Parte 3

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Pat corria na praia, o vento quente e a água gelada no seu pé eram uma delícia, era isso o que ele queria. Ele abriu os braços para sentir todo o calor daquele dia, pois nem lembrava quando tinha sido a última vez que tinha pisado na areia.

A maré jogou uma concha nos seus pés, ele a pegou e colocou no ouvido. Um grito agudo e alto soou. Por causa do susto, ele a jogou longe, mas o som não parava nem  diminuia.

Ele acordou com Pran o chamando.

"Pat! Pat! A Eve não quer a mamadeira e não para de chorar!"

Pat não acreditava que isso estava acontecendo pela quarta noite seguida.

Eve estava com dois meses e eles tinham começado as aulas da faculdade. Pran tinha pego todas as disciplinas do semestre, mas Pat só tinha se inscrito para metade da grade porque, além dele sentir algumas dores por causa da cesárea, era bem difícil ficar longe da bebê. O coordenador do curso o orientou sobre quais eram as matérias obrigatórias, porém elas eram oferecidas em turnos diferentes, algumas eram de manhã e outras a tarde.

Por esse motivo, seus pais concordaram que seria melhor eles morarem perto do campus. Pran fazia questão que o prédio tivesse academia e piscina porque sabia que era importante para Pat.

Durante o dia, eles tinham uma babá e, nos intervalos entre as aulas, Pat voltava para casa para ficar com a bebê, mas a noite eles estavam sozinhos, sem os pais ou funcionários para ajudar. E na última semana, Eve decidiu que não aceitaria a mamadeira oferecida por Pran a noite e ela estava cada dia mais faminta.

Pran se esforçava e tentava ficar com ela para que Pat pudesse dormir, porém sempre chegava um momento em que ele não sabia mais o que fazer.

Pat levantou e a pegou no colo, seu choro alto vibrava dentro do cérebro do pai.

"Pode ir dormir, Pran, eu assumo agora!"

Pran queria ficar ali, mas seu despertador tocaria em duas horas, então ele beijou a testa do namorado e foi para o quarto.

"Vamos lá, menina, vamos comer! Você sentiu minha falta, meu amor?"

Pat a colocou perto do peito, aproximou a mamadeira e ela parou de chorar e começou a mamar.

Alguns ômegas conseguiam amamentar, Pat não foi um deles. Desde os primeiros dias, ela tomava fórmula e estava ganhando peso necessário.

Pran acreditava que o choro era por ela sentir falta do cheiro de Pat, afinal ele estava passando mais tempo longe dela. De fato, as narinas dela ficavam mais agitadas quando se acomodava no seu peito antes de aceitar a mamadeira.

Pat se apaixonava por ela toda vez que a olhava, sua mini Pran.

O dia seria longo e sonolento para ele.
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Eve, agora com oito meses, dormia praticamente a noite toda, acordava no máximo duas vezes, e Pat se sentia no céu.

Ele conseguia ir para academia com um pouco mais de frequência, inclusive tinha feito uma amizade no prédio. Nani era um pouco mais velho que ele e costumava correr nos horários em que Pat treinava. Era bom ter alguém para conversar algo diferente dos assuntos da faculdade e da filha.

Tudo estava indo bem, até que os dentinhos de Eve começaram a apontar.

Pat se perguntava quando é que as coisas ficariam mais fáceis; Eve chorava, tinha febres e mordia o que tivesse ao alcance da sua boca.

Para piorar, os efeitos do ciclos estavam voltando. Nos meses anteriores, sempre que faziam sexo era de um modo mais tranquilo, agora Pran o cheirava com mais frequência e às vezes perdia o controle.

PatPran - OmegaVerseOnde histórias criam vida. Descubra agora