94 - Orquídea negra

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Eu puxo meu pequeno pela mão e o levo até o jardim. Ele parece confuso mas sorri me seguindo nos paramos diante das flores.

- P' eu não entendo...

- Se existe um lugar onde o espirito dela estaria ,esse lugar é aqui, e tem algo que eu gostaria de dizer a ela.
Levo a mão que está unida a mão dele ao meu coração e me volto para as flores, percebo que por mais que eu tivesse pesadelos sobre o acidente, aquela boa menina nunca foi meu problema, a gente já tinha se despedido adequadamente a muito tempo atrás.

- Ji-eun, esse é o Suar, nong Suar, eu conheci ele a um tempo na faculdade e ele começou a me perseguir, eu tentei resistir sabe? Mas como você pode ver, não teve como, ele é bonito de mais, fofo de mais, compreensivo de mais, eu acabei me apaixonando, depois de um tempo vi que o amava, e agora eu simplesmente não vivo sem ele. Lembro que uma vez a tantos anos atrás você brincou comigo dizendo que se um dia não estivéssemos mais namorando você escolheria a pessoa ideal pra mim. Você escolheu ele pra mim? Você mandou ele pra mim?

É uma conversa sincera aquela que estou tendo com as orquídeas, consigo ver Ji-eun naquele jardim e na minha mente ela sorri feliz por conhecer o homem que me faz tao bem. Viro o rosto pra olhar nos olhos da pessoa que amo e o encontro me encarando, seu rosto molhado, seus olhos brilhando cheios de lágrimas. Passo os dedos de leve no rostinho lindo dele limpando algumas delas, por mais que eu queira que ele não chore nunca, sei que essas lágrimas não são de dor, muito pelo contrário...

- Não sei se ela colaborou lá do outro mundo para o nosso encontro, mas com certeza isso que temos não é natural, que seja a Ji-eun, o destino, o universo... Você foi feito pra mim filhote, e eu pra você, amar você é fácil como respirar sabia?...

Me aproximo e beijo de leve a ponta do nariz dele, o que o faz sorrir amplamente agora.

Assim que me afasto ele solta minha mão e se volta para as flores, curva o corpo enquanto junta as mãos, ele sussurra algo para as plantas, para Ji-eun, que eu não consigo compreender e logo em seguida se joga sobre mim, braços abertos se pendurando no meu pescoço praticamente, eu o seguro com força ouvindo ele sussurrar no meu ouvido que me ama...
Eu só posso responder rapidamente que também o amo, antes dele beijar meus lábios, um beijo longo e calmo que termina com nossas testas encostadas uma na outra.

- Agora sim meu amor, vamos pra casa...

- Vamos pra casa?

Pergunto animado, ele concorda com um aceno de cabeça e volta a me beijar, realmente a única coisa que quero agora é Suar deitado nos meus braços na nossa cama, mesmo que seja no dormitório, penso em ter uma casa com ele no futuro, penso em ter um futuro e ali diante daquelas orquídeas negras sinto que uma parte de mim que ficou despedaçada nessa cidade a anos atrás, acaba de se reconstruir e sou inteiro novamente, sou inteiro por que ele me ama, sou inteiro por que amo ele. Eu não sei se existe isso de caminho para felicidade, mas se existe com certeza Suar é o meu caminho...

***

Title está terminando de escovar os dentes, vestido em um roupão, acaba de deixar um namorado cansado na cama, assim que chegaram tomaram um banho e logo Pee caiu na cama, o dia foi exaustivo principalmente para o presidente, mas felizmente correu tudo bem, se sente aliviado e feliz por terem se saído bem na casa do pai, e as coisas com Boss foram melhores do que imaginava.

- Você está demorando...

Um Pee com rosto cansado e voz de sono acaba de entrar no banheiro, pelo reflexo do espelho Title sorri vendo os dois, Pee o abraçou por trás e está roçando de leve os lábios na lateral do seu pescoço.

- Já estou terminando senhor...

- Senhor o que?

O mais velho morde de leve a pele macia que fica logo avermelhada com a pressão dos seus dentes.

- Senhor meu namorado.

Title tenta se liberar para enxaguar a boca e terminar de uma vez, mas o corpo do outro se inclina junto dificultando um pouco o processo.

- Pee, você está muito grudento, não vou deixar que beba nunca mais com meu irmão.

- Eu não estou bêbado, é meu corpo que fica sendo atraído pelo seu.

A pressão do quadril dele aumenta contra a bunda de Title que morde de leve os lábios, estão cansados e também precisa levantar cedo no dia seguinte, não quer começar algo assim nessas condições, então se vira bruscamente ficando de frente com o chefe, olho no olho o sorriso de Pee é mais amplo agora. A iniciativa do beijo é de Title, mesmo ele sabendo que não deve começar nada, ainda assim é exatamente como Pee disse, um corpo acaba sendo atraído para o outro.

As línguas estão entrelaçadas agora e as mãos de Title são as mais desobedientes possível já que deslisando pelas costas do mais velho agora estão apertando a bunda dele com força.
Pee geme entre um beijo e outro e se afastando um pouco sussurra palavras que despertam cada vez mais o namorado.

- Coloca os dedos...

- Assim vai doer amor...

Title tenta manter o último fio de sanidade, ao que Pee nem ao menos responde, apenas abre a gaveta da bancada da pia as mãos procurando algo dentro dela.
Title sabe o que é e mesmo a contra gosto tenta deter a mão de Pee, tirando ela de dentro da gaveta, entrelaça seus dedos enquanto olha nos olhos de um presidente ofegante já.

- Quero você dentro de mim, é pedir muito senhor Tanatorn?

- Também queria amor... mas amanhã tenho que ir na imobiliária muito cedo, recebi um recado mais cedo, vou assinar o contrato.

- Vai mesmo comprar a casa?

Title desvia um pouco o olhar, sorri um pouco sem jeito.

- Vou ficar com um apartamento que eu tinha visto antes, acho que é o mais adequado pra mim.

Title não quer chatear Pee com os detalhes, não quer transparecer também o medo que sente, a dor de deixar o lar que dividia com Siwat ainda é presente em seu coração, deixar um lugar tão familiar onde se sentia seguro. Agora em um lugar só seu vai ser diferente, quer dar uma nova família a Pee, amor e felicidade, mas por experiência própria sabe que um dia Pee podera perder o interesse como Siwat e... Balança a cabeça de leve, espantando esses pensamentos.

Pee chega a abrir os lábios para falar, mas seu telefone está tocando no quarto, tinha acabado a bateria e assim que ligou viu algumas chamadas perdidas do pai, e pelo toque do aparelho sabia que era o pai novamente, devia ter retornado antes, pode ter acontecido algo, agora se sente preocupado.

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