Não vá além do limite

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Eu corri pela estrada até chegar ao campo. Olho no relógio, exatamente às 04:55.

- Está quase correndo mais rápido que eu... quase. - Logan diz bebendo água e se apoiando em uma árvore.

- Quase? Tenho certeza que estou. - Sorrio e me sento em uma pedra. - É aqui que vamos treinar?

- É sim, treinava com meu irmão aqui quando éramos pequenos. - Nós começamos a tirar algumas coisas da bolsa.

Facas, canivetes, flechas...

- Deveríamos começar com o arco... - Seguro ele. - Depois com as outras coisas.

- Vai ser um dia longo, Lia. - Ele levanta. - Teremos tempo até às 09h30, certo?

Passamos cinco horas treinando, todo tipo de coisa, a cada dia eu ficava melhor. Eu preciso disso, dessa vingança. Talvez eu não faça ideia de como fazer isso, nem ao menos sei quem assassinou meus pais. De qualquer forma, sinto que estou fazendo algo útil quando faço essas coisas.


Eu estava com o bastão em mãos e Logan estava com o dele, eu sabia das regras e truques daquela luta, porém, sempre atacava em momentos que não deveria. Eu ia com tudo pra cima de Logan.

- Amelia, já falamos sobre isso. - Com um golpe ele derruba o bastão de minha mão.

- Droga...- Abaixo a guarda. - Foi mal...

- Você está pensando no assassino, não é? - Nós sentamos próximos há uma árvore. - Eu sei que dá vontade de atacar, mas você tem que entender que há o momento certo para tudo. Existe um limite, e você não pode ir além dele. - Eu suspiro. - Você não pode atacar e esperar que o oponente não ataque e não se defenda, você tem que saber o que está fazendo.

- As vezes atacar parece ser o certo, ir acabar de uma vez só! Uma única vez. - Digo olhando o céu.

- Acha que consegue ir e acabar? De uma vez só? Se você pode, qual o motivo de ainda não ter feito? - Ele me encara.

- Bom, Eu... - Não havia o que dizer, ele estava certo. Não dava pra acabar de uma vez só, se isso fosse possível eu já teria feito.

- Por hoje chega, já deu o horário. - Ele se levanta e organiza as coisas. - Vamos.

Caminhamos em silêncio, mas não era um silêncio constrangedor. Era uma paz, algo que só nós sabemos.

Sabe quando está dando tudo errado e um pouco de paz te deixa bem? Eu sinto isso. Logan me entende como o pai que tiraram de mim e eu confio mais nele do que em mim. Sei que ele também se sente assim.

Chegamos em casa e guardamos as coisas, entro em um banho gelado pra esfriar a cabeça. Me arrumo e me jogo na cama.

Escuto batidas na porta, era Logan.

- Vou sair, Lia. Tem comida pronta, certo? Talvez eu demore, não me espere.

Novidade. Ultimamente ele anda saindo sempre, eu até entendo, ele tem um emprego aqui e é bem importante, penso eu. O que eu deveria fazer o resto da tarde? Decorei cada parte do meu quarto e do resto da casa, menos do quarto do Logan, privacidade!

E o Michael? Eu deveria ir lá?

Crio coragem e acabo indo, toco a campainha e espero um pouco, ninguém sai, absolutamente ninguém.

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