sex

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isaac lahey

Kyle estava largado tragando um cigarro deitado ao meu lado.

Tentei esquecer os últimos momentos, mas pareciam cravados em minha memória.

Nesses momentos sempre levo minha mente ao que gosto de chamar de "Lugar Feliz". Nele penso em como minha vida seria diferente se esse crápula não estivesse aqui, certamente eu teria alívio e meu bebê teria uma vida boa, mas hoje, diferente das outras vezes pedi para que Scott ainda estivesse ali, que ouvisse os gritos e viesse em meu resgate. Supliquei ao universo para que me concedesse essa dádiva, mas ele me negou. Me deixando aqui nas mãos nojentas desse alfa.

Depois de tentar me recuperar fui até o banheiro mancando — ouvi Kyle rir — precisava me limpar o mais rápido possível para ir ao encontro do meu filhote.

Ter Jordan nos meus braços é o que eu preciso.

•••

scott mccall

Assim que Isaac entrou em casa, dei partida no carro contrariando meus instintos que gritavam para trazê-lo de volta, para marcá-lo com meu cheiro como um verdadeiro alfa faz, porém sei que não posso. Isaac tem uma vida, suspeito muito das ações de seu marido.

Inclusive Lydia me contou das suspeitas de agressões sofridas, mas eu não sou seu alfa e por isso não posso fazer nada.

Suspirei irritado.

Minhas roupas estão com o cheiro enjoado da dançarina, mas o carro tá impregnado com o do ômega. Seus lábios tão convidativos, estavam tão próximos de mim. Queria saboreá-los, sentir em minha língua o seu gosto. Talvez com um pouco mais eu consiga. Afinal eu sou Scott McCall e nenhum ômega resiste a dominância dos meus feromônios.

Quando a noite caiu me senti ansioso para voltar ao Heart Of Glass e ver mais uma vez o ômega que circula meus pensamentos, porém meus planos tiveram de ser adiados por conta de um problema envolvendo meus negócios mais particulares.

— ...por isso que não podemos.

Um dos homens terminava de se explicar, pude sentir seu medo e receio de me encontrar para dar essa infeliz notícia.

O que está acontecendo aqui é: recebemos uma mercadoria especial do Canadá que está presa na divisa dos EUA porque infelizmente a polícia está a procura de uma denuncia anônima sobre nossa cocaína. Antes tínhamos alguns aliados dentro de departamentos policiais, pagamos um suborno e então passamos, mas não seria prudente acioná-los agora.

Me joguei na cadeira confortável do escritório pensando numa estratégia. Quero vender meus produtos para esses degenerados ricos e mimados que frequentam minhas casas noturnas. Pelo menos o carregamento de armas chegou bem da Rússia.

— Mande um idiota qualquer que nos deve e não nos conhece para entregar uma encomenda, coloca dez quilos com esse idiota e de um jeitinho da polícia pegar ele enquanto passamos com nossas coisas. Parte disso vai para Inglaterra, então vamos logo.

Ele assentiu saindo da sala para fazer o que foi dito.
Ao chegar ao Heart Of Glass subi as escadas indo até meu escritório, precisava de uns momentos sozinho para conter a raiva que estava sentindo.

"Ômega"

Meu lobo rosnou chamando o dono dos meus pensamentos. Fechei meus olhos mentalizando seu rosto, lembrei de seu cheiro doce e suave, pensei em seus olhos azuis e pequenos que não tinham brilho, quase opacos.

Abri meus olhos notando pela intensidade do meu lobo que eles estavam vermelhos.

Levantei abruptamente rugindo, saí em disparada seguindo meus instintos até o bar, mas ele não estava lá.

Olhei em volta a sua procura exalando meus feromônios inconscientemente atraindo olhares sinuosos e excitando ômegas mais vulneráveis.

— Scott? Ei!

Volto a mim quando vejo Lydia segurando meus ombros me chamando.

— Lyds? — pisco. — O que...?

— Aconteceu alguma coisa? Vem, vamos lá pra cima.— Me puxou pelos pulsos para subir as escadas. Estava um tanto atordoado, meus sentidos ainda se mantinham aguçados como se estivesse em alerta com o rosto de Isaac circulando minha mente. Algo está muito errado comigo.

— O que foi aquilo? — ele fechou a porta. — Seu lobo parecia muito desperto Scott.

—E-eu não sei. Estava aqui, sentado então eu pensei
— engoli em seco

— Pensou...? — ergueu as sobrancelhas me incentivando a continuar.

Em Isaac Lahey.

— Nada. — desviei meus olhos dos seus, nunca menti para minha prima e nem quero, mas também não quero lhe dizer a verdade. — Só fiquei estressado com o atraso em Beacon.

— Hum. — me analisou. — Se não quer me dizer agora tudo bem, tenho que resolver algumas coisas para um dos nossos funcionários.

— Certo, certo.

— Já vou indo.

Fiquei sozinho tentando lidar com minha mente bagunçada. Senti nos meus ossos o alfa dentro de mim querer sair, ele estava com raiva, quase sanguinário e eu não sabia o porquê disso, não era nada relacionado ao trabalho e todas as áreas da minha vida pessoal estão tranquilas.

— Preciso de uma bebida. — murmurei pra mim mesmo.

Chegando no andar de baixo fui interceptado por Layla que sorria de forma exagerada.

— Scotty! — sua voz saiu mais aguda e estridente que o normal. — Tenho uns minutinhos, sabe? Por que não vamos nos divertir?

A olhei sentindo a repulsa do meu lobo, definitivamente ela não nos agradava mais. Sem lhe responder fui até o bar notando ela vir atrás de mim falando de forma quase infantil. Irritante. Ao me sentar procurei por Isaac, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa Layla gritou:

— Ei garoto do bar, vem servir uma bebida para o meu
Scotty!

Já era ruim o bastante ela ter gritado perto do meu ouvido ela também havia chamado Isaac, este que olhou para mim e depois para ela então abaixou a cabeça me servindo uma dose de whisky.

Sempre segui meu alfa. Temos uma relação e ele sempre me alerta de possíveis perigos ou que alguma coisa está errada.

Agora ele grunhi chamando pelo ômega à nossa frente como um filhotinho carente.

— Isaac? — o chamei. — Tudo bem?

— Ah, sim, sim. Vou voltar ao trabalho.

Quando ele se virou pude notar que havia alguma coisa errada com seu rosto e o jeito de andar.

— Essa maquiagem vagabunda não esconde esse roxo não, garoto do bar. — ouvi Layla falar, ela me parecia..Alegre?

Ele se virou, então vi melhor seus olhos assustados e o lado direito de seu rostinho inchado.

Segurei seu rosto aproximando de mim fazendo com que ele deitasse parte do seu tronco miúdo no balcão.

— Quem fez isso?

O vi ficar ainda mais assustado, outros alfas pareciam se intimidar com minha presença, ômegas se encolhiam, porém nada disso me importava. Rosnei irado. Aproximei meu rosto do seu tocando nossas testas, precisava sentir que ele estava aqui.

— Quem?

— E-eu... eu não posso. — murmurou então notei que ele chorava.

— Me diga quem foi o filha da puta que tocou nesse seu lindo rostinho e eu o mandarei para o inferno.

— Desculpe. — ele se afastou de mim. — Preciso trabalhar.

Durante toda minha vida ouvi sobre escolhas, instintos, sentidos que nos guiam direta e indiretamente. Somos humanos, mas também somos animais, alguns de nós tem seu lado selvagem mais presente tendo que ser domado e algumas vezes enjaulado para o bem de todos ao seu redor. Eu, por ser da classe dominante tive que lidar com meu lado selvagem mais cedo que os demais, aprendi me controlar, quase adestrado. Hoje eu sei que meu alfa tem suas escolas independente de mim. Mas neste momento nós dois escolhemos Isaac Lahey e iremos caçar até o último filha da puta que se meter em nosso caminho.

𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐨𝐟 𝐠𝐥𝐚𝐬𝐬 › 𝐬𝐜𝐢𝐬𝐚𝐚𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora