Encontro inesperado.

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As vozes estão abafadas, era como se não tivesse ninguém ali além dele e do homem com cabelo estranho, Bakugou ofega, sua camiseta gruda em seu corpo e a calça parecia escorregar cada vez mais para baixo, ele respira fundo e tenta focar sua visão na pessoa a sua frente. O homem avança sobre si, pronto para soca-lo.

Maldito cabelo de salsicha.

Não foi difícil desviar de seu golpe, Katsuki acerta sua costela e em seguida seu rosto, não tendo ideia de onde bateu, seus ouvidos zunem e ele acaba tombando; Era difícil respirar, difícil raciocinar.

— Dina — A voz de Shigaraki tentava despertado de longe — Seu filho da puta maldito, olha pra mim.

Seu ombro é empurrado, lentamente Katsuki ergue seu rosto e encara os olhos tão vermelhos quanto os seus, Shigaraki olha para o homem caído e então para o garoto novamente, apontando para a saída com a cabeça.

— Bora dar o fora daqui.

Bakugou assente, passando por cima do corpo caindo e o seguindo para longe dos gritos e xingamentos. Uma garrafa de água é entregue a si e bebida em segundos, o loiro se encosta no lugar mais próximo e tenta se acalmar, seu corpo pinicava e tremia incontrolavelmente. Merda de lugar.

— Ôh maluco, tá vivo ainda?

— Cala a boca.

— Tomara que morra também, desgraça — Shigaraki pragueja.

Ao contrário do que dizia desejar, o homem tira sua blusa de frio e a coloca sobre o peitoral alheio, com o auxílio da roupa ele obriga Katsuki a se movimentar e sentar na beira da calçada.

— Toma — Um bolo de notas é oferecido ao loiro.

— Quanto? 

— A quantia de sempre.

— O que?! Você disse que essa merda ia aumentar — Bakugou, agora no seu normal, grita.

— Ou calma aí, não é eu que controlo, aquieta o cu e espera.

— Cacete — Bakugou se levanta.

— Não reclama de barriga cheia, tem gente que mata por metade disso aí.

— Tsc

— Vai vir semana que vem de novo?

— Vou.

— Ótimo, os negócios vão melhor quando você participa — Shigaraki sorri — Vê se não passa mal de novo, preciso da grana.

Bakugou revira os olhos, guardando o dinheiro no bolso e atravessando a rua sem olhar para trás, seu braço doía como um inferno e ele sentia seu coração bater na ponta do dedo; Sentia que podia desmaiar a qualquer momento, precisava achar algum lugar para comer ou então cairia duro daqui a pouco. Sua mãe, como sempre, não faria comida para si, e se quisesse comer teria que raspar o resto do prato ou então pagá-la para poder pegar, no mínimo, uma fruta.

Velha desgraçada.

1:45 da manhã, o que estaria aberto naquele horário?

Naquele lugar, nada. Ninguém tinha coragem de continuar aberto até de madrugada sabendo que tipo de pessoas rondam por ali. Roubo era a coisa mais leve de se acontecer.

Bakugou pega seu celular, abrindo as mensagens que sua progenitora havia mandado. Ela como sempre o xingava por ter saído de casa às escondidas.

Não teria onde dormir naquela noite.

— Maldita...

E para ajudar não sabia onde estava, normalmente não ficava até aquele horário nas ruas e quando ficava, Shigaraki o levava para casa. Não devia ter saído andando, o mãozinha já devia estar longe, ele não se importava o suficiente para ir atrás de si. 

Verde é a nova cor do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora