Sua ereção o incomodava, Pran correu para fora do bar e foi em direção ao carro, ele salivava pensando em Pat, seu corpo, seu cheiro, seus gemidos, Pran acelerou.Ao chegar em casa, sua vontade era correr até o quarto, mas teve receio de acordar Eve. Não era tão tarde assim, mas ele não podia correr o risco de perturbá-la e muito menos de irritar seu namorado.
Quando passou pelo corredor indo para o quarto, Pran estranhou ver a cama da filha vazia, talvez eles ainda estivessem acordados assistindo algum desenho no quarto do casal. Ele abriu a porta esperando encontrar os dois sorrindo para ele, mas a imagem que viu foi de Eve com os braços abertos, deitada, atravessada na cama e Pat encolhido do lado. Eles dormiam sem preocupações.
Pran se aproximou, Pat franziu o nariz, como se tivesse algo cheirando ruim, e acordou.
"Eve estava febril e eu a trouxe para dormir aqui." Pat mentiu "Você pode ficar no quarto dela hoje?"
Ele concordou e se abaixou para beijar Pat, que retribuiu sonolento e sem vontade.
"Pat, eu..."
"É melhor você ir tomar banho, Pran!" Ele disse e se virou, fechando os olhos.
_______________Era complicado não ficar remoendo isso o dia todo. Ao chegar no escritório, seu pai o chamou para uma conversa a portas fechadas.
"Khun Piya fechou o acordo conosco ontem." Seu pai disse com seriedade "Ele comentou que um ponto decisivo para ele se associar à nossa empresa foi ver que mantemos as coisas entre nós: família e alfas."
Pran não conseguia discernir se seu pai estava orgulhoso ou preocupado, seu rosto estava mais impassível do que nunca.
"Ele é um investidor muito importante." seu pai continuou "Financeira e estrategicamente." ele andou na direção do filho "Ele tem muitos contatos e muito dinheiro, contudo, ele não é confiável. Você é muito novo para perceber isso, por este motivo eu espero que você fique atento a ele."
Pran estava cansado de ser tratado como irresponsável e imaturo, ele soube se portar profissionalmente quando o atendeu no escritório naquele dia. Além disso, ele já tinha uma família, problemas acontecem, mas ele era capaz de cuidar do trabalho e das pessoas que amava, era irritante o modo como não lhe davam o devido crédito por isso.
Pran se sentou na sua sala, releu o contrato de que o pai falou anteriormente e as cláusulas sobre rompimento de contrato e multas evidenciaram o quanto seu pai desconfiava dele. Era impressionante o valor da parceria. Ele esperava receber um bônus e, quem sabe, levar Pat e Eve numa viagem, esse era um bom modo de amolecer aquele coração e reconquistar a confiança do namorado. Seria melhor ainda se Pat passasse a ser seu noivo.
Pran ficou feliz ao imaginar Pat aceitando seu pedido e Eve carregando as alianças em uma cestinha. Ele conseguia ver o vestido rodado da filha, as fitas no seu cabelo e, na hora de entregar as alianças, ela tentaria morder seu dedo como sempre fazia. Pran riu ao pensar que os convidados achariam isso fofo.
Ele odiava ficar separado do namorado, se Pat não fosse tão teimoso, os dois teriam superado esse pequeno problema. Ele abriu suas redes sociais para mandar uma mensagem para o seu ômega, um gif de gatinho talvez o fizesse rir.
As fotos de Eve na página inicial de Pat o transportaram para o dia em que ficaram na piscina da casa dos seus pais. Essa lembrança de seis meses atrás parecia tão distante. Ele continuou rolando o feed de Pat e viu que ele curtiu e compartilhou várias postagens sobre uso de inibidores e estudos sobre a relação abusiva dos alfas.
Pran bateu com os punhos na mesa com raiva e soltou o celular.
______________________Pat não sabia o que estava acontecendo com seu namorado; ele estava menos focado, mais agressivo e o sexo estava mais violento. Esta última parte não era um problema tão grande, porque Pat também sentia seu desejo aumentando por ele, o que o incomodava era que Pran, às vezes, parecia fora de si, como se fosse outra pessoa.