Capítulo 25

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Marinette

Os dias se passavam e minha relação com Adrien continuava estranha. Sempre que estavamos perto um do outro nos evitavamos e um climão era instaurado, achei que melhoraria depois de tudo aquilo que aconteceu na ultima batalha, mas não mudou nada.
Já tinha anoitecido e eu estava dormindo profundamente, o dia seguinte seria sexta mas era feriado então eu podia dormir até tarde.
Acordo com um barulho de batida, tento ignorar mas ele continua.
Quando percebo o que é fico meio preocupada.
-Chat Noir? -Eu perguntei

-Sou eu sim, será que eu posso entrar?

Não respondo nada, meio em choque com a visita repentina.

-Por favor Marinette, eu sei que isso é estranho. Mas você foi a primeira pessoa em que eu pensei e eu não sei o que fazer. -Senti um tom de desespero em sua voz

-Tudo bem, pode entrar.

Ele abre o alçapão e entra no quarto, se destransformando logo em seguida.
Ele se senta na cama de frente pra mim e me encara cabisbaixo.

-Adrien, o que aconteceu? -Pergunto preocupada.

-Mari... meu pai ele... -Adrien começa a chorar, chorar muito.

-Ei, o que foi?

Ele parecia estar tendo uma crise de ansiedade e não parava de chorar nem por um segundo.
Eu me aproximei dele e o puxei pra perto de mim, o abraçei forte e ele deitou sua cabeça no meu ombro, me abraçando como se eu fosse a última coisa solida do mundo.
-Eu tava lendo o diario da minha mãe que encontrei em Londres. -Ele diz em meio a soluços -Ela e meu pai encontraram os Miraculos do pavão e da borboleta em uma viagem que fizeram. -Senti suas lágrimas molharem meu ombro -O meu pai é o Hawkmoth Marinette!

-Adrien... eu não sei o que dizer. Sinto muito meu amor, sinto muito mesmo -Digo em choque e só então percebo que o chamei de "meu amor", torci pra ele não ter percebido ou se incomodado.

Ele não respondeu, só continuou chorando sem parar enquanto me abraçava, sua respiração estava completamente alterada e eu conseguia ouvir seu coração bater alto e rápido.
Me encostei nas almofadas da cama e o puxei, deitando-o em meu peito. Ele abraçou minha cintura e eu começei a mexer em seus cabelos enquanto tentava acalma-lo.
Depois de um tempo percebi que ele havia pegado no sono, fechei meus olhos e dormi no mesmo segundo.

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Assim que abri os olhos vi Adrien, ainda abraçado comigo como na noite anterior, ele segurava minha mão enquanto fazia um leve carinho nela.
-Adrien?

-Oi Mari, bom dia.

-Bom dia. Como você está? -Peguntei me sentando e ele fez o mesmo.

-Eu ainda estou em choque, triste, mas não surpreso. Meu pai é o tipo de pessoa que se transforma em um vilão pra conseguir o que quer.

-O que você acha que ele quer?

-Ressuscitar minha mãe. Ela disse no diário que o convenceu de não tentar traze-lá de volta quando ela partisse, mas dúvido que meu pai tenha ouvido seu desejo, ele não liga pra o que ninguém quer, apenas pros seus próprios objetivos.

-Acho que faz sentido.

-Eu já pensei nisso sabe?

-Nisso o que?

-Em combinar nossos Miraculos pra desejar que minha mãe volte a vida.

-E você ainda pensa sobre?

-Não. Eu sei que pra minha mãe voltar a vida alguém precisa perder a própria mãe e eu não consigo desejar essa dor pra ninguém.

Visitas de um gatinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora