Docinhos

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Pov Wanda Maximoff:

Finalmente a sexta chega, e antes que me pergunte, não, eu não respondi Heloísa. Eu até tentei escrever um textinho dizendo que era eu a culpada e que a mesma não precisava se desculpar, venho lidando melhor com tudo e a culpa vem sendo controlada nesse último dia. Na manhã, assim que termino de tomar café, recebo uma mensagem de Peter afirmando que não poderia fazer a encomenda dessa tarde pois sua prova, a qual se preparou durante as últimas semanas, tinha sido posta pra essa tarde, suspiro com a ideia de encontrar a cliente, mas era o necessário, eu tinha que ser profissional.

— No que tanto pensa, senhorita Maximoff?! — Pergunta Carolina dando-me um beijo na bochecha enquanto passa para o lado da pia, pondo seu prato e o de seu namorado na mesma.

— Nada demais, odeio pensar muito, mas preciso ir fazer essa entrega mais tarde e estou um tanto estressada com a vida!

— Como anda a terapia, Wanda? — Perguntou Ithan de forma debochada. Me virei para o mesmo e sorri sarcasticamente.

— Como andam os treinos, Ithan? — Devolvi a pergunta com meu belo sorriso sarcástico e ele sorriu de lado.

— Duas crianças... — Sussurrou Carolina com um sorriso sem dentes em seu rosto e assim seguimos a manhã.

[...]

Chegou o momento do dia onde eu precisava enfrentar a cagada que fiz durante essa semana. Mandei uma mensagem pedindo o endereço da mesma, ela realmente mandou e não adicionou mais nada, isso era uma óbvia culpa minha, apenas suspirei fundo e chamei meu Uber com o endereço indicado e então entro no carro, queria ser o mais breve possível nessa saída, tenho aulas para dar e entrar em contato com um corretor de imóveis rapidamente, toda situação com Peter ainda me deixava confusa, ele explicou os acontecimentos, mas não a razão para não ter tentado encontrar as pessoas que apoiariam ele e o tentariam ajudar, principalmente na parte do luto com a perda de May. Refletindo durante o caminho, acabei nem percebendo quando cheguei no local, apenas "acorde" quando o motorista perguntou a forma de pagamento.

Desci e suspirei, segurando os pacotes na mão, indo pra casa de Heloisa entregar o pacote. Apertei a campainha do prédio e então um porteiro aparece, digo a ele as informações e subo, após a confirmação com a mesma, no elevador sinto minhas mãos começarem a suar de ansiedade pela confirmação. Chego e toco a campainha, engulo em seco e a porta se abre, e uma mulher desconhecida aparece na porta.

Heloisa, a confeiteira chegou! — Meu rosto entrou em confusão pelo idioma desconhecido falado pela menina em minha frente, a mesma tem uma pele negra retinta e a cabeça raspada, belíssima.

Pede pra ela entrar. — Outra voz com o mesmo idioma, eu suponho, disse em um grito abafado.

— Oi, pode entrar, venha que eu te ajudo! Quer uma água?

— O-oi... E-eu aceito! Obrigada... — Entrei quando a mulher me deu espaço para passar na porta, a primeira coisa que vi foi uma sala branquíssima, uma TV bem grande, uma mesa de centros com espécimes de colares azuis e douradas, mais alguns quadros.

— Vem comigo pra cozinha! — Chamou a mulher indicando-me com os braços, fomos para o cômodo, onde encontramos Heloise de costas com um coque alto, perna apoiada na outra fazendo como se fosse um quatro, uma mão na cintura e outra com uma espátula, usando um conjunto de short e crooped meio peludinho cinza.

Mulher, a menina tá aqui! — A negra retinta falou novamente em outro idioma, ouço um suspiro forte e então a outra se vira. Ela é tão mais bonita pessoalmente...

— Hey, Wanda! Como está? Só um momento que vou pegar o dinheiro na minha carteira! — Ela disse afoitamente, pos a espatula no balcao e limpou a mão na roupa indo pegar a carteira.

— Ela é tão perdida! Vem... Wanda né? Vem! Coloca a encomenda aqui, Alicia adora esses tipos de docinho, pera que já pego sua água e... Uau! — Ela parou de falar assim que abriu a caixa de docinhos.

— Voltei, deixa eu verificar essa encomenda e... Uau, que lindo... Exatamente como eu enviei, toma aqui seu dinheiro! Helena já lhe deu água? — Heloisa voltou e olhou para a caixa de doces que a tal Helena também olhava, me deu o valor na mão e voltou a olhar para mim com as bochechas vermelhas quando disse a última parte.

— Ainda não, mas não precisa, não quero incomodar de qualquer forma! Vou chamar meu Uber e ir, tenho muitas tarefas hoje, mas obrigada! — Respondi e senti meu rosto pegar fogo enquanto pegava meu celular para chamar o carro, precisava comprar um urgentemente.

— Vou pegar sua água! — Falou Helena indo até a geladeira, fiquei de cabeça baixa sentindo meu coração bater rapidamente e minhas bochechas pegarem fogo. Eu permanecia com o celular na mão tentando pedir o Uber enquanto minhas mãos tremiam e suavam.

— Olha, não precisa me responder, ok?! Eu entendo você, não se sinta mal por nada que aconteceu. Você é bonita, tudo bem, isso não me dá direitos, mas se quiser só amizade e quiser saber como eu te conheço tô aqui, ok?! — Sussurrou a mulher para mim e senti meu peito apertar ainda mais.

Eita, que clima hein?! Cuidado pra não beijar a menina! — Falou Helena em outra língua novamente rindo alto me entregando o copo com água.

Você é muito sem noção! — Respondeu, na mesma língua, a de coque suspirando.

-- Obrigada! -- Sussurrei e levantei os olhos para Heloisa, que me olhava com um sorriso lindo e pequeno. Senti meu rosto comprimir pela vergonha, bebi a água rapidamente e pus o copo na mesa. -- Obrigada por tudo, tenho que ir!

-- Eu te levo lá embaixo! -- Disse Heloisa indo ate a porta comigo. Ela põe um casaco, então nos descemos de elevador em um clima completamente desconfortável, sai do prédio e então o Uber chegou.

-- Espero que você entenda bem o que eu quis dizer. Sinto muito por tudo. -- Disse a mulher quando abri a porta do carro, sorri para a mesma e entrei no carro. Soltei o ar que até o momento não sabia que estava prendendo.

[...]

Após um dia cansativo chego em casa as seis da noite, indo diretamente até a cozinha, meu local favorito desse complexo. Encontrando Ethan com seu notebook aberto, de fones, com uma cara de interessado e um caderno aberto escrevendo algo nele; pus a bolsa na mesa e então o mesmo olhou pra mim, dei-lhe um beijo na testa e fui fazer o que mais amo. Cozinhar.

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Capítulo Revisado
Palavras: 1095

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