o jantar em família

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Estou revirando meu armário procurando por algo que possa caber em Nick. Por que esse garoto tem que ser maior que eu? Malhadinho pobre do meu coração.

- Não acho nada que possa te servir. - digo enquanto ele se joga na minha cama. - Você tá suado, sai da minha cama.

- Você não reclamou do suor na cama da outra noite. - Ele diz e eu mostro o dedo do meio. - tem certeza que nada cabe em mim.

- Na verdade tem uma coisa. - Digo retirando a camiseta de uma gaveta. - Mas é meio ridícula.

- Se eu não estiver pelado, já está ótimo.

- Na verdade, eu até que gostaria de ver isso mais tarde. - Digo e seu rosto fica levemente corado.

- Eu tomo banho primeiro. - Ele diz indo em direção ao banheiro.

- Não vai pensar demais em mim, viu?

- Vai se fuder Martinelli.

Cerca de 15 minutos se passam e Nick sai do banheiro enxugando o cabelo com uma toalha e usando a ridícula camiseta que eu dei pra ele.

- Vereador Sérgio caminhoneiro? - Ele questiona apontando para a camisa.

- Eu te disse que era ridícula.

- Mas não disse que era tão ridícula. Quem é Sérgio caminhoneiro?

- Algum vereador de dois anos atrás. - Digo indo em direção ao banheiro. - Me espera aqui, eu já vou sair. E não mexe nas minhas coisas. - Ele balança a cabeça já olhando uma gaveta.

Entro no banheiro e observo que as coisas no armário estão mais organizadas do que estavam antes, assim como os shampoos e produtos de cabelo do box. O garoto realmente arrumou meu banheiro para mim.

Ao entrar no box me pego imaginando o que teria acontecido se Camilo não tivesse nos atrapalhado no carro. Não sei bem o que senti. Na verdade eu sei, mas não quero admitir. Senti desejo pelo Nicolas, não o desejo habitual, senti desejo físico por ele.

Já faz um tempo desde a última vez que senti algo assim por alguém e não sei se já estou pronto pra sentir isso novamente. É bom porém arriscado.

Mesmo pensando assim, não consigo deixar de me sentir atraído por Nicolas. Sinto tantas coisas que chega a ser ridículo. Vou da atração ao tesão em questão de segundos.

Também me sinto ruim por ter trazido ele aqui em uma tentativa patética de afastá-lo daquela Zazá do cocoricó, mas foi a única maneira que achei de tentar ficar sozinho com ele e falar sobre isso. Espero não ser tão covarde quanto da última vez.

Ao sair do banheiro vejo Nicolas sentado na minha cama enquanto procura algo em sua mochila parecendo um mendigo revirando uma lata de lixo.

- Você tem carregad... - Vejo seu rosto ficar vermelho enquanto ele cobre o rosto.

- O que foi? - pergunto olhando para baixo e vendo a falta de uma toalha em minha cintura. - Merda eu não tô sozinho no quarto. - Digo voltando para dentro do banheiro e me trancando até estar vestido.

Se passam cinco minutos quando eu finalmente saio do banheiro e não encontro o Nicolas. Seu celular está em cima da minha cama conectado no meu carregador

Desço as escadas e vou em direção a cozinha onde encontro Nick junto de minha mãe, Camilo e Adrian sentados me esperando para finalmente comer.

Milena fez a lasanha que minha mãe geralmente só manda fazer quando recebemos alguém importante como um possível colaborador.

- Caiu, bateu a cabeça e desmaiou no banheiro? - Minha mãe pergunta enquanto arruma o cabelo de Adrian. - É falta de educação deixar o convidado esperando.

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