Parte 13

128 21 43
                                    

Pran teve alta no final da tarde, após uma certa pressão dos seus pais e a contragosto do médico. Pat não permitiu que o namorado fosse para casa dos sogros; ele, Eve e Pran eram uma família e cabia a essa família cuidar dele.

Nani os levou e estacionou próximo a entrada da garagem.

“Obrigado por me ajudar.” Pran disse de dentro do portão “Eu te ligo para a gente combinar sobre o bar.”

“Ok.” Nani respondeu e reclinou um pouco o banco.

“Você pode ir. Está tudo bem.” Pran falou, franzindo a testa para a reação de Nani.

“Eu não posso. Minha… a marca dói quando me afasto.”

Pran não queria se irritar, ele estava cansado, mas não queria que esse cara passasse a noite na porta da sua casa. Era estranho, desnecessário.

“Nani!” Pran queria muito que ele fosse embora e quando o chamou, sua voz vibrou de uma forma diferente e Nani sentou, ereto e tenso, no banco dianteiro do carro “Vai para sua casa.” Ele deu a ordem e Nani o obedeceu e Pat sentiu um calafrio.

Assim que o carro virou a esquina, os três entraram, Pat carregava Eve e Pran se apoiava nele, apesar de sentir que conseguiria andar sozinho sem problema.

Pat colocou Eve no quarto dela e disse que iria ajudar o papai a tomar banho, mas a garota se recusava a ficar sozinha. Pran entrou no quarto da filha e a pegou no colo e os três foram para o banheiro.

Pran segurava Eve nos braços, enquanto Pat lavava seus cabelos. A filha ria e dizia que Pran era o bebê de Pat. Ela tentava esfregar os cabelos dele também e Pran agradeceu quando Pat ligou o chuveiro, porque seus olhos ardiam pelo sabão e pela quantidade de vezes que ela enfiou os dedos nos seus olhos.

Pat estava com a roupa toda molhada e secava Eve para que Pran terminasse de se lavar sozinho. Ao se curvar para tentar tirar sua cueca, Pran soltou um grunhido baixo e Pat se virou para ele e Eve correu molhada e sem roupa para o quarto e subiu na cama dos pais.

“Pega ela.” Pran riu, segurando o abdômen dolorido.

“Você tem certeza?” Pat parou na porta de onde vigiava a filha e o namorado ao mesmo tempo.

“Vai, Pat! Eu estou bem.”

Eve começou a pular em cima da cama ao ver o pai vindo pegá-la. Quando Pat esticou o braço, ela correu para o outro lado do colchão, como Pat estava com as roupas molhadas, ele não quis subir na cama, então deu a volta e a criança correu para o outro lado.

Pat fechou os olhos e respirou fundo, tentando não se irritar. A risada de Eve derrubava qualquer dureza que houvesse em seu coração.

Do banheiro, Pran ouvia as gargalhadas da filha e a voz de Pat, que pretendia soar bravo, e ele começou a chorar sorrindo.

Com uma toalha enrolada na cintura, Pran parou na porta na hora em que Pat desistiu e se jogou em cima da cama, pegando a filha pela perna. Ela se remexia, gritava e gargalhava e isso era o mais puro deleite para os ouvidos dos dois.

“O papai está fazendo bagunça, filha?” Pran andou lentamente e sentou na cama ao lado dela “Não pode deitar de roupa molhada na cama, não é?”

“NÃO!” Ela arregalou os olhos e tapou a boca, chocada com o comportamento de Pat.

“Também não pode correr sem roupa pela casa, não é, gatinha?” Pat bufou em direção a Pran, fingindo estar magoado, mas no final ele estava rindo também “Vem, vamos colocar uma roupa.” Ele pegou a filha, mas ela apontou para Pran.

“Papai roupa!”

“Não, ele se vira sozinho!”

Pat a carregou e a vestiu e quando voltaram, Pran tinha colocado só a calça do pijama.

PatPran - OmegaVerseOnde histórias criam vida. Descubra agora