– MÃE? – Nick parecia pálido como papel – A-achei que só chegaria às 22:00 – Ele diz gaguejando pelo susto.
– Meu chefe me liberou mais cedo quando percebeu que provavelmente não viriam mais clientes – Ela responde claramente desconfiada – Pelo menos colocou a Raquel para dormir antes de "usarem" a entrada? – Nicolas aparentava querer desaparecer naquele momento e ela sorria.
– Eu tenho que ir embora agora – Digo tão envergonhado quanto Nicolas – Até amanhã Nick. Tchau tia, sua casa é linda e Raquel é um amor – O constrangimento me consome, mas a gratidão pela tia Inês ter aparecido também é grande.
– Obrigada, meu amor – Ela pisca para mim – E não precisa ter vergonha. Super apoio amor juvenil, e, cá entre nós, o Nicolas está precisando de menos tensão e talvez um pouco de amor ajude, você parece um amor de pessoa e sempre suspeitei do olhar açucarado dele.
Sinto meu rosto corar e passo pela porta aberta atrás de Inês, mas antes de estar totalmente fora sinto Nicolas segurar meu braço. PUTA MERDA ELE VAI ME BEIJAR? EU SOU PURO E ACABEI DE CONHECER ELE.
– Esqueceu sua mochila – Ah, verdade, eu vim da escola e ainda por cima estou com as roupas dele.
– E você vai esperar seja lá que for lhe buscar aqui de dentro, senhorzinho – Ouço Inês falar – está tarde para ficar na rua, ainda mais por aqui – Por puro amor ao meu celular eu entro de volta na casa.
São 21:23 quando algum Uber aceita a corrida. Resolvi que não iria para casa para evitar ter que dar explicações do porquê eu estava na casa de um garoto que acabei de conhecer e que tentou me beijar.
Me: Vou para a sua casa 😊
Vivi: Quem te convidou??
Me: Você mesma, fofa
Vivi: Qual o motivo específico?
Me: Quase beijei um garoto que acabei de conhecer. Tem mais coisa para contar se você abrir a porta.
Vivi: eitaa 8==========D
Me: ???
Chego à mansão Sommer por volta das 21:40 e ligo e desligo para o telefone de Vienna ao mesmo tempo que mando uma figurinha de Jesus Cristo com um Minion a cada intervalo de tempo. A porta finalmente se abre e vejo Vienna com uma com uma expressão que me mandava correr. Não é atoa que os meninos da Sommer chamavam ela de medusa.
– Para de me... – Ela é interrompida por mais uma ligação minha. Essa foi só de sacanagem mesmo – Quer que eu jogue seu celular do outro lado da rua?
– Se eu disser que sim você me compraria um novo? – Digo sorrindo – Minha mesada ainda não caiu e não passei na casa do meu pai para pegar meu dinheirinho no meu cofrinho do Rio.
– O que uma coisa tem haver com a outra? – Ela pergunta e eu mesmo não sei como responder.
– Sei lá. Vai me deixar entrar, ou vamos dormir aqui fora?
– Eu deveria te deixar dormir com os mendigos da sua nova escola por ter cancelado e aparecido aqui do nada.
– Mas se você fizer isso eu não vou te contar os detalhes do dia de hoje – Ela abre a porta de vez e me deixa entrar – Obrigado, meu amor – Digo e lhe mando um beijo no ar.
– Olha só se não é o ladrão de pedaços de bolo – Escuto alguém dizer e logo vejo Thomas, o irmão mais novo de Vi, me encarando – Não temos bolo hoje.
– Pelo amor de Deus, menino, isso já faz quase um ano – Que menino rancoroso, senhor.
– Para mim será sempre uma facada lembrar do meu doce, literalmente, bolo – Ele diz antes de subir as escadas.
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O Adimiravel
Acaknarra a história de Theodoro Martinelli em uma nova escola com novos e antigos amigos. Ele se vê em um ambiente novo rodeado por pessoas das quais não fazia ideia da importância que viriam a ter. Ele encontra o amor e insegurança enquanto tenta venc...