Em chamas

32 9 1
                                    

4 de dezembro de 1988.

- Nada de ficarem acordados até tarde! Acordaremos cedo amanhã. - diz a madre superior do pequeno orfanato. - Vocês têm muitos afazeres. - ela exclama e sai, fechando a porta barulhenta após checar todas as crianças em seu devido lugar.

21:06 da noite.

- Lia, acorde! - sussurra uma garota de cabelos claros em seu pijama. - Amélia!- ela dá leves batidas em Amélia, que acorda.- temos que ir, ou então, não sobrará nada daquele bolo de chocolate que as Madres escondem de nós.

Ela diz e Amélia se levanta, as duas abrem devagar a porta, que faz um barulho alto, mas não o suficiente para acordar-los.
Elas caminham sorrateiramente pelo corretor de madeira. Mas são interrompidas por um cheiro forte e uma fumaça que começou a engolir o local.

- Eve? O que é isso? - Amélia diz vendo aquilo.
- Eu não sei...- Eve, a mais velha, anda até a ponta do corredor. - fogo! - Ela diz e corremos até a porta principal.
- Não, espere. E os outros? Precisamos avisá-los! - Amélia diz em Pânico. - Eu vou correndo e aviso. - Amélia diz andando na direção oposta.
- Não, eu vou, você é pequena e lenta.- Eve segura sua mão. - Abra a porta e fique aqui, os outros precisam da porta aberta para poder sair. - Ela diz, sem mais nem menos sai correndo na direção dos quartos.
Amélia alcança a grande chave em cima de um armário, abre a porta e sai. Lá fica ela, esperando ansiosamente para vê-los. Lá estavam eles, correndo na direção da porta, quando em uma explosão, uma parte gigantesca do telhado cai, bloqueando a porta. Amélia se desespera escutando os gritos, gritos de dor e sofrimento. Ouvir os gritos desesperados corta o coração de Amélia. Ela olha para trás e vê alguns moradores vindo com água e coisas para tentar ajudar, a fumaça já estava em todo lugar, Amélia só queria que eles fossem salvos. Ela começa a tossir por conta da fumaça, um cara a puxa de perto do fogo e a coloca encostada em uma árvore enquanto eles tentam ajudar aquelas crianças. Até que uma grande explosao acontece. Amélia grita como gritou na morte de seus pais.

Mortos. Estavam todos mortos.

Amélia apenas correu, como nunca havia corrido. Estava tonta e trêmula por causa do estrondo, ela apenas sai sem saber para onde. Por um momento, sua mente não sabia oque fazer. Ela corre pelas ruas de Riverside quando tropeça e cai, ela se encolhe em um canto qualquer, apoiando a cabeça em seus joelhos e chorando, apenas chorando.

Ela caiu no sono por cansaço, havia inalado muita fumaça. Um homem passando por perto a vê, ele pensa em deixá-la lá, mas a carrega nos braços.
A noite deixava os cabelos ruivos do homem brilhantes, assim como os olhos dele brilharam quando a viu.

Máfia in new York Onde histórias criam vida. Descubra agora