Soulmate

88 - Massagem

O vento está soprando uma brisa fresca com o cheiro das árvores recém podadas pra dentro do dormitório, meus olhos semiabertos ainda estão fixos na janela onde vejo a cortina branca se mover em ondulações leves, é sábado... Em uma ocasião de tensão como essa, normalmente eu fico bastante preocupado, mas não hoje, talvez graças ao fato de que gastei todas as minhas energias durante a noite com um pequeno que já está acordado antes de mim ou talvez por que esse mesmo pequeno está literalmente montado nas minhas costas agora.
Suar esta sentado sob minha cintura enquanto estou de bruços, as mãos pequenas de dedos finos e longos fazem uma massagem nos meus ombros, as vezes ele para e sinto seu dedo indicador rastejando levemente pela minha pele, contornando minha tatuagem, eu sinto arrepios e a pele por onde os dedos dele passa está formigando e ficando quente.
Bruscamente o desenho que ele está traçando agora não é mais o da tatuagem e sim o da cicatriz, ele se inclina, posso sentir a pressão do membro já despertado dele sobre minhas costas, mas infelizmente não temos tempo para brincar um pouco agora. Os lábios dele tocam suavemente minha pele e ele beija toda extensão da cicatriz, são beijos leves e fofos, não é nada erótico ou sensual, sei que essa nem é a intenção dele, mas como sempre cada gesto do meu namorado deliberadamente me deixam excitado.
Respiro fundo e bato de leve na perna dele, um sinal para que se levante.

Suar não levanta, apenas firma os joelhos na cama em volta do meu corpo, me permitindo assim me virar, agora estamos de frente um para o outro e ele volta a sentar sobre mim, dessa vez morde os lábios enquanto me olho com aquele olhar travesso, é o indicador de que suas intenções antes puras, agora mudaram. Levo as mãos as suas pernas, acariciando de leve ambas as coxas dele, ao que ele responde movendo perigosamente o quadril, esse garoto quer que eu sinta como ele já está, como se eu não soubesse.
Fecho os olhos puxando o ar profundamente outra vez.

- Depois meu filhote, pode ser?

Ele não responde, apenas se inclina pra frente novamente, quando abro os olhos lá está ele, seu rosto a um palmo do meu.

- Eu vou cobrar isso eim...

Sorrindo amplamente ele faz um biquinho bonito, eu não resisto a tanta fofura, então levanto a cabeça e deposito um beijinho na ponta do seu nariz, então finalmente nos levantamos da cama.

Aquele período deitado com ele foi essencial já que acalmou meu coração aflito, tomamos um banho rápido e ele escolhe minha roupa, nem pra isso eu tenho cabeça nesse momento, P'Boss vai nos encontrar na entrada do dormitório, então nos apressamos, hoje é um dia importante e bastante atípico, eu desejo do fundo do coração que seja mais um dos muitos momentos bons que viverei ao lado de Suar e que essa nova fase não ferre minha cabeça como os acontecimentos do passado.

***

- Agora tudo está lindo.

O sorriso de Kiak é amplo, e para os dois homem que permanecem de pé ao lado dele é também um alívio já que o mais novo não parecia animado de forma alguma durante a semana toda.
Agora Kiak arruma em uma cesta alguns sanduíches que fez sozinho sem a supervisão do Chef de cozinha, ele está sentado à mesa encaixando na cesta isso e outras coisas enquanto os outros dois estão de pé um de cada lado vendo ele trabalhar contente. Siwat se manifesta, ele geralmente se expressa descontraída e confortavelmente com Kiak.

- Lindo? Acho que meu conceito é um pouco diferente, se estiver comestível é o que importa.

Siwat não estava necessariamente criticando o namorado, só que eles realmente tinham gostos e critérios diferentes para a maioria das coisas, e a essa altura Ayan o mediador já estava rindo da situação.

- Que implicante- Kiak ainda resmunga.

- Melhor irmos ou vamos nos atrasar.

Iam em um evento organizado pela produção do programa de culinária, a equipe que tem um carinho grande tanto pelo diretor como pelo ex estagiário tinha convidado os dois pra ir junto, era um pequinique em um famoso parque da cidade, já vinha sendo planejado a bastante tempo, teriam algumas brincadeiras e jogos seria divertido e mesmo o pequeno escândalo pelo qual passaram não mudou tão drasticamente assim o comportamento de quem já os conhecia a tanto tempo. Essa atitude bastante empatica dos colegas animou com certeza o coração dos três. Sabem que nem todo mundo tem essa sorte de receber compreensão de quem está a sua volta e viam provas disso diariamente com olhares e comentários de pessoas aleatórias que não os aceitava verdadeiramente, apenas mantinham aparências pra não perder o trabalho ou receber ação disciplinar.

- Não enquanto não admitir que isso daqui é uma grande obra de arte.

Siwat acaba rindo então se inclina tomando o queixo de Kiak em uma das mãos, olha com carinho em seus olhos, então se inclina e deposita um beijo barulhento nos lábios que se abrem de leve ansiando por mais, só que o beijo termina tão rápido quanto começou.

- Você é lindo, realmente uma obra de arte entendeu?

- Entendi...-O mais novo ri enquanto puxa o diretor pelo colarinho e o beija com força, as línguas estão entrelaçadas em um movimento frenético antes mesmo que Siwat se dê conta ou possa protestar.

Ayan que observa a cena e morde de leve os próprios lábios nem tem tempo de se sentir excluído já que a outra mão livre de Kiak está subindo por sua coxa e acariciando entre suas pernas.

- Eeeei menino travesso...

Ayan segura a tempo a mão do mais novo e se inclina beijando de leve logo abaixo da sua orelha antes de sussurrar.

- Vamos é nosso primeiro evento da empresa oficialmente em família...

"Família?"

O que tem de excitante na palavra família? Deve ter já que os lábios de Kiak se afastam bruscamente dos do diretor e se prendem com força aos de Ayan que é pego de surpresa a mão antes na coxa já subiu para sua nuca, e ele está preso assim como Siwat pelo colarinho, no final os três estão se beijando é inevitável, e o menor só solta os outros dois quando perde totalmente o fôlego, ele choraminga algo sobre estar morrendo de tesão e que os namorados não podem ser tão maus, mas mesmo sob protestos logo estão na estrada rumo ao parque, mesmo querendo a privacidade de seu lar, nenhum dos 3 nem mesmo Kiak quer perder seu primeiro como diz Ayan
"evento da empresa oficial em família"