14. Recomeçando...

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3 Days Later - - Bumrungrad International Hospital - 2 PM

Becky

Hospital...Paredes brancas, clima de imprevisibilidade, sons que entram na sua cabeça e de certa forma te deixam com uma sensação de fundo do poço, pessoas com caras assustadas, choro, dor, solidão, expressões de medo e aflição, todo mundo de branco de um lado para o outro, porém em vez da cor transmitir paz tudo que ela passa é a sensação de vazio, de nada, de fim e o tempo então é aquele que não passa, ou passa rápido demais, uma hora você pode estar bem, e em um piscar de olhos a notícia do fim se faz presente e a única coisa que se vê é a pessoa com a expressão fria e mascarada para tentar dizer que ela partiu feliz... Ninguém parte feliz, a vida é uma caixinha de surpresas, mas de certa forma até mesmo quem está doente e fadado a morrer continua lutando pela vida, então a morte nunca é bem vinda, a vida no hospital é imprevisível uma hora você ta sorrindo na outra chorando, uma hora sua alma está ali e na outra acabou tudo

Já faziam 3 dias que nossa rotina era esse local, cheio de incertezas e notícias nada agradáveis, depois que Lisa foi resgatada ela foi trazida para cá e em meio há vários exames, procedimentos, e uma série de porquês na cabeça de todos, ela estava em coma. Lisa havia sofrido uma perda de sangue muito grande e precisou de transfusão, os cortes feitos foram bem profundos, e por muito pouco não acertaram a veia que leva sangue pro coração, além de que com a queda ela ainda bateu a cabeça na pedra e sofreu um traumatismo craniano, ou seja só o fato dela estar viva já era um grande milagre, no entanto, as notícias de possíveis sequelas deixavam a todos completamente desesperados.

É bizarro o que podemos esconder debaixo de um sorriso, o que acontecera com Lisa mexera de uma forma muito pesada comigo, porque desde que eu a conheci eu carreguei esse sentimento de saber que ela não estava bem, e desde então eu fazia de tudo para que não chegássemos a esse ponto, no entanto, eu fui descuidada e muito idiota de pensar que depois que ela e Freen se acertaram as coisas melhorariam e ela ficaria bem, eu tirei um pouco da minha preocupação de cima dela, olhei para mim, estava focada no que estava acontecendo comigo e acabei deixando ela de lado, definitivamente toda aquela situação estava me destruindo, e essa incerteza de não saber se ela iria acordar, se teria sequelas era o que mais me faziam pensar que eu podia ter sido mais atenta e ter evitado tudo isso.

Freen não havia saído daqui desde então, se culpava dia e noite por Lisa ter feito o que fez, a loira não acreditava que aquilo era real, ela dizia que apesar de Lisa ser extremamente fechada ela nunca tinha notado sinal de que isso pudesse estar acontecendo, a culpa não era dela, nunca foi, a pessoa que faz isso não o faz por causa de uma pessoa e sim em razão de um ambiente tóxico, e uma série de fatores que a levam crer que viver não é mais a melhor opção onde tudo dentro dela já morreu e só o corpo existe esperando a hora de partir também.

Contudo, as coisas para ela iam bem mais além de tudo que estava acontecendo com Lisa, Freen também tinha perdido a avó, e que por mais narcisista e tóxica que fosse, ela criou as meninas, a partida da mesma não estava sendo fácil, afinal com a morte Freen foi colocada perante um documento de emancipação que a mesma havia feito, ou seja agora ela era de maior, e responsável legal por um império gigantesco e principalmente por Lisa, e apesar dela na maioria das vezes se gabar de toda a maturidade que ela dispunha nesse momento em questão a mesma se encontrava mais frágil que um bebê de colo.

Nam, Jennie e Jisoo tomaram parte junto com ela do enterro da avó, e toda a burocracia que isso compunha, já eu me mantive ao lado de Lisa o tempo todo, conversando com ela, e pedindo para ela voltar, outra pessoa que com certeza estava ali, mas também estava apenas existindo era minha prima.

Rosé quando soube desmaiou e teve que ser atendida às pressas, o coração da loirinha quase parou e agora ela estava ali em observação ao lado de Lisa, sim internadas uma do lado da outra, parecia que toda aquela cor e vivacidade que ela tinha fora completamente embora ao ver Lisa desse jeito, seu olhar era vazio, passava maior parte do tempo chorando, se culpando por não ter prestado atenção na pessoa que ela mais dizia amar, questionou até mesmo se Lisa a merecia já que quando ela mais precisou Rosé não esteve lá, não a viu... tendo crises e crises de pânico uma atrás da outra.. pesado porém ela dizia que só se mantinha viva porque acreditava no fundo que Lisa iria voltar

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