebida até de mais, toda vez que vê o líder de equipe ele está virando um copo, e parece cada vez mais animado e feliz, se aproxima dele assim que consegue, Title está devidamente plantado atrás de um enorme balcão que usa como um mini bar e ajuda alguém da equipe de garçons que chamou para servir a cuidar dos drinks para os convidados, Pee sussurra um pouco baixo não quer que ninguém mais escute por que sabe que a voz vai sair áspera já que está com vontade de dar bronca em Title.

- Não acha que está exagerando um pouquinho senhor Tanatorn?

Title que esta de costas para o chefe se vira bruscamente o sorriso no rosto é bastante largo e eles estão muito perto agora, Pee se arrepende, o humor do funcionário parece bem alterado, e sabe bem que a bebida pode deixar o rapaz não só mais solto, como também bem mais ousado, nunca antes Title firmou o olhar por tanto tempo, aquele homem que costumava desviar os olhos com facilidade hoje tem muita coragem movido pelo álcool para não fazer isso.

- Realmente eu gostaria de descobrir como pode um homem tão bonito ser tão mal!?

Da pra ver o choque estampado no rosto de Pee que dá um passo para trás.

- Apenas se controle, se você fizer qualquer coisa errada na frente desse monte de gente, eu certamente vou achar um jeito de te transferir para o fim do mundo...

Title leva a mão aos lábios para conter uma pequena risada, Pee sempre foi assim bonito? Ou é o álcool que concedeu beleza a ele? Bonito ou não é ainda muito mal educado.

- Senhor eu estou bem...

Title de forma imprudente toca de leve o antebraço do Presidente que abaixa imediatamente o olhar para o local onde o outro lhe toca mesmo por cima da camisa, algo queima no seu peito, provavelmente o ódio, aquele homem sabe irrita-lo

- Por que não se diverte um pouco também e para de me perseguir? Foi essa a educação que sua mãe te deu?

A menção da palavra " mãe " é o que basta, com a outra mão Pee segura com força a mão do outro arrancando ela do seu braço sem se importar muito se alguém pode ver isso e interpretar mal.

- Aaai...

Title faz uma cara feia de dor.

- Pare de fingir que eu não usei de violência...ainda... mas posso usar da próxima vez que você me tocar!

Pee sai irritado após sussurrar essas palavras.
Title olha a mão que está toda dolorida e sangra de leve agora.

"Que cara estúpido...mas provavelmente é minha culpa mesmo...O que não é minha culpa nessa porra?"

Mas logo está de volta ao serviço de barman honorário, a cada três copos que serve toma um, a sensação é boa já que está casa vez mais tranquilo e feliz.

***

[ COPTER ]

Eu ainda penso nele como um lindo filhotinho, mas ao sentir aquele corpo se esfregando contra o meu já não sei se é filhote ou um tigre. Estou preso sentado em uma cadeira que fica na escrivaninha perto da porta do quarto de dormitório de Suar, ele está no meu colo, sentado de frente pra mim, segurando meu rosto com ambas as mãos e definitivamente treinando com a língua dentro da minha boca, ele não beija nada bem, agora tenho certeza que sou mesmo seu primeiro, mas dentro dos lábios dele é um lugar quente, úmido, macio, enfim delicioso, já basta ele ter um cheiro delicado e suave que me faz enloquecer, agora descubro que tem outras coisas nele que são enloquecedoras.

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