A cruz vermelha.

9 1 23
                                    

Estávamos na casa de Yasmin para tentar fazer o trabalho de seja lá qual for a matéria que aquele cara estranho ministrava, digo isso porque Yasmin está pintando as unhas, Helen e Nicolas estão comendo Cheetos e eu acabei de acordar de um cochilo.

– Por quanto tempo eu dormi? – Pergunto atordoado.

– Você dormiu? – Helen pergunta em seguida – Achei que tava no momento depressivo do dia.

– Gente e o trabalho? – Nicolas pergunta preocupado – Prometi pra minha mãe que ia me sair bem pelo menos no primeiro bimestre.

– O chat gpt já preparou ele a mais ou menos três horas – Yasmin responde sem tirar os olhos das unhas cor de rosa.

– Ah – Ele solta – Então tá sussa.

– Então eu dormi por mais de três horas? – Pergunto espantado – Vocês poderiam ter me acordado pra comprar algum lanche.

– Mas você comprou – Yasmin diz – Peguei o seu cartão no seu bolso.

– Olha que vagaba.

– Tu me ama, menino.

– Vou no banheiro.

– Fazer o que? – Nicolas pergunta.

– Brincar com um gorila – Tento ser irônico.

– É assim que você chama seu pau? – Helen acaba com a piada me deixando envergonhado então vou embora do quarto.

Ando pelo longo corredor do segundo andar da casa de Yasmin até chegar ao banheiro no final do corredor. O pai de Yasmin optou por uma casa menos extravagante, já que só moram ele e Yasmin, para compensar isso ele decorou o quarto dela da forma que ela quis (Agressivamente feminino e caro).

Entro no banheiro predominante branco e perfumado, faço minhas necessidades e quando vou lavar as minhas mãos... Aqueles filhos de Bolsonaro!

– Quem foi o energúmeno que fez essa merda na minha cara! – Grito quando chego no quarto e encontro Helen rindo mais que o coringa em seu dia mais lunático – Sua xereca de vaca desgraçada.

– O que deseja, querido. – Ela finalmente diz quando consegue parar de rir – Nossa! Quem fez isso no seu rosto! – Ela diz apontando para a minha bochecha.

Essa baranga desenhou um pênis gigantesco na direção da minha boca e em letras bem pequenas escreveu "Pau do Nicolas".

– Tá bom, talvez eu tenha usado meus dons artísticos na bela tela que é o seu rosto para trazer a vida a minha obra de arte. – Diz forçando um sotaque francês. – Por que você odeia a arte, Theodoro?

– Eu amo a arte quando ela não envolve o pinto do meu ex desenhado na minha cara – Demonstro toda a minha indignação.

– 1) Se eu tivesse desenhado o pau de outro cara, você iria aceitar? E 2) Ex?

– Você contou dele pra ela Yasmin? – Questiono um pouco constrangido.

– Eu não. Só fiquei pintando minhas unhas e mostrando minha playlist pra ela enquanto o Nicolas te imitou e dormiu também. – Como ela descobriu? Não que seja um segredo, mas como ela descobriu?

– Cara cê tá ligado que o dono do pau na sua cara é o Nick aqui do meu lado né? – Ela solta e Nicolas arregala os olhos surpreso.

– Meu? – Ele questiona sério – Por que meu?

– Ou era você ou o Luiz Inácio Lula.

Depois de um bom tempo tentando tirar a tinta de caneta permanente que a Helen usou na minha cara, nem pra ser um lá canetinha escolar que sai com água, tivemos que ir embora pois Yasmin iria sair para um jantar importante com o pai dela.

O AdimiravelOnde histórias criam vida. Descubra agora