Quanto tempo

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Já faz três dias que Nicolas não aparece na escola e isso tem me deixado preocupado. Helen diz que tem falado com ele normalmente, mas mesmo assim não deixo de me sentir mal olhando para a cadeira vazia atrás de mim.

Agora são 06:57 e eu ainda estou esperando ele aparecer pela porta antes de o sinal bater às 07:00, mas isso não acontece completando quatro dias seguintes. Aliás Helen também não apareceu, espero que eles tenham marcado de matar aula juntos e que apareçam quando eu e Yasmin sairmos.

Yasmim está sorrindo para o celular desde que chegamos aqui e se recusa a dizer o porquê. Como assim minha melhor amiga está namorando e não quer me contar com quem?

- Vai me contar quem é o homem misterioso agora? - pergunto me sentando na cadeira na frente dela.

- Que homem misterioso? Estou falando com meu pai.

- Desde quando seu pai é o Tiririca? Você não para de sorrir pra esse telefone.

- Para de me perturbar Theodoro.

- Só estou tentando me distrair já que meu alguma coisa e a melhor amiga dele faltaram.

- Tá ligado que ela não veio justamente porque ele não veio né? Ela apareceu no portão, perguntou dele e foi embora. E ela não quer olhar na sua cara.

- O que eu fiz?

- Me diga você, o que você fez?

- Eu não fiz nada, por que teria feito algo?

Ela não responde, apenas me olha e volta a mexer no celular com o mesmo sorriso de antes. Não sei se quero falar sobre o que aconteceu com o Nicolas agora.

Continuo imaginando onde Nicolas deve estar agora e um pouco preocupado a respeito de sua companhia de Helen, da última vez que eles dois estiveram sozinhos, ela tentou fazer ele comprar bebidas e cigarros.

- Não lhe preocupa o pensamento de que a Helen pode estar se embebedando agora mesmo?

- Cala a boca Theodoro, antes que eu vá para outro lugar.

Entendo o recado e apenas olho para frente enquanto finjo prestar atenção em seja lá o que o professor está falando. Sei que fui um idiota, mas eu realmente mereço ser tratado igual um mendigo bêbado?

***

Após a aula, Yasmin ainda não estava disposta a falar comigo ou sequer conversar de forma descente, então recorri a única pessoa que falaria comigo mesmo depois de eu explodir um abrigo de desabrigados.

- Você simplesmente deixou a entender que não gosta dele e ainda esperava que ele voltasse igual um cachorro? Burro pra cacete! - Vienna diz enquanto arruma o cabelo na penteadeira. - Você ao menos se desculpou ou algo assim?

- Ainda não... - Ela já está me encarando através do espelho. - Mas eu pretendo.

- Quando? Quando ele resolver que não quer um escroto do lado dele?

- Eu não fui tão escroto. - Ele me atira um pente. - Tá bom, eu fui escroto. Mas de que adianta eu me desculpar agora? Ele ainda está com raiva e nem sequer quer olhar na minha cara.

- Também não olharia na cara de alguém que me magoasse assim. - Ela diz antes de perceber meu olhar irritado. - Mas como eu não sou ele, e muito menos conheço ele, eu não posso opinar.

- Você vai ao menos me ajudar?

- E como eu poderia te ajudar? Sou rica e não mágica.

- Poderia pelo menos ter me dado um abraço. - Digo fazendo beicinho e ela bufa.

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⏰ Última atualização: Nov 03 ⏰

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