101 - Até nunca mais

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- Você pode ao menos tentar ser mais gentil comigo?

Ji-hoon não queria acreditar que aquele homem inconveniente estava ali novamente a sua frente

- Achei que já tinha deixado tudo esclarecido!

- Você deixou os doces lá e saiu andando assim...

O coreano olha pra trás tentando se controlar, observa ao redor, acabou parando em um ponto onde não tinham muitas pessoas depois de ser perseguido por quase uma quadra

- Olha só senhor Boss... - Ji-hoon respira fundo - não é que eu tenha deixado lá, eu só não quero esses doces!

Boss deixa o olhar cair e morde os lábios decepcionado

- Só fiz isso em agradecimento a ajuda que deu ao meu cunhado... - ele suspira fundo - mas pelo jeito você realmente não sabe apreciar um gesto de agradecimento...

Ji-Hoon sorri com a cena, um homem alto, com uma cesta de doces na mão e olhos de cachorro sem dono olhando pro chão, ele sabia que tudo aquilo não passava de um drama barato para convencê-lo, mas acabou lhe arrancando um sorriso, ele balança a cabeça em negativa

- Não acha que está muito velho pra bancar o garoto chorão?

O tom na voz do coreano é áspera e sem sentimentos

- E você não acha que está sendo muito ranzinza pra alguém tão jovem?

- Olha aqui seu...

Ji-Hoon respira e encolhe o dedo que estava apontando em direção ao outro que agora o encarava com deboche

- O que você acha que vai ganhar com isso?

- Você!

Boss responde sem pensar duas vezes e Ji-hoon fica sem reação

- O que foi? Te deixei sem palavras senhor advogado?

O coreano balança a cabeça

- É que eu nunca havia escutado tanta besteira em um período tão curto de tempo!

Boss revira os olhos e sorri

- Toma... ao menos pegue um dos doces e eu prometo não te encher durante os próximos dias...

Ji-Hoon olha pro homem a sua frente, ele não parecia alguém que cederia tão fácil assim, mas se o preço para poder voltar ao seu trabalho seria comer um maldito doce, ele estava disposto a fazer isso

- Não aparecer no meu escritório nunca mais!

- Nos próximos dias...

Boss parecia irredutível e o coreano olha no relógio, tinha uma reunião em alguns minutos

- Um!

- Bom... - Boss tira um pequeno quindim de dentro da cesta e entrega ao homem a sua frente - é um começo...

O doce amarelo estava em uma pequena forma de papel cor de rosa, havia uma pequeno plástico com borboletas entre o doce e a pequena forma, ele analisa, não parece nada apetitoso, não gostava de doces caseiros, aliás, nunca foi amante de doces, preferia coisas salgadas, como o universo mandou logo um confeiteiro ou seja lá o que for para atrapalhar o seu caminho? Estaria ele Ji-hoon com alguma dívida com Buda? Porque isso não era possível! Fechou os olhos e em uma única mordida devorou o pequeno doce

Boss olhava a cena satisfeito, havia prometido que faria esse coreano comer o doce de uma forma ou outra e acabou conseguindo

- Gostoso?

Ji-Hoon abre os olhos e sorri com a boca fechada concordando com a cabeça, só queria ir voltar a sua sala imediatamente

- Pronto! Agora posso voltar ao meu trabalho?

Ji-Hoon diz áspero

- Pode levar os outros doces...

- Eu já...

- Dê a alguém, já tenho muitos e esses fiz em especial para uma pessoas que os negou!

Boss tem o olhar de cachorro novamente, mas o coreano ignora esse detalhe 

- Vamos... você vai ficar sem me ver durante muito tempo!

Boss estica o braço e Ji-hoon não o encara diretamente, respira e pega a bendita cesta

- Bom senhor advogado, agradeço mais uma vez por tudo que fez pelo meu cunhado...

Boss fica sério e sorri de canto

- Queria que você me desse uma chance, mas já percebi que por agora isso não vai acontecer, não sei o que viu de tão ruim assim em mim... - ele volta a rir e passa a mão pelos cabelos - mas saiba que isso não é um adeus, N'Suar acredita muito no lance de alma gêmea e eu que sempre achei que ele estava maluco...

Boss faz uma pausa e junta as mãos

- Eu ainda vou te conquistar senhor advogado!

Ji-Hoon balança a cabeça em negativa

- Já disse, o seu coreano é péssimo, continue no tailandês!

Ele caminha em direção a Boss e por alguns instantes aquela cena vira um pequeno filme em câmera lenta, os braços ficam a alguns centímetros de distâncias, os olhares não se cruzam em nenhum momento, nenhuma palavra é trocada, mas um coração bate mais acelerado naquele momento, um coração esperançoso que promete a si mesmo nunca desistir de seu objetivo, já o outro não se importa, só agradece o acordo pelo doce que mesmo não sendo de seu agrado serviu para tirar aquele chato do seu pé.

- Até nunca mais senhor confeiteiro!

- Até breve senhor advogado!

Cada um vai em uma direção, com sonhos e objetivos diferentes em mente, sem saber o que o destino os reservava, mas seguiram assim os dias subsequentes, que viraram semanas, e se prolongavam cada vez mais, de um lado virou saudade, do outro... bem, isso é uma outra história que será contata em uma próxima oportunidade.

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