34 - De volta ao lar

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Pee não respondeu a pergunta de Title, continua imóvel no mesmo lugar enquanto o outro avança um passo e logo os corpos estão colados novamente, e o beijo reinicia da onde parou. É como se Title não tivessem controle algum, aquela situação inusitada era prazerosa em um nível que ele desconhecia, o corpo agia como sob algum feitiço já que na mente sabe exatamente que tipo de pessoa é essa que está explorando sua boca com a língua rapidamente nesse momento.

Mas a realidade vem a tona quando os corpos estão tão sedentos que o próprio Title desliza uma das mãos pelo peitoral definido do presidente e termina aquele caminho entre as pernas do homem que parece congelar depois de ter o membro acariciado, mesmo sob as roupas.
Title também para, ainda mantém parte do raciocínio então é óbvio o desconforto do outro agora...

- Senhor presidente eu...- Title agora se afasta antes que o desejo volte a tomar o controle de tudo.
- Perdão...eu não faço isso normalmente...

Tropeçando nos próprios pés ele tenta sair o mais rápido possível do apartamento, Pee não o impede.
Pede um motorista enquanto espera e cambaleia pela calçada acaba se segurando em um muro e ferindo um pouco mais as mãos, se sente bem miserável agora, quando o rapaz chega ele lhe dá o endereço, mas qual não foi a surpresa ao sair do carro depois de dispensar o moço e ver que estava diante do portão da casa do pai.

Esta tonto e a última lembrança que tem é de ver o pai abrindo a porta de casa com um olhar desesperado então caiu nos braços dele, o choro veio com uma força impressionante quando se sentiu amparado, a dor, a perca, a rejeição, tudo que guardava no peito simplesmente veio a tona.

***

Finalmente estão jantando juntos no apartamento de Ayan, é um jantar que não vai acabar mal como o último, muito pelo contrário, o clima está perfeito mesmo com Kiak e Siwat se provocando vez ou outra, Ayan acha isso bom, sabe que os homens não vão mudar assim da noite para o dia, e é gostoso também a provocação deles.

Mesmo já tendo acontecido o primeiro beijo, eles estão respeitando o ritmo um do outro, apesar de que Ayan não tem nenhuma dúvida de que uma hora aquele desejo todo entre eles vai explodir.

- Eu quero sugerir que a gente faça um passeio domingo de dia, o que vocês acham?- Siwat se volta para Ayan os lábios levemente sujos de molho no canto.

Ayan sorri e passa o dedo indicador tirando o molho e depois leva o dedo a boca chupando ele sem tirar os olhos do diretor que acaba engolindo em seco seu olhar fixo nos lábios do chef agora.

- Um encontro?

- Bom... um passeio...

Kiak que está sentado ao lado do diretor segura seu queixo e o faz se voltar para ele.

- Peça de uma forma clara pra que a gente entenda que você quer ir em um encontro com a gente P'!

Estão bem próximos agora, Siwat está visivelmente excitado com o mais leve toque, mas tenta se controlar ao máximo.

- S-Sim, vocês querem ir a uma chácara comigo? Em um encontro? A casa é da minha família, usamos as vezes para ir relaxar um pouco.

- Bom eu acho perfeito!

Ayan é quem responde ao que Kiak só concorda soltando o diretor que suspira fundo, os três voltam a comer e conversar animados, é bastante palpável o desejo pairando sobre eles, Ayan já imagina que passar o dia juntos pode desinibir todos eles, e talvez eles não passem o dia vendo a natureza, no que depender dele vão passar o domingo fazendo outras coisas...

***

- A febre dele baixou pai?

Lek suspira profundamente enquanto fecha a porta atrás de si, Boss e Suar estão no corredor e já é dia la fora.

- Um pouco, eu enfaixei as mãos dele também, elas estavam cortadas...

- Eu vou cuidar dele, o senhor pode ir descansar um pouco.

É Suar quem dá a sugestão mas Boss recusa.

- Vai fazer o seu projeto da faculdade, estamos todos em casa para olhar o Title, pode ir tranquilo que eu vou te mantendo informado.

- Promete Hia?

- Claro pequeno, agora vá...

Suar acente e sai depois de abraçar o pai. Palm vem vindo pelo corredor as mãos ocupadas com uma xícara em uma e uma pequena vasilha com uma toalhinha na outra.

- Papai eu fiz pra você.

- E eu sou o doente aqui?

Sorri e aceita a xícara enquanto Boss pega a vasilha e entra para o quarto, suspira fundo ao ver o irmão adormecido olhar um familiar assim é uma cena que não trás boas lembranças, mas agradece em pensamentos por ser só sintomas de um leve resfriado o que o irmão tem, senta ao lado da cama e torce a toalhinha colocando logo em seguida sobre a testa de Title.

***

As horas passam devagar é um sábado bonito e ensolarado, a luminosidade e o calor vem pela janela aberta e tocam o corpo da pessoa que dorme sem preocupações,  sem sonhos, é a primeira vez em semanas que Title apaga totalmente, e ao despertar e abrir os olhos lentamente se vê em um lugar familiar,  como foi parar ali? A memória está turva, não sabe bem o que aconteceu, leva a mão aos lábios onde passa os dedos sentindo eles levemente inchados, sabe que tem algo errado mas o toque dos dedos é como em um dilúvio as lembranças vem com força total na sua mente.

Agora se sente tão envergonhado que acha melhor não beber nunca mais na vida. Sabe que Pee o odeia de todo coração, ainda tenta racionalizar as atitudes dele, mas chega a conclusão de que o homem fez aquilo para poder humilhalo depois, até que ponto o chefe podia chegar apenas para subjugar a pessoa que despreza? Pee é doente, pior foi que caiu nisso, até perguntou se deviam mesmo parar, aquele homem é uma espécie de monstro, não existe outra explicação para ter iniciado aquele beijo.

- Hia você acordou...

Palm nem espera uma resposta e já pula para cama dando um abraço sufocante que faz Title rir.
Em poucos minutos o quarto está cheio Title senta com as costas apoiadas na cabeceira da cama, Palm bem acomodado em seus braços ainda, Boss no sofá, Lek vem com um prato de sopa que fez e deixa no móvel de cabeceira depois senta ao lado de Boss, Title sente a necessidade de esclarecer um pouco as coisas.

- Desculpe se te assustei pai, eu estava bêbado, não foi minha intenção...

- Por que bebeu daquela forma meu filho? E suas mãos?

Palm que tem os olhos marejados suspira fundo.

- Realmente não é o que estão pensando, teve uma confraternização da empresa eu me cortei ajudando na preparação, depois eu me excedi na bebida, não façam essas caras, não me orgulho disso.

- Você estava chorando muito e depois teve febre a gente ficou com muito medo.

Palm está com um bico grande agora, Title inclina o rosto e beija o topo da cabeça do seu irmãozinho.

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