quindecem

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isaac lahey

Ser querido, desde que me entendo por gente esse tipo de sentimento parecia estar longe do meu alcance, quando me casei — por assim dizer — esse sentimento ficou ainda mais longe, logo me contentei com toda a miséria emocional que seria destinada a mim

Então ele veio.

Scott parece genuinamente feliz por me ter por perto, mesmo que eu realmente não saiba como agir e o que possa lhe oferecer por agora. O alfa disse que estava apaixonado, que me queria aqui ao seu lado, claro que pensei que tudo não passava de uma brincadeira de sua parte, afinal por que alguém como ele iria ter algum tipo de interesse amoroso em alguém como eu? Mas ele me quer e quando nos beijamos...

Foi suave, gentil e transbordava sentimentos que deixavam meu estômago gelado e meu peito quentinho. Seus lábios eram macios, sua língua doce e seus toques carinhosos. Scott é um em um milhão!

E como afirmação de tudo o que disse ele está aqui na cozinha preparando nosso almoço, quer dizer, eu não sinto fome, porém Scott insistiu que o acompanhasse e cá estou.

Um alfa preparando comida para um ômega.

Pode acreditar? Eu nunca imaginei que esse tipo de coisa aconteceria na minha vida.

— Então Sac, prefere mal passada ou não?

— Acho que mal passada está bom. — respondi baixo.

O observei andar de um lado a outro na cozinha sempre sorridente e falante, me contando sobre coisas pequenas de sua vida e perguntando sobre a minha, sobre meus gostos e — indiretamente — fazendo planos para um futuro não muito distante, como ir ao cinema, passear no parque com Jordan e muitas outras coisas simples, mas que pareciam perfeitas para se fazer. Tentei conter meu sorriso, mas foi impossível.

Estávamos numa atmosfera muito agradável que foi interrompida com o choro do meu filhote.

Pedi licença e fui até o outro andar, lá estava ele sentado na cama com os olhinhos cheios de lágrimas, um biquinho trêmulo e quando me viu estendeu seus bracinhos gorduchos em minha direção abrindo e fechando as mãos.

— Mama, mama.

Ele balbuciava me pedindo colo.

— Oh meu amor, eu já estou aqui. — o peguei no colo e logo ele se aninhou a mim. — Quer comer?

Desci as escadas com ele agarrado a mim, seu cheirinho estava muito em evidência, talvez estranhando o ambiente novo que estava.

Jordan sempre foi um filhote quieto, só chorava em momentos como esse quando se sentia só ou quando precisava muito de alguma coisa, como qualquer outra criança de sua idade.

Quando descemos Scott estava lá nos esperando com um sorriso enorme no rosto, parecia brilhar, muito fofo!

Ele veio até nós.

— Olá filhote. — se aproximou. — Dormiu bem?

Jordan o respondeu em sua língua de bebê e depois sorriu para o alfa.

Parecia saber que era seguro estar ali.

— Então venha. — o pegou dos meus braços. — Vamos comer alguma coisa. — foram na frente deixando meu Ômega muito satisfeito com tudo.

scott mccall

Estávamos todos na cozinha, eu havia arrumado a mesa daqui para evitar mais atraso, já se passava das duas da tarde e eu estava morrendo de fome.

Isaac parecia extremamente contente e isso me trouxe um alívio sem tamanho, o filhote estava sentando no meu colo e eu revezava em me alimentar e alimentar o lobinho, este que parecia muito satisfeito com seus legumes cozidos e pedacinhos de carne.

Quando levantei meu olhar peguei Isaac nos olhando, pupilas dilatadas e brilhantes, lábios comprimidos para evitar um sorriso.

Todos sabem que para chegar ao coração de alguém o método mais fácil é se dar bem com suas crias — se este outro tiver, é claro — mas não trado o alfinha assim para chegar em Isaac, não. Eu o trato assim porque sei que ele é meu filhote, independente da genética.

Meu alfa diz, nós sentimos, então é isto que importa.

— Mama mama. — o filhote começa a dizer alegre olhando diretamente para o pai.

— Ele está comendo. — respondi. — Vamos deixá-lo terminar, sim?

Seus lumes olharam para mim então voltou sua atenção para o prato como se entendesse o que eu havia dito.

— Tudo bem Scott, eu posso ficar com ele para não te incomodar. — meu omega disse.

— O filhote não me incomoda, gosto dele e nos damos bem. Além do mais ele parece gostar do meu cheiro, não é garotão?

Jordan olhou para mim e sorriu antes de fazer sons que os bebês dessa idade fazem.

— Se importa de me responder uma coisa? — perguntei enquanto alimentava o pequeno alfa.

— Hm, claro, pode perguntar qualquer coisa.

— Qual cor você acha melhor para o quarto do filhote?

— Como?

— Bom, acho que ele precisa de um quarto só dele, certo garotão? — balancei minha coxa a qual ele estava sentando. — Acho que ele combina com verde clarinho.— devaneei.

Talvez devesse chamar um designer para preparar o quarto dele, mas o Sac pode querer organizar tudo ele mesmo, e esta é uma possibilidade.

— A-acho que sim. — o ômega respondeu — Mas quando você fala sobre isso quer dizer que a gente vai ficar aqui?

— Obviamente! Quero que vocês sejam a minha família e vou dizer isso até que você entenda e aceite este fato, eu quero estar com você, quero cuidar de você e se depender de mim você nunca mais vai sair do meu lado.— sorri olhando para aquele rostinho com pequenos sinais.

O resto do dia passamos conversando trivialidades, mas pude sentir que Isaac ainda estava acanhado, além do cheiro levemente azedo que ele exalava por conta da vergonha.

Certamente nossa dinâmica vai mudar, então ele terá de se acostumar e eu como seu alfa tenho o dever de lhe proporcionar a melhor adaptação possível.

Quero que ele saiba como é ser amado e cuidado. O filhote já parece muito bem ao meu lado, admito que o marquei com meu cheio também assim qualquer um que o veja saberá que ele é meu.

Eu sei que meu comportamento ligeiramente possessivo pode soar um tanto quanto feio, mas está, literalmente, nos meus genes como um alfa de categoria dominante. É uma coisa que não posso evitar, marcá-los para que todos saibam quem os protege, também existe toda a situação da marca horrenda na pele delicada do meu ômega, este sim é um verdadeiro problema.

Lobos por si só são territorialistas, antigamente era comum que lutassem até que um padecesse, seja pelo território ou para reivindicar um ômega. Eu lutaria por Isaac Lahey até meu último suspiro, faria tudo e qualquer coisa que ele me pedisse.

Aqui, agora, olhando para ele sentado à minha frente no chão da minha sala brincando com o alfinha percebo o quão agradável é e que eu quero isso todos os dias da minha existência. Isso significa que aquele alfa miserável é um empecilho para que todos os nossos dias sejam tão harmoniosos quanto o de hoje.

Kyle Blackwood tem que morrer, e logo.

𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐨𝐟 𝐠𝐥𝐚𝐬𝐬 › 𝐬𝐜𝐢𝐬𝐚𝐚𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora