septem

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isaac lahey

Cerca de uma semana atrás, quando estava fazendo meu trabalho, a Lydia pareceu um tanto aborrecida pedindo um martini, lhe servir, porém antes de me afastar ela me olhou atentamente e chamou para uma conversa privada nos fundos. Temeroso com a ideia de ser demitido fui, só que o teor da conversa nada envolvia meu emprego.

— Isaac, sabe que pode me contar qualquer coisa, não é?

Assenti ainda confuso com o rumo da conversa.

— Isaac, o que significa isso no seu rosto? — antes que pudesse lhe dar uma desculpa ela continuou. — Nem adianta me dizer que caiu ou que se bateu, conheço as marcas de uma surra quando vejo. — cruzou seus braços. — Foi seu alfa quem lhe fez isso?

Existem diversos fatores que me impedem de ir embora:

O primeiro; por mais imprestável que seja, Kyle é quem paga as contas da casa, passando na minha cara, mas pagando. Por causa dele tenho condições de comprar certas coisas para meu filhote, que é minha prioridade;

O segundo: sou marcado. Mesmo que meu ômega tenha, de certa forma, rejeitado a marca ainda é dependente. Quando fui marcado houve certa rejeição, a ferida ainda aberta inflamou e demorou para cicatrizar, hoje em dia compartilhamos um laço, mas este é minimo, sinto quando ele me trai por ser sensível, mas não compartilhamos sentimentos e sensações;

O terceiro: tenho medo de perder meu filhote. A primeira vez que decidi ir embora ainda tinha meus dezessete anos e um bebê recém nascido nos braços. Kyle me ameaçou dizendo que se eu passasse pela porta tomaria meu bebê de mim e que nunca mais iria vê-lo. Fiquei apavorado com a ideia.

— Não é nada Lydia, não precisa se preocupar. — lhe respondi.

— Isso não se faz! Ele te bate a muito tempo?

Como dizer a ele que apanho desde que Kyle pôs as mãos em mim? É vergonhoso para mim admitir esse tipo de coisa, principalmente para alguém como a senhora Martin que é casada com uma alfa de respeito.

Lydia é estudada, educada e bem de vida, tem uma alfa boa. Já eu, terminei o ensino médio na marra, engravidei novo demais, este é o melhor emprego que eu consegui e tenho aquilo estimado em minha vida.

Não, nunca lhe direi nada, não quero seus olhares de pena e palavras de conforto que vão me fazer pensar o quão miserável estou.

— Kyle não tem nada a ver com isso.

— Tem certeza?

— Sim, senhora Lydia.

— Tudo bem. — suspirou. — Vou resolver algumas coisas.

Logo depois veio Scott...

Esse alfa me fazia sentir coisas estranhas na barriga sempre que chegava perto, além de bagunçar meu coração.

Não sei o que é ou como descrever direito, mas é bom de se sentir, também sei que é perigoso,

Scott parecia se importar com o roxo em meu rosto e aquela pequena demonstração me fez flutuar, porém caí em mim, não posso me permitir sentir esse tipo de coisa, Kyle acabaria comigo.

•••

Essa semana aquele cretino me bateu mais três vezes e apesar de ser ruim, foi apenas isso. Posso lidar com seus tapas.

Jordan estava adormecido em seu berço. Faltava cerca de vinte minutos para meu horário e mataria esse tempo olhando-o.

— Sabe... — não me atrevi a olhar para trás. — Eu não vou ficar de babá da porcaria do seu filho não.

𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐨𝐟 𝐠𝐥𝐚𝐬𝐬 › 𝐬𝐜𝐢𝐬𝐚𝐚𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora