Máfia in new York

Um novo começo

Lírios, minha mãe amava lírios.

Ela amava contar a história de como conheceu papai. Eles eram vizinhos, meu avô era rígido, não gostava que minha mãe tivesse muitos amigos. Mas ela saia de madrugada, e em uma dessas ela o encontrou.
Ela amava dizer a forma como o coração dela palpitou ao vê-lo. Como os olhos dos dois se encontraram no meio de tantos lírios que estavam naquele campo.
Minha avó, diferente de meu avô, sempre foi carinhosa e cuidadosa com minha mãe, Evelyn Scott. Ela ficou feliz em saber que sua filha estava finalmente apaixonada.

Meu avô descobriu, tentou separar aquele casal, mas minha avó o convenceu de que estava tudo bem. Houve um casamento simples, rodeado de lírios. Meu avô demorou um pouco pra superar, mas teve que aceitar quando viu o forte amor dos dois. Minha mãe não me falou muito sobre a família do meu pai, mas disse que eles eram bons, mas não conseguiram comparecer no dia do casamento.

Poucos anos se passaram, e eles finalmente decidiram ter uma família. Eu nasci. Amélia... Minha mãe amou esse nome, mas quase foi "Lily".

Ela realmente amava aquelas flores, e tinha motivos. São belas.

Lembro-me dos olhos castanhos claros de minha mãe enquanto ela contava histórias para mim. As histórias dela eram as melhores, papai nunca superou.
Linda, ela era linda! Seus longos cabelos ondulados. Ela era quase mais alta que o papai, foi chamada para ser modelo muitas vezes por conta de sua beleza, mas ela sempre deu preferência à família.

Lá estavam eu, uma forte dor de cabeça, eu estava tonta. Oque havia acontecido? Escuto algumas palavras, não consigo distinguir.
Abro os olhos devagar, não reconheço o lugar, nunca havia visto antes. Estava deitada, o quarto tinha pouca iluminação pois as cortinas estavam fechadas. Olho em volta e vejo um cara, eu estava fraca, não tinha forças para gritar nem reagir, mas pude expressar minha curiosidade com os olhos.

- Fique tranquila. - ele diz se sentando ao meu lado. - Você está com um pouco de febre. Está com fome? - Ele colocou a mão em minha testa. - eu te achei na rua, sozinha, havia cinzas e um cheiro de fumaça em suas roupas. Fugiu do incêndio?

Isso, incêndio. Eu estava me lembrando.

- Eve? E os outros? As crianças, as Madres...- fico em silêncio enquanto sinto as batidas do meu coração acelerarem. - A explosão. Eles estão?...

O homem abaixa a cabeça, eu era nova, mas entendia o que aquilo significava. Volto a chorar.

Aquela foi uma das lembranças daquela noite, após aquilo, Logan Cameron, um escocês, nascido em 1967, que na época tinha 21 anos, cuidou de mim como se fosse da família, como se fosse sua filha. Ao longo dos anos, ele me ensinou muitas coisas. Desde lutas marciais até manusear facas e armas brancas. Ele não parecia se importar com isso, apenas medo de que eu me machucasse com aqueles objetos.

De acordo com ele, estava me treinando para a vida. Para o mundo.

Nós primeiros anos, estudava em casa. Logan me ensinava. Já em 1996 Logan disse que eu precisava ir a escola, mesmo eu não achando necessário. Ele queria que eu terminasse os estudos da forma correta. Nós mudamos para Los Angeles, para eu poder frequentar uma das universidades disponíveis.

Um novo começo...