Um cara muito legal

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Acordo com um feixe de luz em meu rosto, ele vinha de um pequeno furo na cortina. Encaro a porta do quarto tentando lembrar quando troquei a porta do meu quarto e por que ele cheira a lavanda.

– Eu vou acordar ele – Escuto a voz de Nicolas vindo do outro lado da porta.

Eu dormi na casa de Nicolas, lembro quando saio do transe depois de acordar, Nicolas me fez dormir aqui com medo de eu acabar machucado de novo.

– Theo – Ele diz ao abrir a porta – Pelo visto você já acordou.

– Infelizmente – Digo com minha voz rouca.

– A mamãe mandou te acordar pra ir tomar café – Ele aponta com a cabeça – Deve ter uma toalha no armário e tem uma escova de dentes nova no armário do banheiro.

– Verdade – Respondo ainda morrendo de sono – Concordo com você.

– Alguém te drogou enquanto dormia?

– Blá blá blá.

Ele vem em direção a cama e se joga em cima de mim na tentativa de me fazer acordar de vez.

– Ou você levanta ou fica aqui deitado comigo o dia todo – Ele sussurra em meu ouvido e eu imediatamente me levanto.

– Isso foge da brincadeira e entra em tortura viu – Digo indo em direção ao armário para buscar a toalha que ele disse.

                                  ***

Desço as escadas e quando menos eu espero, há uma garotinha presa a minha perna como um bicho preguiça.

– Oi Theo – Raquel diz rindo.

– Bom dia meu amor – Inês fala da cozinha.

– Bom dia, tia – Respondo sorridente – E eae princesa das fadas – Me dirijo a Raquel que ri.

Inês fez questão de me incluir no café da manhã como se fizesse parte da família, ela me perguntou o que gostava, o que não gostava e procurou fazer o mais próximo que conseguiu de tudo. Essa mulher é a definição de mãe perfeita.

– Come mais um pouco, Theo – Ela diz apontando para as panquecas que fez.

– Eu realmente estou cheio, tia.

– Sobra mais pra gente – Nicolas diz dividindo o restante das panquecas com Raquel.

Após o café eu me senti na obrigação de seguir meu rumo para qualquer lugar e deixar a hospitalidade divina daquela família.

Pensei em ir para a casa de Yasmin mas ela estava no salão, pensei em ir para a casa de Vienna, mas ela estava trabalhando em um projeto importante de algum negócio que não entendo.

Comecei a seguir caminho para a casa da minha mãe mas me cansei e sentei em uma praça que havia por ali. Ia pedir um Uber mas lembrei que meu doce aparelho havia sido vítima de um grave crime de homicídio de eletrônico.

Aquele maldito bêbado mal amado.

Sentado e lamentando minha nova vida sem aparelho celular, eu avisto algo um tanto inusitado para minha pessoa.

– Um orelhão? – Me questiono sem ao menos saber como utilizar aquele negócio.

Vou em direção ao troço pré-histórico e sem sucesso tento descobrir como funcionava.
Por sorte, uma idosa estava passando por ali e eu pude pedir ajuda. Ela me encarou com certa suspeita mas me ajudou.

– Martinelli beauty, você possui hora marcada com a Srta Beatrice? – Escuto a voz feminina vindo do outro lado da linha.

– Oi Naty – Natália é a secretária da minha mãe e de quebra às vezes fica de olho no Adrian – É o Theo.

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